terça-feira, 30 de março de 2010

Veículo é projetado para Sarkozy!

Parece perseguição, mas não é! Infelizmente para os franceses ou até mesmo felizmente, este blog recebe importantes contribuições acerca dessa figura folclórica (me permitam dizer assim) que é o presidente da França. Não acho isso só do Sarkozy (coitado!) mas só recebo comentários ou fatos sobre ele. Fazer o que? ninguém se lembra de Berlusconi, talvez por respeito aos italianos, mas de Sarkozy não faltam estórias ou histórias.
Essa postagem teve a contribuição inicialmente do conterrâneo de Sarkozy e coincidentemente tem a mesma alcunha que ele: Nicolas, que enviou e-mail para uma assídua leitora desse blog, Edmery Tavares, que por "coincidência" mantém laços profundos de amor comigo (como é bom!).
Bem... mas agora que fiz a introdução é só se deliciar desse belíssimo modelo: o SARKOMOBILE, que foi feito exclusivamente por engenheiros altamente qualificados e treinados para adequar o veículo ao porte físico do nosso querido presidente da França. Em sua homenagem Nicolas, que não é Sarkozy, Nicolas Druvout e a você minha amada que aqui no blog tem o prazer de ler seu nome escrito por mim de maneira correta: Edmery!

Lembrança dos crimes da ditadura militar: Fazei isto em memória delas!


POR JOSÉ BESSA FREIRE

São mulheres de diferentes cidades do Brasil. Algumas amamentavam. Outras, grávidas, pariram na prisão ou, com a violência sofrida, abortaram. Não mereciam o inferno pelo qual passaram, ainda que fossem bandidas e pistoleiras. Não eram. Eram estudantes, professoras, jornalistas, médicas, assistentes sociais, bancárias, donas de casa. Quase todas militantes, inconformadas com a ditadura militar que em 1964 derrubou o presidente eleito. Foram presas, torturadas, violentadas. Muitas morreram ou desapareceram lutando para que hoje nós vivêssemos numa democracia.

As histórias de 45 dessas mulheres mortas ou desaparecidas estão contadas no livro “Luta, Substantivo Feminino”, lançado quinta-feira passada, na PUC de São Paulo, na presença de mais de 500 pessoas. O livro contém ainda o testemunho de 27 sobreviventes e muitas fotos. Se um poste ouvir os depoimentos dilacerantes delas, o poste vai chorar diante da covardia dos seus algozes. Dá vergonha viver num mundo que não foi capaz de impedir crimes hediondos contra mulheres indefesas, cometidos por agentes do Estado pagos com o dinheiro do contribuinte.

Rose Nogueira - jornalista, presa em 1969, em São Paulo, onde vive hoje. “Sobe depressa, Miss Brasil’, dizia o torturador enquanto me empurrava e beliscava minhas nádegas escada acima no Dops. Eu sangrava e não tinha absorvente. Eram os ‘40 dias’ do parto. Riram mais ainda quando ele veio para cima de mim e abriu meu vestido. Segurei os seios, o leite escorreu. Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele (delegado Fleury) ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com um olhar de louco. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’”.

Izabel Fávero - professora, presa em 1970, em Nova Aurora (PR). Hoje, vive no Recife, onde é docente universitária: “Eu, meu companheiro e os pais dele fomos torturados a noite toda ali, um na frente do outro. Era muito choque elétrico. Fomos literalmente saqueados. Levaram tudo o que tínhamos: as economias do meu sogro, a roupa de cama e até o meu enxoval. No dia seguinte, eu e meu companheiro fomos torturados pelo capitão Júlio Cerdá Mendes e pelo tenente Mário Expedito Ostrovski. Foi pau de arara, choques elétricos, jogo de empurrar e ameaças de estupro. Eu estava grávida de dois meses, e eles estavam sabendo. No quinto dia, depois de muito choque, pau de arara, ameaça de estupro e insultos, eu abortei. Quando melhorei, voltaram a me torturar”.

Hecilda Fontelles Veiga - estudante de Ciências Sociais, presa em 1971, em Brasília. Hoje, vive em Belém, onde é professora da Universidade Federal do Pará. “Quando fui presa, minha barriga de cinco meses de gravidez já estava bem visível. Fui levada à delegacia da Polícia Federal, onde, diante da minha recusa em dar informações a respeito de meu marido, Paulo Fontelles, comecei a ouvir, sob socos e pontapés: ‘Filho dessa raça não deve nascer’. (…) me colocaram na cadeira do dragão, bateram em meu rosto, pescoço, pernas, e fui submetida à ‘tortura cientifica’. Da cadeira em que sentávamos saíam uns fios, que subiam pelas pernas e eram amarrados nos seios. As sensações que aquilo provocava eram indescritíveis: calor, frio, asfixia. Aí, levaram-me ao hospital da Guarnição de Brasília, onde fiquei até o nascimento do Paulo. Nesse dia, para apressar as coisas, o médico, irritadíssimo, induziu o parto e fez o corte sem anestesia”.

Yara Spadini - assistente social presa em 1971, em São Paulo. Hoje, vive na mesma cidade, onde é professora aposentada da PUC. “Era muita gente em volta de mim. Um deles me deu pontapés e disse: ‘Você, com essa cara de filha de Maria, é uma filha da puta’. E me dava chutes. Depois, me levaram para a sala de tortura. Aí, começaram a me dar choques direto da tomada no tornozelo. Eram choques seguidos no mesmo lugar”.

Inês Etienne Romeu - bancária, presa em São Paulo, em 1971. Hoje, vive em Belo Horizonte. “Fui conduzida para uma casa em Petrópolis. O dr. Roberto, um dos mais brutais torturadores, arrastou-me pelo chão, segurando-me pelos cabelos. Depois, tentou me estrangular e só me largou quando perdi os sentidos. Esbofetearam-me e deram-me pancadas na cabeça. Fui espancada várias vezes e levava choques elétricos na cabeça, nos pés, nas mãos e nos seios. O ‘Márcio’ invadia minha cela para ‘examinar’ meu ânus e verificar se o ‘Camarão’ havia praticado sodomia comigo. Esse mesmo ‘Márcio’ obrigou-me a segurar seu pênis, enquanto se contorcia obscenamente. Durante esse período fui estuprada duas vezes pelo ‘Camarão’ e era obrigada a limpar a cozinha completamente nua, ouvindo gracejos e obscenidades, os mais grosseiros”.

Ignez Maria Raminger - estudante de Medicina Veterinária presa em 1970, em Porto Alegre, onde trabalha atualmente como técnica da Secretaria de Saúde. “Fui levada para o Dops, onde me submeteram a torturas como cadeira do dragão e pau de arara. Davam choques em várias partes do corpo, inclusive nos genitais. De violência sexual, só não houve cópula, mas metiam os dedos na minha vagina, enfiavam cassetete no ânus. Isso, além das obscenidades que falavam. Havia muita humilhação. E eu fui muito torturada, juntamente com o Gustavo [Buarque Schiller], porque descobriram que era meu companheiro”.

Dilea Frate - estudante de Jornalismo presa em 1975, em São Paulo. Hoje, vive no Rio de Janeiro, onde é jornalista e escritora. “Dois homens entraram em casa e me sequestraram, juntamente com meu marido, o jornalista Paulo Markun. No DOI-Codi de São Paulo, levei choques nas mãos, nos pés e nas orelhas, alguns tapas e socos. Num determinado momento, eles extrapolaram e, rindo, puseram fogo nos meus cabelos, que passavam da cintura”.

Cecília Coimbra - estudante de Psicologia presa em 1970, no Rio. Hoje, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e professora de Psicologia da Universidade Federal Fluminense: “Os guardas que me levavam, frequentemente encapuzada, percebiam minha fragilidade e constantemente praticavam vários abusos sexuais contra mim. Os choques elétricos no meu corpo nu e molhado eram cada vez mais intensos. Me senti desintegrar: a bexiga e os esfíncteres sem nenhum controle. ‘Isso não pode estar acontecendo: é um pesadelo… Eu não estou aqui…’, pensei. Vi meus três irmãos no DOI-Codi/RJ. Sem nenhuma militância política, foram sequestrados em suas casas, presos e torturados”.

Maria Amélia de Almeida Teles - professora de educação artística presa em 1972, em São Paulo. Hoje é diretora da União de Mulheres de São Paulo. “Fomos levados diretamente para a Oban. Eu vi que quem comandava a operação do alto da escada era o coronel Ustra. Subi dois degraus e disse: ‘Isso que vocês estão fazendo é um absurdo’. Ele disse: ‘Foda-se, sua terrorista’, e bateu no meu rosto. Eu rolei no pátio. Aí, fui agarrada e arrastada para dentro. Me amarraram na cadeira do dragão, nua, e me deram choque no ânus, na vagina, no umbigo, no seio, na boca, no ouvido. Fiquei nessa cadeira, nua, e os caras se esfregavam em mim, se masturbavam em cima de mim. Mas com certeza a pior tortura foi ver meus filhos entrando na sala quando eu estava na cadeira do dragão. Eu estava nua, toda urinada por conta dos choques”.

São muitos os depoimentos, que nos deixam envergonhados, indignados, estarrecidos, duvidando da natureza humana, especialmente porque sabemos que não foi uma aberração, um desvio de conduta de alguns indivíduos criminosos, mas uma política de Estado, que estimulou a tortura, a ponto de garantir a não punição a seus autores, com a concordância e a conivência de muita gente boa “em nome da conciliação nacional”.

No lançamento do livro na PUC, a enfermeira Áurea Moretti, torturada em 1969, pediu a palavra para dizer que a anistia foi inócua, porque ela cumpriu pena de mais de quatro anos de cadeia, mas seus torturadores nem sequer foram processados pelos crimes que cometeram: “Uma vez eu vi um deles na rua, estava de óculos escuros e olhava o mundo por cima. Eu estava com minha filha e tremi”.

Os fantasmas que ainda assombram nossa história recente precisam ser exorcizados, como uma garantia de que nunca mais possam ser ressuscitados - escreve a ministra Nilcea Freire, ex-reitora da UERJ, na apresentação do livro, que para ela significa o “reconhecimento do papel feminino fundamental nas lutas de resistência à ditadura”.

Este é o terceiro livro da série “Direito à Memória e à Verdade”, editado pela Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O primeiro tratou de 40 afrodescendentes que morreram na luta contra o regime militar. O segundo contou a “História dos meninos e meninas marcados pela ditadura”. Eles podem ser baixados no site da SEDH.

O golpe militar de 1964 que envelhece, mas não morre, completa 46 anos nos próximos dias. Essa é uma ocasião oportuna para lançar o livro em todas as capitais brasileiras. No Amazonas, as duas reitoras - Marilene Correa da UEA e Márcia Perales da UFAM - podiam muito bem organizar o evento em Manaus e convidar a sua colega Nilcea Freire para abri-lo. Afinal, preservar a memória é um dos deveres da universidade. As novas gerações precisam saber o que aconteceu.

A lembrança de crimes tão monstruosos contra a maternidade, contra a mulher, contra a dignidade feminina, contra a vida, é dolorosa também para quem escreve e para quem lê. É como o sacrifício da missa para quem nele crê. A gente tem de lembrar diariamente para não ser condenado a repeti-lo: fazei isso em memória delas.

O professor José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)

segunda-feira, 29 de março de 2010

EXEMPLO DE AMIZADE!


Mais uma do mundo animal:

Uma amizade inusitada na natureza chama a atenção na cidade de Myrtle Beach, na Carolina do Sul (EUA). Uma tartaruga de 15 anos, carinhosamente batizada com o nome da cidade, e uma jovem fêmea de crocodilo de 9 anos, Georgia, cultivam uma relação de respeito.

Há quatro anos, os dois animais são vistos juntos em diversas ocasiões, inclusive quando estão à caça de comida.

domingo, 28 de março de 2010

UM POUCO DE SAMBA!

Duas belíssimas composições dedicadas a quem gosta de um bom samba:

A flor e o espinho (Nelson Cavaquinho/Guilherme de Brito/Alcides Caminha)


Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha magoa
A minha dor e os meus olhos rasos d'agua
Eu na sua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor

Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Que eu quero passar com a minha dor

Quando eu me chamar saudade (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)

Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho
A mão amiga
Para aliviar meus ais
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais

E pra quem quiser ouvir é só conferir: A flor e o espinho/Quando eu me chamar saudade

Homem tenta entregar carta de amor perdida há 76 anos


Uma misteriosa carta de amor enviada em 1934 foi encontrada em Durham, na Carolina do Norte (EUA), 76 anos depois de ser postada no correio de Salem, na Virgínia (EUA). Intacta, a mensagem destinada a Margaret Davey foi achada pelo diretor de operações da Universidade de Duke. Mike Trogdon ficou intrigado e foi à caça do destinatário.
Dentro do envelope havia um cartão desenhado com corações, uma girafa e a mensagem: "na corrida pelo meu amor, você ganhou por um pescoço longo. Então seja meu querido". Ao final, a remetente se identificava como Joyce.

Ao pesquisar nos arquivos da universidade, Trogdon descobriu que Margaret Davey se formou em enfermaria no ano de 1935 e se casou com um soldado da Segunda Guerra Mundial.

Quando o diretor foi até a casa de Margaret, foi informado de que ela morreu em janeiro deste ano, aos 96 anos.

Ao mostrar a mensagem para os filhos da enfermeira, outra revelação: a remetente estava viva e era uma sobrinha distante de Margaret.

Joyce está com 82 anos e se emocionou ao rever sua declaração de amor para a tia. "Ela era a minha preferida", disse a senhora.

G1, São Paulo

quinta-feira, 25 de março de 2010

Isso é que é companheirismo!


Uma cegonha macho percorreu cerca de 13 mil quilômetros para encontrar sua companheira deficiente que vive em uma vila croata. A ave chamada ‘Rodan’ (à direita) voou da África do Sul até a vila de Brodski Varos, no leste da Croácia. Segundo a reportagem do jornal ‘Jutarnji List’, esse é o quinto ano consecutivo que ‘Rodan’ faz a viagem épica, já que sua companheira não consegue voar. (Foto: AFP)

G1

segunda-feira, 22 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

DIRETO DA FRANÇA


Mais uma notícia quentte que vem das terras francesas. E como não poderia deixar de ser diferente, ela tem a ver com o presidente dessa "respeitável" nação.
A primeira dama francesa em meio a boatos de casos extra-conjugais, compactuados pelo seu marido, coloca em leilão uma foto sua semi nua declinada a um piano. Quantos não queriam ser esse simples piano nesse momento!?...

sábado, 13 de março de 2010

Um pouco de Universidade!


Além da atividade que realizo por opção ideológica também destino um tempo para a atividade acadêmica e quem duvidar é só ver a dissertação que fiz sobre a lenda de Ikursk.

Ikursk, vivendo numa tribo de características próprias dos primeiros povos que existiram em nosso planeta, era de se supor que fosse um homem corajoso e destemido fazendo jus a sua civilização guerreira. Além disso, num período onde a relação de produção entre os homens era de perfeita colaboração também era de se supor que Ikursk encarasse e aceitasse a tarefa dada pelo líder da sua aldeia, o pajé, que ao ser representante de tal comunidade representava integralmente os desejos da mesma.

Contraditoriamente, Ikursk toma um caminho diferente e inimaginável para a época, afinal, estamos falando de uma época onde o ato da caça era uma necessidade inquestionável para a sobrevivência de um povo que precisavam se alimentar e se proteger dos animais selvagens extremamente ferozes, que habitavam a Terra nessa época histórica. Assim, matar uma fera seria uma tarefa que por si só seria corriqueira e normal.

Ao rejeitar essa tarefa, Ikursk, além de tomar um ato que ia à contramão dos interesses de sua aldeia, agia contra si próprio, pois qualquer habitante de comunidades primitivas dessa época estava sujeito a se deparar numa situação de risco que levasse a sua morte. No entanto, Ikursk num ato de puro egoísmo pessoal, tentando fugir da responsabilidade que lhe foi confiada, pensando unicamente em resguardar a sua vida mesmo que isso resultasse na maldição dos deuses e que gerasse sofrimento a sua alma após sua morte, foge dessa tarefa sem nenhum constrangimento e acaba impondo seu interesse individual aos habitantes da sua aldeia, que acabam se resignando ante a sua atitude de covardia.

No final, Ikursk consegue sobreviver ao ataque da fera e ao matá-la por acaso, salva não somente a sua vida, mas a vida dos habitantes de sua aldeia. O interesse coletivo foi atendido, talvez tardiamente, porque o agora “herói” não havia compreendido que, como habitante de uma comunidade, era um ser que ao defender os interesses coletivos estava também defendendo seus próprios interesses individuais. Ao defender a sua aldeia de uma fera estava protegendo a si mesmo. Estavam todos “no mesmo barco”.

Ikursk não podia fugir de sua responsabilidade. Ao ser de uma comunidade na época em que vivia e com tarefas bem definidas para cada um, e num mundo onde o Homem, ao não possuir meios adequados, era extremamente inferior as forças e criaturas da natureza, Ikursk não tinha alternativa a não ser fortalecer os laços que fortaleciam a sua comunidade, mesmo que isso resultasse na perda de sua vida. Ao fugir da responsabilidade que tinha, fez apenas adiar o cumprimento dela e ainda aumentou o risco de perder a vida, o que não ocorreu por puro acaso.

AGORA A LENDA:

Um resultado inesperado

Numa tribo primitiva, antes da descoberta dos metais, vivia
Ikursk. Ikursk era, acima de tudo, um medroso.

Um enorme tigre dente-de-sabre rondava a aldeia por
aquela época, matando as criações e atacando as pessoas. Vários
dos mais bravos dos guerreiros já havia se proposto a matá-lo, mas
os resultados foram sempre trágicos: seus corpos foram
encontrados devorados pelo felino.

Com o tigre a solta, entrar na selva era um ato de extrema
coragem, e nosso heróico Ikursk resolveu se proteger de tal
eventualidade. Para tanto, quebrou seu machado e passou vários
dias construindo um outro, enorme, tão grande e pesado que seria
impossível carregá-lo por uma distância maior que umas poucas
dezenas de metros. Tal arma descomunal no peso e no amanho,
seria um forte argumento, esperava Ikursk, para que a tribo não o
enviasse à floresta, posto que o herói seria presa fácil à agilidade
do tigre.

Quando o machado estava tomando a sua forma final e
todos na tribo se deram conta de que Ikursk decidira não cooperar
com o esforço coletivo para matar o tigre, o pajé chamou-o para
uma conversa ao pé da fogueira. Contou a Ikursk a tradicional
lenda de Batolau, o guerreiro que se negou a ir para a guerra junto
com sua tribo, por isso, após a morte, abandonado pelos deuses,
ficou vagando entre as estrelas. O pajé disse a Ikursk que seu
comportamento desagradava aos deuses e que ele deveria queimar
o machado que estava construindo. Ikursk saiu da tenda do pajé
sem nada responder e, para consternação de todos, no dia seguinte
continuou a trabalhar no seu machado com o mesmo empenho de
antes.

De posse do novo machado, com o passar do tempo Ikursk
se sentia cada vez mais seguro. Durante meses, na divisão matinal
das tarefas cotidianas, coube a Ikursk acompanhar as mulheres aos
coqueirais para auxiliar, com o seu enorme machado, na quebra
dos cocos. Assim, dia após dia, a decisão de Ikursk quebrar seu
machado e substituí-lo por um outro, descomunal, alcançou o
resultado almejado: nosso herói não foi enviado á selva.

Algo inesperado, no entanto, aconteceu.

Era um belo final de tarde. O sol se punha no horizonte e
uma brisa espantava o calor. Ikursk, já cansado, quebrava os
últimos cocos do dia quando, ao levantar o machado, escutou uma
respiração e sentiu no cangote um bafo que não era humano. Seu
coração parou e seu sangue congelou nas veias: era o terrível tigre
que o atacava pelas costas. O pavor tomou conta do seu ser, o
joelho fraquejou, a vista escureceu e um urro horrível, um misto de
ai! e mãe!, que apenas os covardes sabem dar, ecoou pela aldeia.

Nesse transe de pavor, sabendo que iria morrer nas garras
do tigre, seu corpo se contraiu na antecipação da dor, e Ikursk caiu
de costas. Sua hora havia chegado; não, contudo, com o conteúdo
mortal que imaginara.

Na contramão espasmódica que terminou por derrubar
Ikursk, o machado, por mero acaso, descreveu uma trajetória que
terminou na cabeça do tigre, matando-o.

O nosso covarde herói, com seu descomunal machado
construído propositadamente para ser o mais inadequado possível
para lutar contra o tigre, realizara a proeza de que nenhum dos
mais valentes e habilidosos guerreiros da tribo fora capaz. O felino
estava morto e, sua ameaça, finda. A floresta voltava a ser um
espaço pouco ameaçador, a aldeia poderia viver em paz com as
suas criações.

(LESSA, Sérgio. Para compreender a otologia
de Lukács. Ijuí: Editora UNIJUI, 2007. p. 19-21
Disponível em:
http://www.geocities.com/srglessa/Onto_de_Luk
acs.pdf. Acesso: 21 de jan. 2008.)

terça-feira, 2 de março de 2010

O samba está de luto


Não podia deixar de dedicar algumas linhas em homenagem a Walter Alfaiate que faleceu no último sábado.
Ouvir o nome de Alfaiate na voz de Monarco da Portela que citou Alfaiate como um dos sambistas que foi duramente perseguido pelo simples fato de ser sambista, segundo Monarco em seu depoimento ao DVD de Beth Carvalho, em seus 40 anos de carreira, Alfaiate já chegou a pelar a cabeça pra tentar fugir da polícia.
Fiquei surpreso ao saber da sua morte porque desconhecia inclusive se ainda estava vivo, já que no DVD ele não aparece. Que pena! mais um sambista que se vai...
Mas com certeza o samba não morreu e nem morrerá!

Barata demite dois funcionários


Na última terça-feira em apresentação do telejornal da TV Cabo Branco em Campina Grande uma barata pousou no ombro da apresentadora que por muita calma ou por desconhecimento mesmo continuou falando sem pausa alguma.
O fato que diz respeito a higiene do estúdio virou caso de RH e dois funcionários da empresa foram demitidos: o diretor e o cinegrafista. Segundo boatos, após o incidente houve uma discussão interna entre a apresentadora e os dois funcionários em questão.
O que ninguém divulgou, e que em exclusividade noticio por este humilde blog, é que rolou o boato também, e muito preocupante, que o contrato de dedetização da TV Cabo Branco estaria sendo superfaturado e alguém estaria se dando bem.
Fiquei sabendo também que já tem empresa de dedetização utilizando o vídeo, que foi visto por milhares de pessoas e teve grande acesso nessa semana, para fazer propaganda dos seus serviços e mostrar o quanto é importante manter higienizado os locais de trabalho, afinal, uma barata pôs em risco a apresentação do telejornal e ainda demitiu dois funcionários.
Se me perguntassem com aquela música da barata da vizinha o que eu iria fazer, assim responderia: "eu vou dar uma filmada na barata dela".