domingo, 30 de janeiro de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

#JAN25









Saiu na Revista Época - Mundo - Notícias

Charges cariocas no protesto egípcio
Desenhos de Carlos Latuff são usados por manifestantes em protestos contra o presidente Hosni Mubarak

O chargista carioca Carlos Latuff mora no Rio de Janeiro, mas, nesta semana, seus desenhos ganharam as ruas do Egito nas mãos de manifestantes. A charge que mostra o presidente egípcio Hosni Mubarak alvo de um sapato não foi publicada por nenhum jornal – sob a censura do regime autoritário – mas circulou nas mãos dos ativistas, como esse no Cairo. "É uma forma de soltar um grito atravessado na garganta por 30 anos", diz Latuff, em referência aos anos de Mubarak no poder.

Mas como as charges desse artista brasileiro foram parar nos protestos egípcios? Nesta entrevista, Latuff revela essa história e a origem de seu interesse pelo mundo árabe.

ÉPOCA - Suas charges chegaram às mãos dos manifestantes no Egito. Como isso aconteceu?
Carlos Latuff – Minhas charges já foram reproduzidas em protestos antes. As pessoas acessam a internet, baixam os desenhos e os imprimem. Desta vez ativistas egípcios, que já conheciam meu trabalho em favor dos palestinos, pediram-me que fizesse charges como forma de solidariedade com o movimento popular. Isso aconteceu dois dias antes do dia 25 de janeiro, data em que começaram os protestos por todo o Egito.

ÉPOCA - Você é brasileiro de origem libanesa. Quando decidiu fazer charges sobre os conflitos políticos do mundo árabe?
Carlos Latuff – Isso aconteceu desde minha viagem ao territórios ocupados da Cisjordânia em 1999. Mas tenho apoiado diversas causas pelo mundo por meio das charges, como os direitos humanos na Turquia e no Sri Lanka, os trabalhadores na Grécia, os hondurenhos contra o golpe militar que derrubou Zelaya, e, no Brasil, em favor dos sem-teto, dos sem-terra e contra a violência policial nas favelas. Tenho colocado meu trabalho a serviço das causas populares aqui e lá fora.

ÉPOCA - Como se mantém informado sobre a política no Oriente Médio?
Carlos Latuff – Estive na Palestina em 1999 e em campos de refugiados palestinos na Jordânia e Líbano em 2009. Além das informações que obtive in loco, graças à internet, é possível também saber dos últimos acontecimentos diretamente das pessoas que vivem lá.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A lógica do lucro chega à saúde pública

Elaine Tavares

Enquanto era carregado nos braços do povo brasileiro em emocionante despedida, o presidente Lula deixava sobre a mesa de trabalho uma medida provisória que terá conseqüências dramáticas para a maioria da população empobrecida do país. Nesta medida, que tem força de lei com implantação imediata, Lula golpeia de morte uma luta que foi travada ao longo de todo seu mandato contra a privatização dos Hospitais Universitários, responsáveis hoje pela pesquisa de ponta na saúde e pelo atendimento gratuito à população. A medida provisória autoriza a criação de uma empresa pública, de direito privado, chamada de Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. - EBSERH, que, vinculada ao Ministério da Educação, poderá prestar atendimento à saúde e servir de apoio administrativo aos hospitais universitários.

Numa primeira mirada isso pode parecer ótimo e muitos perguntarão como alguém pode ser contra uma idéia como essa. Mas, observando as letras pequenas da lei, pode-se perceber o grau de perversidade que está contido nesta MP. Em primeiro lugar é bom contextualizar o problema. Desde há alguns anos que o Tribunal de Contas da União vem observando algumas ilegalidades nos HUs. Uma delas é a contratação indiscriminada de trabalhadores através de Fundações. Mas, esta foi a forma encontrada pelas administrações para dar atendimento nos HUs, uma vez que não havia concurso público para novas contratações e muito menos vontade política dos reitores em enfrentar o problema de frente. O movimento de trabalhadores sempre se colocou contra essa forma de contrato porque acabava criando duas categorias dentro dos hospitais, a dos servidores públicos, com todos os direitos garantidos e a dos contratados, sempre na berlinda por conta de serem celetistas. Não bastasse essa discriminação funcional, ainda havia intensa rotatividade prejudicando o bom andamento dos trabalhos.

A solução imediatamente apontada pelo governo Lula foi a regularização das fundações privadas dentro das universidades, o que provocou um grande movimento contrário nas Instituições Federais de Ensino Superior. Isso porque, ao longo destes anos, foram divulgados inúmeros escândalos envolvendo as fundações em várias IFES, mostrando o quão funesto era esse sistema de burlagem da lei, no qual as fundações captavam recursos privados para serem aplicados nas universidades, em operações muitas vezes envoltas em irregularidades que beneficiavam pessoas em vez das instituições.

Batendo de frente com o movimento docente e técnico-administrativo o governo do presidente Luis Inácio recuou e, mais tarde, lançou nova ofensiva com a proposta de uma Fundação Pública de Direito Privado que assumiria o papel de todas as fundações já existentes, com possibilidade, inclusive, de administrar as instituições de Educação, Saúde e Cultura. Isso, na prática, era privatizar o sistema público de atendimento à população. Mais uma vez os movimentos de trabalhadores dentro das instituições se mobilizaram e empreenderam longa luta contra esse projeto.

Mas, agora, no apagar das luzes do seu governo, em pleno final do ano, quando os trabalhadores públicos, na sua maioria, estão em férias, Lula cria uma empresa, de administração privada, para administrar os hospitais universitários. A estatal será uma sociedade anônima e terá seu capital oriundo do orçamento da União, portanto pertence à nação. Mas, como é de direito privado, toda a lógica administrativa se prestará a busca do lucro e da produtividade. Coisa que sempre foi combatida pelos trabalhadores, pois, na saúde, não há como trabalhar com produtividade. O que pode ser produtivo num hospital? A doença...

No corpo da medida provisória que cria a estatal de direito privado, o governo promete a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar e laboratorial à comunidade, assim como a prestação, às instituições federais de ensino ou instituições congêneres, de serviços de apoio ao ensino e à pesquisa, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública. De novo, isso parece muito bom. Mas, como é uma empresa de direito privado, sua meta é o lucro e aí se inserem as armadilhas.

Como seu papel será o de administrar unidades hospitalares, abre-se o caminho já apontado pelo governo de separação dos hospitais-escola do Ministério da Educação, passando ao campo da Saúde. Pode parecer lógico, mas não é. Os hospitais universitários estão hoje visceralmente ligados à universidade. Têm como função servir de espaço de ensino para os estudantes das mais variadas áreas médicas. Todos os trabalhadores ali lotados estão igualmente ligados à universidade. Com a nova empresa e sua lógica administrativa privada, isso muda. Os trabalhadores poderão ser contratados pela CLT, sem acarretar qualquer vínculo com o Estado e estarão submetidos a metas e produtividade. Isso igualmente cria uma profunda divisão na categoria, com a presença de dois tipos de trabalhadores, os públicos e os privados, ocasionando conflitos e freando as lutas. Segundo a medida, os trabalhadores especializados, ainda que CLT, passarão por concurso, mas o pessoal de nível técnico-administrativo poderá ser contratado sem qualquer concurso e por tempo determinado com contratos temporários. Esta era uma vontade muito antiga do governo, pois, com isso, consegue superar qualquer movimento grevista que venha a ser construído.

Na medida provisória está bem claro que a nova empresa poderá incorporar os trabalhadores que já estão nos quadros dos hospitais assim como os bens móveis e imóveis necessários para o início das atividades. Também diz a MP que a nova estatal estará autorizada a patrocinar entidade fechada de previdência privada, nos termos da legislação vigente, o que significa a abertura para o atendimento aos planos de saúde, também um antigo desejo do agora ex-presidente.

Para os reitores e provavelmente para a maioria dos trabalhadores que ainda estavam vinculados às Fundações, esta medida vem como uma luva para seus interesses. Os reitores poderão seguir contratando trabalhadores sem concurso, resolvendo a questão da terceirização. Além disso, também poderão captar recursos privados de forma mais tranqüila, sem precisar usar subterfúgios ou ilegalidade. Também poderão cobrar uma administração mais enxuta, aos moldes da privada, estabelecendo metas de produtividade. Em suma, tratando a saúde da população como mais uma mercadoria. Os trabalhadores terceirizados, que hoje estão sob a ameaça de perder o emprego, ficam mais tranqüilos e tudo segue dentro da “ordem”. Com isso não haverá mais a necessidade de lutar pelo concurso público.

Para quem faz a luta nas universidades este foi um duro golpe. A criação da nova empresa pública estilhaça uma luta de anos pela manutenção dos Hospitais Universitários 100% SUS. Com o artigo que permite a contratação de previdência privada, os HUs poderão, enfim, criar as famosas duas portas de entrada: uma para os que dependem da saúde pública e outra para os que têm plano de saúde. Pode parecer que isso está bem, que não vai mudar em nada a vida daqueles que hoje dependem do SUS e que sempre encontraram guarida nos HUs, mas, quando um hospital passa a se mover dentro da lógica privada, tudo muda. É certo que as pessoas vão sentir o peso desta medida bem mais na frente, inclusive, esquecendo como isso aconteceu. Mas, para quem está na luta pela universidade e pela saúde pública é hora de mostrar os funestos efeitos que virão.

É sempre difícil para os lutadores sociais serem os “arautos da desgraça”, aqueles que estão sempre a ver problemas e apontando as críticas. Mas, é o compromisso com a vida digna para todos que leva a essa prática. Nosso papel é mostrar as graves consequências que advirão desta medida e preparar o terreno para as lutas que se farão necessárias quando a privatização da saúde tomar conta de um dos últimos bastiões do atendimento público: os hospitais universitários.



Elaine Tavares é jornalista

Rede Globo envia helicóptero sem blindagem para cobrir operação policial e quase provoca uma tragédia

RETIRADO DO BLOG DO MELO

Hoje pela manhã uma operação da Polícia Civil com mais de 150 policiais invadiu os morros da Mineira, no Catumbi, e do Zinco, São Carlos e Querosene, no Estácio. Houve intenso tiroteio. Uma equipe da Rede Globo, no helicóptero conhecido como Globocop, sobrevoava o local para conseguir imagens, quando foi atingida por disparos. Danificada, a aeronave, graças à habilidade do piloto, conseguiu chegar ao Aeroporto de Jacarepaguá e aterrissar sem vítimas. Felizmente, os três tiros não atingiram áreas críticas do helicóptero e o piloto conseguiu salvar-se e à equipe. Ou então estaríamos lamentando a morte de todos.

De quem é a responsabilidade? Dos traficantes? Da polícia, que invadiu o território deles? Ou da Rede Globo, que envia uma equipe num helicóptero sem blindagem (o da Polícia Civil que controlava a operação era blindado) a uma área conflagrada, mesmo sabendo que bandidos já derrubaram um helicóptero da polícia não blindado no Rio, no final de 2009?

Bom, aí teríamos mais um caso Tim Lopes, quando toda a culpa do acontecido caiu sobre os traficantes (cruéis assassinos de Tim), mas nada se falou sobre a responsabilidade da Rede Globo. A emissora deixou que o repórter voltasse ao Complexo do Alemão, embora seu rosto tenha sido exposto para todo o Brasil como o homem que ganhou o Prêmio Esso na categoria Telejornalismo,
com uma reportagem exibida no Fantástico denunciando o tráfico de drogas no... Complexo do Alemão.

Confira esses trechos que selecionei de uma entrevista com o jornalista Mario Augusto Jakobskind, na ocasião do lançamento de seu livro Dossiê Tim Lopes – Fantástico/Ibope, no final de 2003. A íntegra da entrevista, realizada por Ana Carolina Diniz, está aqui.


O que é o Dossiê Tim Lopes – Fantástico/Ibope?
Mário Augusto Jakobskind – Trata-se de uma profunda investigação transformada em extensa reportagem que não caberia num espaço de jornal ou revista – e por isso é um livro reportagem – sobre um triste episódio de violência urbana ocorrido no Rio de Janeiro, em 2002, e que vitimou o repórter da TV Globo Tim Lopes. Dossiê Tim Lopes – Fantástico/Ibope mostra, através de pesquisas e depoimentos, o que levou ao assassinato por um bando de delinquentes vinculados ao tráfico de drogas. Há no livro um capítulo específico sobre o crime organizando que ajuda também a entender o caso Tim Lopes. Na época prevaleceu uma única versão – na prática, a versão oficial da maior emissora de TV do Brasil, tendo a mídia de um modo geral, com raras e honrosas exceções, omitido inúmeras questões, o que remete a um outro tipo de discussão.

Como assim?
M.A.J. – O caso Tim Lopes é um exemplo concreto de como funciona o esquema do pensamento único. Ou seja, através de um fato você apresenta ao leitor ou telespectador a "única verdade", simplesmente ignorando outros eventuais questionamentos que colocam em dúvida a versão oficial. Tendo como carro-chefe a Rede Globo, a opinião pública só foi informada sobre o assassinato de Tim Lopes no que interessava à emissora. Diretores da "Vênus Platinada" saíram em campo de uma forma avassaladora, vendendo a "verdade". Até mesmo na área sindical dos jornalistas, esses mesmos diretores, que antes da tragédia nunca chegaram a passar por perto da sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, que dirá entrar, participavam ativamente das mobilizações relativas ao episódio e de assembleias. A direção sindical, ao invés de se posicionar de forma isenta, aceitando pelo menos examinar as colocações que questionavam o procedimento da TV Globo, simplesmente fechou questão em torno da versão da emissora. Ficou parecendo que houve uma espécie de permuta, ou seja, transmitir a verdade da Globo em troca de cinco minutos de fama... Nunca o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro apareceu tanto na tela da Globo como a partir daquele episódio.

Como começou a história do caso que resultou no assassinato de Tim Lopes?
M.A.J. – A emissora designou Cristina Guimarães e Tim Lopes para fazerem reportagens sobre uma "feira de drogas" em favelas da cidade. Cristina cuidou da Rocinha e da Mangueira. Tim Lopes ficou encarregado do Complexo do Alemão, onde pouco tempo depois ocorreria o seu assassinato pelo bando chefiado por um tal de Elias Maluco. As reportagens foram ao ar, isso no segundo semestre de 2001, provocando grande indignação por parte dos traficantes porque muitos foram presos e o lucro do comércio ilegal foi afetado. Tim Lopes e Cristina Guimarães viraram um alvo dos narcotraficantes que queiram vingança. Cristina Guimarães passou a receber "recados" dos bandidos. Pediu proteção à Globo – não tendo, segundo ela, sido atendida. Em determinado momento, Cristina tomou a decisão de se proteger. Chegou até a sair do país e ao voltar ficou afastada do mercado de trabalho, o que acontece até hoje. A TV Globo nega a versão da jornalista e tentou a todo momento desqualificar a repórter.

Você acha que o Prêmio Esso recebido por Tim Lopes acabou selando a sentença de morte do jornalista?
M.A.J. – Tim Lopes foi o primeiro ganhador deste prêmio na categoria de telejornalismo. Ao receber o prêmio, em dezembro de 2001, a emissora em que trabalhava o apresentou publicamente em todos os noticiários. Uma das condições para quem faz jornalismo investigativo é se manter no anonimato. Quando sua imagem foi conhecida, a condição de jornalista investigativo deveria ser deixada de lado. Mas ele continuou e foi escalado para ir à Vila Cruzeiro, supostamente para cobrir um baile funk, onde, segundo a Globo, se praticava sexo explícito. A Globo diz que Tim Lopes apresentou a pauta, enquanto a viúva Alessandra Wagner garante que os planos dele eram deixar de lado as reportagens arriscadas, como a que foi escalado para fazer. O livro mostra tudo isso e apresenta também algumas contradições nos depoimentos de diretores da Globo, que uma hora falavam uma coisa e depois, outra. Quem ler com atenção os depoimentos e entrevistas vai verificar facilmente que muita coisa que foi dita não resiste a uma mínima análise. Posso dar um exemplo. Um dos diretores da Globo chegou a afirmar que um turista de Cuiabá viu a hora em que Tim Lopes foi "preso" pelos traficantes no baile funk, dando a entender até que teria filmado o momento. Pois bem: ele teria procurado a Globo e depois desapareceu como por encanto. Então, onde está este personagem que poderia ser uma figura-chave para o esclarecimento definitivo do caso? Ninguém sabe, ninguém cobrou a presença. Ficou tudo por isso mesmo. Por que então a TV Globo não apresentou essa testemunha que poderia ajudar a elucidar o episódio?
Há outros casos como esse apresentado no livro. Uma chefe de reportagem da regional carioca disse que Tim se apresentava na favela com um nome fictício de Ricardo. Já um dos diretores garantiu que Tim estava na favela como jornalista e a serviço da comunidade carioca. Quem ler Dossiê Tim Lopes – Fantástico/Ibope verá que outras tantas contradições existem, mas faltou talvez vontade política para se aprofundar o caso. Tanto se fala em jornalismo investigativo mas, nesse caso, perdeu-se uma grande oportunidade para a prática desse gênero.

Como surgiu a ideia de escrever o livro?
M.A.J. – Desde o início acompanhei o caso e justamente tive a atenção despertada pelo procedimento incomum da direção da Globo. No primeiro ato público dos jornalistas cariocas, antes mesmo de se confirmar a morte de Tim Lopes, um dos jornalistas contestou o que se colocava nos discursos tirando qualquer responsabilidade da TV Globo no caso. Não precisava ser nenhum gênio, ou super repórter, para perceber que havia algo errado. Este mesmo jornalista, Osvaldo Maneschy, foi praticamente impedido de falar numa assembleia sindical. Cristina Guimarães foi "linchada" e apresentada como maluquete ou porra-louca, quando o único "crime" que cometia era o de contar o que tinha acontecido com ela e questionar uma verdade que isentava a Globo de culpa. Pouco a pouco fui aprofundando o tema. Colhi vários depoimentos e li muita coisa sobre o caso Tim Lopes. Silenciar ou deixar correr sem reunir as informações que obtive seria um verdadeiro desserviço ao jornalismo. Jornalistas que procuram estar bem com as suas consciências não podem omitir esses fatos, mesmo que encontrem dificuldades para divulgá-los.


No final do ano passado, logo após a polícia ter retomado o Complexo do Alemão, a mãe de Tim Lopes declarou, em reportagem publicada pelo Terra:

"Foi uma injustiça muito grande o que fizeram com meu filho. mandaram-no para a favela se virar sozinho, sabendo do risco que corria."


A presidenta do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro Suzana Blass, na mesma reportagem do Terra, disse que "A chefia de reportagem da TV Globo não avaliou os riscos antes de permitir que Tim viesse para o Alemão. Foi muito ingênua, não teve a dimensão do perigo".

E agora, o que o Sindicato tem a dizer sobre o incidente com o Globocop? Ou será preciso uma nova morte?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Memórias de uma noite

Uma noite apenas eu tive
Era a grande oportunidade
Noites... madrugadas de conversa
Era a minha oportunidade

A conquista foi das minhas mãos
que na dança, um tanto envolvente
foi percorrendo o seu lindo corpo
Curtindo o pouco tempo restante

Meus lábios tentaram frustradamente
Um beijo dela arrancar

A madrugada logo se foi
Ainda mais acordado fiquei
Pensando seriamente comigo
onde foi nesta noite que errei

A BR percorri ligeiramente
Querendo minha cama alcançar
Dormir, acordar e lentamente
[sonhar]

24/01/11

NOVIDADE: dentista usa decotão para anestesiar pacientes

Já reparou qual é a reação de um homem ao ver um decote enorme? Bem, se você for homem, não deve ter visto - afinal, seios não têm espelhos. Mas é algo meio hipnotizador.

A doutora Marie Catherine Klarkowski, uma dentista alemã de 41 anos, de Munique, também reparou nisso. Só que ela resolveu usar a questão a seu favor.

Ao participar de uma Oktoberfest - a famosa festa de cerveja local -, Marie notou que o decotão do vestido Dirndl (roupa tradicional das alemãs) atraía os olhares dos machos presentes.

Criativa, ela pensou um pouco e chegou à controversa ideia de vestir todas as dez funcionárias de seu consultório de dentista com a roupa e, assim, "anestesiar" os pacientes.

- A coisa mais importante para nós é tirar o medo do paciente. A visão de decotes deixa os pacientes sedados e distraídos da dor bem mais rápido.

Além disso, ela também comprou um dos tais vestidos para si mesma. Ao jornal Metro, ela disse que, por enquanto, tem dado certo.

- A boca de alguns deles já está aberta no começo do tratamento. E é isso que um dentista quer.

Ah, vale ressaltar que o número de pacientes triplicou. Todos os novos clientes são homens...



R7

By Latuff

sábado, 22 de janeiro de 2011

Insurreição derruba ditadura na Tunísia

Do Jornal A Verdade com charges do cartunista Lattuf

Há décadas em luta contra a ditadura de Ben Ali, o povo tunisiano se organizou e realizou uma insurreição popular contra o governo fascista da Tunísia. Antes, porém, o povo e, sobretudo, os jovens, tiveram que enfrentar as balas assassinas das forças de repressão.

O ditador Ben Ali, apoiado pelas potências imperialistas, em particular EUA e França, resolveu enfrentar o povo fechando universidades e escolas, proibindo manifestações públicas e ordenando suas tropas a atirar contra os cidadãos e jovens que foram às ruas. No total, desde dezembro, segundo a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), mais de 78 pessoas foram assassinadas, cerca de 100 ficaram feridas e milhares foram presas, entre elas, Hamma Hammani, porta-voz do Partido Comunista dos Operários da Tunísia (PCOT), principal partido da esquerda revolucionária do país.

Mesmo assim, a rebelião popular continuou: as sedes do Ministério do Interior e da Guarda Nacional foram cercadas pela população no dia 14 de janeiro e uma greve geral realizada. Desesperado, o ditador prometeu criar 300 mil postos de trabalho, anunciou a redução dos preços dos alimentos e do gás e declarou estado de emergência no país. Nada adiantou. O povo estava decidido e consciente do que queria: o fim da ditadura de Ben Ali.

No dia 15 de janeiro, o ditador para a Arábia Saudita, país também governado por uma ditadura direitista e com duas grandes bases militares dos EUA. Deixou em seu lugar o primeiro ministro Mohammed Ghamnouchfez. Este ficou no governo menos de duas horas. Ainda no dia 15, a Corte Constitucional decidiu que o cargo de presidente interino deveria ser ocupado por Fouad Mebazza, chefe do Parlamento, e as eleições gerais realizadas em 60 dias.

Durante 23 anos, Ben Ali estabeleceu uma das mais violentas e corruptas ditaduras da África. Praticamente todos os grandes meios de comunicação do país são de propriedade de sua família, como também shoppings, grandes redes de comércios e empresas de exportação e de importação. O símbolo maior da corrupção é a família Trabelsi (esposa de Ben Ali), que se tornou nos últimos dez anos a mais rica e poderosa família do país. Para manter-se no poder, o ditador contou com sucessivas fraudes eleitorais que lhe garantiam de 89 a 94% dos votos. Em 2002, aprovou por 99% o direito de reeleger-se até a morte. Em 2009, “venceu” as eleições com 89,6% dos votos. As denúncias de fraudes das entidades tunisianas e partidos de esquerda foram sempre ignoradas pela ONU e pelos países imperialistas.

Agora, que o povo tunisiano saiu às ruas e realizou uma insurreição, EUA e França abandonaram seu antigo e fiel aliado. De fato, logo após a queda do governo, o presidente dos EUA, Barack Obama, declarou: “Eu condeno o uso de violência contra civis que protestam pacificamente na Tunísia e aplaudo a coragem e a dignidade do povo tunisiano”.

Portanto, o fim da ditadura de Ben Ali foi fruto da valorosa luta dos trabalhadores e dos jovens tunisianos, das greves gerais, das passeatas, das manifestações de rua e da luta heróica dos revolucionários, tendo à frente o PCOT, que lutou e continua lutando por um governo nacional democrático e popular, eleições livres, uma assembleia nacional constituinte e uma nova política econômica e social que garanta trabalho e vida digna para o povo tunisiano.

A Conferência de Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (CIPOML), organização integrada pelo Partido Comunista Revolucionário (PCR), do Brasil, saúda o povo tunisiano pela vitória e exige a imediata libertação de Hamma Hammani, porta-voz do PCOT, de Ammar Amrussia e de todos os presos políticos.

Seguindo os passos do bravo povo da Tunísia, as populações do Egito, da Jordânia, da Argélia e do Iêmen estão também nas ruas em solidariedade aos manifestantes da Tunísia, e reivindicando mudanças em seus próprios países.

Viva a luta do povo da Tunísia!
Viva a Solidariedade dos Trabalhadores e dos Povos!


Janeiro de 2011
Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário (PCR)




domingo, 16 de janeiro de 2011

Non, Je Ne Regrette Rien

Composição: Michel Vaucaire / Charles Dumont

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien.
Ni le bien qu'on m'a fait,
ni le mal, tout ça m'est bien égal.

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien,
C'est payé, balayé, oublié,
je me fous du passé.

Avec mes souvenirs,
j'ai allumé le feu.
Mes chagrins mes plaisirs,
je n'ai plus besoin d'eux.

Balayés mes amours,
avec leurs trémolos.
Balayés pour toujours
je repars à zéro...

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien.
Ni le bien qu'on m'a fait,
ni le mal, tout ça m'est bien égal.

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien.
Car ma vie, car mes joies,
Pour aujourd'hui
ça commence avec toi

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ô de casa Ô de fora! Mariaa vai ver quem é!

Se eu tivesse combinado não teria dado certo a viagem que fiz na última quarta junto com meu amigo Zewagner.

Em viagem a trabalho a cidade de Guarabira pude contar com uma carona de wagner que nem ia pra lá, mas decidiu ir comigo numa conversa apressada que tivemos próximo a rodoviária.

Em Guarabira depois que cumprir meu compromisso conheci uma jovem senhora de 71 anos. Dona Salete, gente fina, jovem literalmente, pela altivez e pela energia que transparesse.

De lá fomos a cidade de Pilõezinhos, situada a cinco minutos de Guarabira. Bem ali pertinho e eu nunca havia conhecido. Cidade agradável onde conheci dona Inês que estava preparando cachorro quente para vender na festa de São Sebastião.

São 155 anos de tradição da festa que mobiliza toda a cidade que conta com uma população de um pouco mais de 5 mil habitantes.

Cidade de interior com todas as suas características. A igreja iponente no centro da cidade. Conhecida pela galinha capoeira a cabidela. Mercearias marcando esquinas da cidade onde todos se conhecem.

No caminho escutamos uma seleção de músicas de folia de reis. Dona Salete relembrou a sua infância quando o seu pai, dono de uma mercearia localizada em um sítio numa região conhecida como amarelinha, chamava cantadores locais para atrair clientes. Dentre as músicas escutamos Ô de casa Ô de fora! Maria vai ver quem é!(procurei na internet e não achei a letra, tampouco sei dizer se a sua denominação é essa mesma).

Muito boa a viagem! Apesar de não ter provado da galinha de capoeira da cidade pude contribuir com a Pastoral da Criança comprando dois cachorros quentes de Dona Inês.

A festa vai até o dia 20 e todo dia conta alguma atração musical. No dia que fui iria ter brega e eu perdi. Infelizmente!

Continuando o assunto

Toda cidade de interior realmente conta com características peculiares. Como diria Jessier Quirino: "Isso é cagado e cuspido, paisagem de interior".

E no dia último dia 5, estava eu em Natal, viajei a cidade de São José de Campestre(RN) onde estava havendo a festa de reis com a banda Aviões do Forró.

Lá ouvi e vi coisas que só tem em cidade de interior. Primeiro uma área enorme, cercada para cobrar a entrada para o show de uma banda que tem um cachê avaliado em mais de 100 mil reais. Uma área pública, esse é o detalhe, que por sinal era a área da rodoviária da cidade (e a foto não me deixa mentir). Cada ingresso valendo 30 reais. Um verdadeiro absurdo. E como se não bastasse a segurança do local foi garantida por policiais militares, ou seja, pelo Estado.

Mas vamos lá...numa esquina encontramos um típico boteco. E uma senhora sentada numa cadeira de balança administrando as contas e observando o movimento. O boteco fica estrategicamente situado numa esquina da cidade, onde obviamente todos passam. Imagino eu que Dona Maria (apelido que demos a senhora) deva conhecer muitas histórias.

E eis que de dentro do boteco sai uma verdadeira pérola. Um antigo cliente de Dona Maria começa a contar uma história que numa cidade vizinha Frei Damião em uma de suas caminhadas exigiu que naquele dia todos os bares da cidade fossem fechados em respeito a sua missa. Um dono de bar decidiu contrariar a vontade do frei. Foi um pé de guerra nunca visto na cidade por conta disso. Nessa hora o relato é interrompido por Dona Maria que muito sábia diz:

-"E eu estava lá!" (hehe) "Eu estava na missa, e vi tudo!"

Isso por si só já foi motivo de riso mas ai do palco escutamos ser anunciado a presença do padre da paróquia da cidade. Até ai tudo bem! quer dizer, mais ou menos porque nunca vi uma festa como essa ter como um dos apoios a paróquia da cidade. Mas eis que o padre é chamado para dar as bênçãos a festa.

Ai foi demais! O padre começou a rezar o pai nosso, sozinho obviamente, até que achando pouco ele foi rezar a ave maria. Ai surgiu um transeunte na rua, um pouco alcoolizado pra não dizer embriagado, começa a seguir o padre na reza levantando os braços como se fosse uma palavra de ordem gritando bem alto: "Ave Maria cheia de graça..."

Bem...só sei que foi assim!

Quanto ao show, foi bom demais! ihih

A hipocrisia das Organizações Globo na hora da tragédia

Do Blog do Garotinho

Numa hora dessas o mais importante é a solidariedade. Não é hora de fazer política. Mas também é uma indignidade usar de hipocrisia, como fazem os veículos das Organizações Globo.

A capa de O Globo mostra a demagogia numa hora dessas. Cobra das autoridades federais verbas para a prevenção de tragédias, para a contenção de encostas. Essa cobrança mereceria os meus aplausos se fosse pra valer.

Mas não dá pra esconder, que em outubro do ano passado, o governador Sérgio Cabral desviou R$ 24 milhões do FECAM (Fundo Estadual de Conservação do Meio Ambiente), para a contenção de encostas e obras de drenagem e deu para a Fundação Roberto Marinho, conforme poderão relembrar, na reprodução abaixo. Eu fiz a denúncia no blog, no dia 20 de outubro de 2010 e não saiu uma linha na imprensa.

Então não venham de hipocrisia. Os mesmos veículos das Organizações Globo que estão cobrando investimentos públicos – o que é emergencial, é claro – escondem que a fundação dos seus patrões, a família Marinho pegou R$ 24 milhões, dados por Cabral, que era para terem sido usados na prevenção de enchentes e contenção de encostas. É tudo lastimável.

Charges na Rua

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Teria sido trágico senão fosse cômico

Um jovem decidiu partir ao suicídio em Cajazeiras após término de namoro de mais de 3 anos.

A sua decisão o fez deitar na PB 004 que liga Cajazeiras a São José de Piranhas. Acontece que o que seria uma tragédia acabou virando comédia. É que os primeiros motoristas a presenciar a cena conseguiram parar o carro e sem muita demora os carros começaram a formar fila.

Várias tentativas foram feitas pelos motoristas para tentar arrancar o rapaz do meio da pista. Entretanto a sua insistência não foi vencida, até que um dos motoristas ameaçou chamar a polícia e num pulo o jovem se levantou e deixou a pista livre voltando vivo para casa.

A confusão durou um pouco mais de 30 minutos e foi noticiada pela Folha do Sertão na manhã de hoje.

O medo da polícia foi maior que o medo da morte. hehe.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

"Quem dá mais pelo Ronaldinho Gaúcho"

Super Herói tem nariz quebrado

Nos dias de hoje não há respeito nem para os super heróis. O super herói Phoenix Jones teve o nariz quebrado por um bandido em Seatle (EUA).

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Do blog de Tião Lucena

Uma obra prima da poesia brasileira, composta por uma aluna do Colégio Bom Conselho (Fortaleza-CE) e enviada ao Bonitão pelo indefecável Vavá da Luz:

Pássaro de rico é canário,
pássaro de pobre é urubu,
rabo de rico é ânus,
e rabo de pobre é cú.

Moça rica é bacana,
moça pobre é xereta,
a periquita da rica é vagina,
a da pobre é buceta.

Rico correndo é atleta,
pobre correndo é ladrão,
ovo do rico é testículo,
e do pobre é culhão.

A esperança do rico vem,
a do pobre já se foi,
a filha do rico menstrua,
a do pobre fica de boi.

O rico usa bengala,
o pobre usa muleta,
o rico se masturba,
o pobre bate punheta.

Mas a vida é assim mesmo,
seja no norte ou no sul,
o rico toma champanhe,
e o pobre toma no cú.

TOINHO DO SOPÃO PROMETE FAZER VASECTOMIA NAS MULHERES POBRES DA PARAÍBA

Retirado do Blog do tião lucena ou boga do tião como ele mesmo costuma chamar

O deputado estadual mais votado nas últimas eleições na Paraíba, Toinho do Sopão, anunciou nesta sexta-feira, numa emissora de rádio, que tão logo tome posse em fevereiro vai trabalhar para fazer vasectomia em todas as mulheres pobres do Estado. Segundo Sopão, as pobrezinhas das mulheres vivem embuchando e tendo filhos sem condições de criar, por isso terão a vida facilitada depois da vasectomia.

O repórter perguntou, então:

-Deputado, o senhor tem certeza de que é vasectomia mesmo?

E Toinho:

-Claro que é vasectomia. Será que as pobrezinhas não têm direito a isso?

Arrumando a casa

Para muitos, assim como eu, esta semana tem um gosto de retomada das atividades. E para o novo governo trabalho é o que não falta nesses primeiros dias de gestão. Imagino um monte de gente perdida no Centro Administrativo Estadual, que por sinal fica bem perto de onde fico diariamente, sem saber por onde começar.

E para começar a semana após uma semana fora do ar aqui vai um post com duas charges que caracteriza essa situação.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Charges na Rua

O Que É, O Que É? (GONZAGUINHA)

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!

Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...

E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...