domingo, 31 de julho de 2011

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Delicadeza do Amor

De Aziel Lima

Ser delicado é possuir alma de criança,

É acreditar...

É se emocionar ao ouvir o marulho do mar

É conversar com as paredes...

É sentir a pureza de uma rosa,

e se envolver no seu perfume...

É ouvir o cantar dos pássaros e

se transportar ao sonho...

É admirar a liberdade das borboletas,

seu colorido e a suavidade de seu toque nas flores...

É ouvir o sussurrar do vento

falando de amor aos seus ouvidos

É perceber na musicalidade da chuva,

o sentido da vida...

É ver a tempestade, seus raios, trovões e vendavais,

impondo limites a humanidade...

É entender que as nuvens negras passam,

E logo ao amanhecer,

nasce o sol com seus raios multicoloridos

nos mostrando....

que vale a pena viver

E sentir o sol transcender o corpo e iluminar a alma..

É olhar uma estrela, e ver o seu brilho,

nos olhos do ser amado

Ser delicado, é sentir a ternura e o sentido de amar...

NAS GRADES!

Foi preso no dia de ontem este que ai está nessa foto. Dispenso qualquer palavra nojenta para o qualificar. Preso por ter cometido uma série de crimes sexuais no Geisel.

E eis que o mesmo não atuava apenas no Geisel. Quem acompanha o verbalirando deve se lembrar do caso que aconteceu com a jornalista Renata Escarião que relatou o fato no seu blog e que reproduzi por aqui na época na data exata do dia 25 de agosto do ano passado.

Vai aqui novamente o seu relato. No mais na esperança de que esse "ser" passe um bom tempo atrás das grades, quiçá nunca mais volte ao mundo da liberdade.

E se ele tivesse apertado o gatilho? E se ele tivesse me violentado?


Por Renata Escarião

No ouvido ficaram as ameaças, no corpo aquela sensação das mãos imundas, na nuca a gélida dureza do cano da arma.

Ele está na minha janela? Vai estar mais uma vez na próxima esquina que eu cruzar? Ninguém me garante que não.

O que mais me apavora e indigna é saber que a arma lhe dava tanto poder. Que ali mesmo ele poderia ter acabado com a minha vida. Como pode alguém decidir sobre o direito de viver do outro? Sobre o direito de seguir sem assédio ou trauma?

Voltava tranquilamente para casa quando um homem de boa aparência e sotaque paulista me parou para pedir uma informação. Estava ao celular parado na calçada por onde eu passava. Quis saber o nome da rua e alongou a conversa perguntando onde poderia adquirir créditos para o celular. Parecia ser de fora e estar perdido a procura de um endereço.

Atenciosa como seria qualquer uma que não imagina o mal que a aguarda, dei todas as explicações. Mas estranhei tanta insistência. Antes que me virasse e fosse embora, o susto. Educadamente o homem sacou a arma, disse que era um assalto e que atirava se eu reagisse.

Invonlutariamente, fastei para trás, mas logo dei um passo de volta a frente diante das ameaças com tom de gentileza para que ninguém percebesse o ocorrido.

Ordenou que eu chegasse perto como se estivesse com ele. Me abraçou, pôs a arma na minha nuca e me beijou incessantemente os cabelos para que pensassem que éramos um casal. Procurei com apenas uma mão a carteira dentro da mochila enquanto ele se aproveitava e enfiava a mão no meu decote. Abri a carteira, mostrei que só tinha R$ 10 e ele disse que eu podia guardar. Não quis o dinheiro.

Pediu o celular enquanto escorregava as mãos pelas minhas costas e bunda. Entreguei. Olhou, analisou e disse que não queria.

- Você é casada ou solteira? Perguntou.

- Onde você mora? É aqui perto?

Gelei. Emudeci. Ele não queria dinheiro, não queria celular, queria a maldade que eu sentia com nojo daquelas mãos.

Nada respondi. Senti trêmula suas mãos insistirem no meu corpo. O cano da arma roçar os fios de cabelo no meu pescoço. Achei que fosse morrer. Achei que ele poderia fazer o que quisesse comigo….me violentar, me matar….ele tinha todo o poder.

Nem respirei.

Caladinha, caladinha…….

E ele beijou minha testa e disse:

- Vá com Deus.

Passou a mão na minha bunda. Disse que me mataria se eu olhasse para trás. Que atiraria….

- Caladinha, caladinha !……susurrou

Não me atrevi a olhar pra trás. Dobrei a esquina, entrei na primeira casa cuja porta estava aberta e pedi ajuda.

Com ajuda de desconhecidos cheguei em casa. Liguei pra polícia, pra uns amigos e descobri que se tratava do mesmo homem que há menos de uma semana roubou o carro de uma moça, a levou com ele, ordenou que tirasse a roupa…..mas ela felizmente conseguiu fugir.

Recebi a visita dos policiais. Contei tudo. Disseram que fizeram rondas mas “o meliante evadiu-se do local”.

Foi seu moço, “evadiu-se”, e levou com ele minha noção de liberdade.

Com quantas não será que fez a mesma coisa ou pior? Fiquem alertas meninas. E denunciem.

Senti no olhar das tais autoridades a apatia diante da não novidade. O ar de: não foi nada demais.

Foi senhores, foi sim. Porque um passo em falso e eu poderia ter ficado lá mesmo, naquela esquina. Porque eu tive meu corpo violado. Minha noção de segurança e liberdade destruídos.

Porque eu tenho o direito de andar livremente sem que minha condição de sexo feminino seja uma fragilidade, sem que eu veja um bandido agir muito a vontade em uma rua movimentada às 20h30 da noite.

Me apavora pensar no que ele poderia ter feito. Me alivia saber que alguma força divina intercedeu, só pode, porque não entendo até agora porque ele me deixou ir.

E num país onde a banalização da violência é generalizada, me pego exausta na busca de um instante de sono tentando me convencer que não foi nada demais.

Diz isso pras palavras e imagens que continuam ecoando na minha cabeça.

Na mesma noite uma empresária foi morta ao reagir a um assalto no Bessa.

Podia ter sido meu destino também.

E o que mais apavora é saber que ainda pode ser.

O meu e o de qualquer um de nós.

Filho da puta.


AJUDEM A DIVULGAR A INFORMAÇÃO PARA QUE ELE NÃO FAÇA OUTRAS VÍTIMAS!


CUIDADO MENINAS! NEM TUDO É O QUE PARECE!


EU TIVE SORTE, MAS QUANTAS TERÃO?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

A Paraíba tem história, e como tem!!

No dia de hoje foi lembrado em nosso estado a morte de João Pessoa ocorrida no ano de 1930, fato que serviu de estopim para o golpe de estado que levava Getúlio Vargas ao poder sendo lembrado o momento como "Revolução de 30".

A morte de João Pessoa não apenas serviu para o estopim do golpe como serviu para que o nome da capital paraibana, chamada até então de Pharaiba do Norte, levasse o nome de João Pessoa e a bandeira do estado mudar para as cores do vermelho lembrando a morte de João Pessoa e o preto em alusão ao luto, ainda contendo a palavra "Nego" lembrando o fato de João Pessoa ter negado apoio a chapa situacionista para a presidência da república.

Lembro este fato obviamente para lembrar a data, independente do mérito, que alguns tem levantado, sobre a justiça de nossa capital levar o nome de um político há tanto tempo.

Na verdade, em matéria divulgada no dia de hoje por uma emissora de tv fica claro que a memória dos paraibanos anda apagada. E olhe que estamos falando do nome que leva a nossa capital.

Quantos e quantos outros fatos políticos andam esquecidos na memória do nosso povo? Talvez seja por isso que se explique que tanta gente podre ainda sobreviva na política às custas da exploração dessa carência de memória popular.

Para ser mais claro, quantas e quantas famílias em nosso estado com um passado marcado de sangue continuam dominando economica e politicamente o nosso estado? Ou não foi isso que vimos nas eleições do ano passado? Filhos, netos, parentes de famílias com um passado sujo mas que, infelizmente, anda longe do conhecimento da imensa maioria da população.

Afinal, o que vemos em nossos livros de história em nossas escolas? Sem precisar ir tão longe, quem conhece a história de "Nêgo Fuba" e "Pedro Fazendeiro" ou ainda a nossa "Margarida Maria Alves". Os mandantes dos crimes onde andam? quem são afinal? Quem sabe estão mais próximos do que pensamos mas, novamente não sabemos, nunca nos contaram.

Muita história a ser contada com certeza. Amanhã por exemplo, fazem 58 anos que um grande líder político morria na cama de um hospital em Campina após atentado em plena luz do dia numa avenida bastante movimentada daquela cidade. Mas quem conhece a história de Félix Araújo? Ou ainda de João Santa Cruz, o advogado do povo, que em 47 teve uma votação espetacular sendo eleito para Assembléia Legislativa.

A nosso história é uma história de resistência, que vem dos bravos índios que habitavam essas terras naqueles anos de 1500, passa pelo quebra-quilos da época do Império, salta a resitência não muito distante de políticos, estudantes, profissionais liberais que resistiram sem titubear a famigerada Ditadura Militar dos anos 60 e chega aos dias atuais, por que não, dos movimentos sociais contra o aumento das passagens, em defesa da educação, da moradia, enfim.

Vai aqui apenas um desabafo e um pedido para quem quiser, junto com este que vos escreve, contribuir em recontar fatos que fazem parte da nossa história mas que no entanto anda esquecida, propositadamente, por quem quer ver tudo na mais tranquila "paz".

Além do desabafo um compromisso de tentar aos poucos com auxílio apenas do que tenho (relatos de antigos, matérias de jornal, não mais do que isso) contar essa história que anda esquecida por ai.

Sarkozy bêbado no G8

Essa eu recebo do nosso correspondente na França, Nicolas Drouvot.

Vídeo de Sarkozy discursando bêbado durante reunião do G8. É só acessar este link: Vodka 1 X 0 Sarkozy.

E ainda falam de Lula! hehe

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Governo abre Arquivo Nacional a familiares de desaparecidos

25/7/2011 13:38, Por José Dirceu

Merece o nosso aplauso a permissão dada pelo ministro José Eduardo Martins Cardozo (Justiça) de acesso irrestrito a toda documentação do período militar para um grupo composto por 12 familiares de mortos e desaparecidos políticos. Os documentos encontram-se hoje no Arquivo Nacional.

Com a medida, centenas de milhares de papéis começarão a ser analisados pelo grupo. O Arquivo Nacional abriga hoje os registros do Sistema Nacional de Informação e Contra informação (Sisni) que coordenava a repressão durante a ditadura. O grupo de trabalho se debruçará sobre a documentação e dará subsídios à Comissão da Verdade, a ser instalada brevemente.

“Não se trata de um grupo de privilegiados que caiu do céu, mas de pessoas com credenciais para realizar esta pesquisa”, conta Ivan Seixas, ex-preso político e um dos membros do grupo que terá acesso à documentação. Segundo ele, há anos essas pessoas buscam sistematicamente informações sobre os mortos e desaparecidos políticos no Brasil. Seus membros participaram da luta pela abertura da Vala do Cemitério de Perus, assim como pela abertura dos arquivos estaduais do Rio e de São Paulo durante o governo Collor, dentre outras.

Segundo o ex-preso político, o trabalho realizado com a documentação do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Rio e de São Paulo e a abertura dos arquivos do Instituto Médico Legal (IML) desses estados forneceram informações que se provaram importantes na localização dos corpos de presos políticos.

Para Seixas, a decisão de abrir os arquivos para representantes da sociedade civil demonstra a coragem e o compromisso do ministro Cardoso e da presidenta Dilma. Segundo ele, o acesso irrestrito é fundamental para a investigação e novas localizações de corpos de mortos e desaparecidos políticos. O grupo aguarda, ainda, a abertura dos arquivos militares.

Governo retoma busca aos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia

25/7/2011 13:31, Por Agência Brasil

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo federal recomeçou hoje (25), em Xambioá (TO), os trabalhos de busca por restos mortais de desaparecidos políticos durante a Guerrilha do Araguaia. A expedição é organizada pelo Grupo de Trabalho do Araguaia (GTA), criado para localizar, recolher e identificar os despojos.

Na quarta-feira (27), a ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário, acompanhará a expedição. O trabalho de campo se estenderá até o dia 4 de agosto.

O GTA, reformulado em maio, é coordenado pelos ministérios da Defesa, Justiça e pela SDH. Uma equipe técnica pericial, familiares dos mortos e desaparecidos da guerrilha e representantes do Ministério Público Federal (MPF) também participam das expedições.

A Guerrilha do Araguaia foi um movimento que surgiu na década de 1970 em oposição à
ditadura militar. Até hoje, dezenas de militantes que participaram da guerrilha estão desaparecidos. Em 2009, a juíza da 1ª Vara Federal do Distrito Federal, Solange Salgado, determinou que o governo federal reiniciasse as buscas na região.

Em dois anos, o grupo encontrou dez ossadas. Elas estão no Hospital Universitário de Brasília (UnB) e aguardam perícia do Instituto Médico-Legal de Brasília.

Edição: João Carlos Rodrigues

domingo, 24 de julho de 2011

By Lattuf

My cartoon to Amy Winehouse (@CarlosLattuf)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Agoniza mas não morre

Composição: Nelson Sargento

Samba, agoniza mas não morre
Alguém sempre te socorre
Antes do suspiro derradeiro

Samba, negro forte destemido
Foi duramente perseguido
Nas esquinas, no botequim, no terreiro

Samba, inocente pé no chão
A fidalguia do salão
Te abraçou, te envolveu

Mudaram toda a sua estrutura
Te impuseram outra cultura
E você nem percebeu

pra escutar na voz de Beth Carvalho e Nelson Sargento é só clicar aqui

Charges na rua

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Família de jornalista assassinado quer coronel Ulstra atrás das grades

Em de julho de 1971 o jornalista Luiz Eduardo Merlino foi morto. Há 40 anos, foi levado de sua casa, em Santos. Foi para São Paulo “explicar” sua militância política. Nunca mais voltou. Merlino, então com 23 anos, foi mais uma vítima da Ditadura Militar no país.

Com passagens pelo Jornal da Tarde, Folha da Tarde, jornal Amanhã e Jornal do Bairro, mais um capítulo de sua história – não esquecida – será escrito no próximo dia 27. Nessa data, o coronel reformado do Exército Brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra, será julgado pelo assassinato do jornalista. Merlino foi torturado e morto nas dependências do Doi-Codi. Na época, o órgão era comandado por Ustra.

Essa é a segunda ação movida pela família de Merlino – a primeira foi extinta em 2008 antes que se chegasse à audiência das testemunhas. No dia 27, ex-militantes do Partido Operário Comunista (POC), organização em que Merlino militava, irão depor em defesa do jornalista. O presidente do Senado José Sarney é uma das testemunhas do cel. Ustra.

IMPRENSA conversou com Tatiana Merlino, jornalista e sobrinha de Eduardo Merlino. Tatiana falou sobre a importância do julgamento, as dificuldades que a família encontrou para conseguir concretizá-lo e o significado de uma possível condenação de Ustra. Acompanhe.

Qual a expectativa da família para o julgamento?

Tatiana Merlino – Nossa expectativa é grande, pois não foi fácil chegar até essa audiência. Essa é a segunda ação movida pela família contra o coronel Ustra. A primeira, uma ação civil declaratória, foi extinta em 2008 antes que se chegasse à audiência das testemunhas. Nessa nova ação por danos morais, de 2010, o coronel Ustra tentou impedir que chegássemos à audiência, mas o juiz não aceitou o recurso, chamado de agravo de instrumento, e aí estamos. Acreditamos que diante dos relatos das testemunhas, que são ex-militantes do Partido Operário Comunista, o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi e o escritor Joel Rufino dos Santos, que relatam detalhes das torturas que Merlino passou até morrer, e do momento que precede sua morte, a Justiça Paulista pode se convencer da responsabilidade de Ustra no assassinato de Merlino.

Qual a importância desse julgamento?

Importantíssimo para a história do país, visto que estamos muito atrasados em relação ao que se chama de Justiça de Transição: memória, verdade e justiça. Até hoje, há apenas uma decisão da justiça declarando que um agente do Estado foi
torturador: a da família Teles contra o próprio Ustra. Nós passamos por essa dificuldade enorme para chegar até a audiência das testemunhas, sendo que essas ações nem são na área penal, como as que estão sendo movidas na Argentina, onde os torturadores e agentes do Estado que cometeram assassinatos e torturas estão sendo levados para a cadeia. Ou seja, no aspecto justiça ainda estamos engatinhando. Já em relação à verdade, também corremos grandes riscos, dependendo de como a Comissão da Verdade será, e por conta da discussão do sigilo dos documentos. Aí ressalto que entre os defensores do sigilo eterno está o senador e ex-presidente José Sarney, que foi arrolado como testemunha do coronel Ustra na ação que a família move contra ele.

Qual seria o significado da condenação do coronel Ustra, caso isso ocorra?

Se Ustra for condenado, o Brasil dará um passo importante para consolidação da democracia brasileira. Se não resolvermos a impunidade do passado, e saber exatamente quem esteve envolvido nos crimes de tortura, estupro, sequestro e assassinato dos opositores do regime militar, não conseguiremos fortalecer as instituições do país.

Entrevista publicada originalmente no Portal Imprensa.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Perícia confirma suicídio do presidente Allende em 1973

Da France Presse

Informação foi confirmada por família ao receber resultado de perícia.
Justiça resolveu abrir em janeiro investigação sobre morte de ex-presidente.


O Serviço Médico Legal confirmou nesta terça-feira (19) que o ex-presidente chileno Salvador Allende se suicidou durante o golpe de estado de Augusto Pinochet em 1973, informou a família depois de receber o relatório da perícia.

"A conclusão é a mesma que a família Allende tinha: o presidente Allende, no dia 11 de setembro de 1973, diante das circunstâncias extremas pelas quais passou, tomou a decisão de tirar sua vida antes de ser humilhado ou passar por qualquer outra situação", disse a filha do falecido mandatário, Isabel Allende.



Em janeiro, a Justiça chilena resolveu abrir uma investigação judicial para esclarecer se o ex-presidente Allende cometeu suicídio como afirma a versão oficial aceita pela família ou se foi executado pelas forças golpistas.

Como parte da investigação judicial, o corpo de Allende foi exumado do cemitério Geral de Santiago para submetê-lo a perícias que devem apresentar resultados conclusivos em agosto.

G1

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Habeas Pinho"

Habeas Pinho é como ficou conhecido uma petição feita em versos pelo então advogado Ronaldo Cunha Lima em 1955 ao juiz da segunda vara de Campina Grande, Artur Virginio, solicitando liberação de um violão que fora apreendido pela polícia de um grupo de seresteiros em plena atividade.

O grupo de seresteiros sabedores do gosto musical do advogado fez o pedido que foi prontamente aceito e assim foi encaminhado ao juiz:

"Habeas Pinho"

O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver, nem pistola.
É simplesmente, doutor, um violão.

Um violão, doutor, que na verdade,
Não matou nem feriu um cidadão.
Feriu, si, a sensibilidade
De quem ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade,
O crime a ele nunca se mistura,
Inexiste entre ambos afinidade.

O violão é próprio dos cantores,
Dos menestréis de alma enternecida,
Que cantam as mágoas que povoam a vida
E sufocam as suas próprias dores.

O violão é música, é canção,
É sentimento, vida e alegria,
É pureza, é nectar que extasia,
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório;
Mas, seu destino não, se perpetua,
Ele nasceu para cantar na rua
E não pra ser arquivo de cartório.

Mande soltá-lo pelo amor da noite,
Que se sente vazia em suas horas,
Pra que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras.

Libere o violão, Dr. Juiz,
Em nome da justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime e, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua um desgraçado,
Derramando na praça as suas dores?

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza de seu acolhimento.
Juntada desta aos auto, nós pedimos
E pedimos também deferimento.

O juiz, Dr. Artur Moura, sensibilizado, deferiu a petição do poeta no mesmo tom:

Para que eu não carregue
Remorso no coração,
Determino que se entregue
Ao seu dono o violão.

Estes versos estão na entrada do auditório da Faculdade de Direito (UEPB) em Campina Grande.

sábado, 16 de julho de 2011

Golpe de estado no Baiano Bar

Ontem no Baiano escutei uma pérola que toda vez que me lembro caio na risada. Um indivíduo de boa aparência, mas já um pouco alterado, por conta de algumas doses de Triunfo, tomou o microfone do grande cantor Elpídio, que religiosamente se apresenta no Baiano todas as sextas feiras, e começou a proferir um verdadeiro discurso mais ou menos assim:

...esta música que vou cantar é para aqueles que, assim como eu, tiveram um grande amor mas após 15 anos de casado levei um golpe de estado dela...

kkkkkkkkk...não me aguento. Golpe de estado foi a melhor definição que já vi de alguém que levou um grande chifre. hehe.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

De Mozart Boaventura Sobrinho

Quero namorar suas palavras e as outras que você copiou de alguém.

Quero namorar seus sentimentos, suas verdades.

Suas mentiras também.

Quero namorar sua cultura e suas limitações.

Quero namorar suas formas... e aprender a te namorar a cada vez que sua moldura for retocada pelo tempo.

Quero namorar sua voz e seu silêncio.

Suas conclusões e suas interrogações.

Suas dúvidas e suas certezas.

Seus anseios, seus receios, suas vontades e suas coragens.

Seu céu e seu inferno.

Quero namorar seus sonhos e aliviar seus pesadelos.

Quero amarrotar seus lençóis, e acordar do seu lado.

Quero perceber o brilho dos seus olhos, para poder realizar todos os seus pequenos sonhos... e dar tudo de mim para realizar os grandes também!

Quero ser seu único.

Seu diamante perfeito.

Sua pedra preciosa.

A joia que você queira usar nos melhores momentos da sua vida.

Quero desfilar contigo, sempre ao lado!!

Mas, quero aprender a ser coadjuvante quando a individualidade lhe for necessária.

E se, ainda assim, não conseguir ser suficiente, vou descobrir coisas novas, além daquilo que você tenha pensado ou desejado.

Por fim, depois de tentar lhe fazer única, quero partir por último, para não lhe causar a dor de chorar por mim.

Minha namorada

VINICIUS DE MORAES

Meu poeta eu hoje estou contente

Todo mundo de repente ficou lindo

Ficou lindo de morrer

Eu hoje estou me rindo

Nem eu mesma sei de que

Porque eu recebi

Uma cartinhazinha de você


Se você quer ser minha namorada

Ai que linda namorada

Você poderia ser

Se quiser ser somente minha

Exatamente essa coisinha

Essa coisa toda minha

Que ninguém mais pode ter

Você tem que me fazer

Um juramento

De só ter um pensamento

Ser só minha até morrer

E também de não perder esse jeitinho

De falar devagarinho

Essas histórias de você

E de repente me fazer muito carinho

E chorar bem de mansinho

Sem ninguém saber porque


E se mais do que minha namorada

Você quer ser minha amada

Minha amada, mas amada pra valer

Aquela amada pelo amor predestinada

Sem a qual a vida é nada

Sem a qual se quer morrer

Você tem que vir comigo

Em meu caminho

E talvez o meu caminho

Seja triste pra você

Os seus olhos tem que ser só dos meus olhos

E os seus braços o meu ninho

No silêncio de depois

E você tem de ser a estrela derradeira

Minha amiga e companheira

No infinito de nós dois

Charges na rua

quarta-feira, 13 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

Félix Araújo, uma história que vale a pena relembrar!

Apesar de recente o fato histórico que irei relatar aqui, pouco se fala (infelizmente) sobre isso no nosso estado, como em vários e vários casos similares que compõem a história da Paraíba e que no entanto pouquíssimos a conhecem.

Há exatos 58 anos o então vereador Félix Araújo era baleado nas costas na esquina da rua Maciel Pinheiro com a Floriano Peixoto na cidade de Campina Grande por um guarda costa do então prefeito da cidade, Plínio Lemos.

Félix Elegeu-se vereador mais votado de Campina em 1951, pelo PL (Partido Libertador. Anos antes havia sido eleito deputado federal (1946) e deputado estadual (1947) pelo PCB. Durante a sua juventude assumiu liderança política a frente do Centro Estudantal Campinense - CEC, entidade estudantil secundarista mais antiga do Brasil.

Em toda sua trajetória Félix dá exemplo de homem de iniciativa e liderança. Além de sua atuação política também se destacou no campo da poesia e muito jovem, ainda aos 16 anos, já publicava artigos em jornais.

Aos 21 anos de idade Félix Araújo colocou sua própria vida em risco, ao ingressar em 1943 voluntariamente nas fileiras da Força Expedicionária Brasileira (FEB) tomando o destino nas trincheiras da 2° guerra mundial em terras italianas para lutar contra o perigo nazifascista que assombrava o mundo na época. Em pleno campo de batalha se destacou pelos seus discursos diários que serviam para animar a tropa.

Naquele dia, 13 de julho de 1953, Félix saía do prédio da antiga Câmara Municipal de Campina Grande, que funcionava na Rua Maciel Pinheiro. Relatos dão conta de que Félix foi arrastado pra fora de um táxi por João Madeira que a força, tentou frustradamente tirar de suas mãos uma pasta contendo documentos que comprometiam o prefeito Plinio Lemos que tinha suas contas investigadas por Félix, após denúncias de corrupção feitas por este último na Câmara. Félix reagiu sacando um revólver mas não logrou êxito, sendo rendido levando um tiro que atingiu sua espinha dorsal. João Madeira fugiu e foi encontrado na casa de Plínio Lemos onde foi preso.

Após 17 dias de internação, na Casa de Saúde Dr. Fransisco Brasileiro, Félix Araújo falecia causando grande comoção a população de Campina Grande. Dá-se conta que o seu sepultamento na cidade de Campina Grande, que na época tinha 150 mil habitantes, contou com aproximadamente 100 mil pessoas, tamanha foi a comoção na cidade. Meses depois a vibração foi enorme nas ruas ao ser noticiado que o assassino João Madeira havia sido morto brutalmente pelos próprios colegas de detenção.

A investigação de sua morte não teve fim por conta de arquivamento na justiça impedindo qualquer indiciamento no caso.

Nos dias de hoje, apesar de seu nome está presente em ruas, praças e até na Câmara Municipal a sua história pouco é lembrada.

"Esta terra de bravos
Não será terra de escravos,
Nem reinado de opressão"
(Félix de Souza Araújo)

"Se dependesse da TV Globo, eu estaria morta"

Por Maria Luisa de Melo, no Jornal do Brasil

“Se dependesse da TV Globo, eu estaria morta”. A declaração da jornalista Cristina Guimarães – vencedora do Prêmio Esso em 2001, junto com Tim Lopes, pela série ‘Feira das drogas’ – promete causar polêmica e agitar os bastidores do caso que ficou conhecido em todo o país. De volta ao Brasil após passar oito anos se escondendo de traficantes da Rocinha, que ameaçavam matá-la depois de reportagem veiculada no Jornal Nacional, ela conta em livro como a TV Globo lhe virou as costas e garante que o jornalista poderia estar vivo se a emissora tivesse dado atenção às ameaças recebidas.

De acordo com Cristina, sete meses antes de Tim ser morto por traficantes do Complexo do Alemão, ela entrou com uma ação judicial de rescisão indireta, na qual reclamava da falta de segurança para jornalistas da emissora. As denúncias integram o livro que está sendo escrito por Cristina e deve ser lançado nos Estados Unidos, no início do próximo ano. A obra, segundo a jornalista e publicitária, também deve virar filme.

“Não dava para escrever meu livro no Brasil. Aqui a Globo ainda tem uma influência muito forte e a obra poderia ser abafada de alguma maneira. Com o apoio do governo americano, fica mais fácil lançar nos EUA”, pondera.

O que motivou as suas denúncias de omissão contra a TV Globo na Justiça?

Trabalhei durante 12 anos na TV Globo. Em 2001, estava fazendo produção para o Jornal Nacional junto com o Tim Lopes. Produzíamos as matérias de jornalismo investigativo do telejornal. Quando o Tim trouxe o material da feira de drogas ao ar livre na Favela da Grota (Complexo do Alemão), a chefia de reportagem me chamou e perguntou se eu conhecia outras feiras deste tipo. Respondi que na Rocinha e na Mangueira o mesmo acontecia e a chefia do JN me pediu para fazer imagens lá. Fui três vezes à Rocinha e duas à Mangueira, para conseguir um bom material. Na primeira vez que estive nos dois lugares, reclamaram que as imagens não estavam boas e exigiram que eu voltasse até o material estar com boa qualidade. O grande problema começou um mês depois da exibição da série. Comecei a ser duramente ameaçada por traficantes, sem nenhum respaldo da emissora, e decidi ingressar com uma ação judicial pedindo segurança.

Quando começaram as ameaças de traficantes?

Por volta de um mês depois da exibição das matérias, começaram a me telefonar de um orelhão que fica dentro da Favela da Rocinha me chamando de ‘Dona Ferrada’ e dizendo que me pegariam. Diziam também que eu não escaparia, era questão de tempo. Diante das constantes ligações, conversei com a chefia do JN e pedi proteção. Fui ignorada. Dias depois, sequestraram um produtor do Esporte Espetacular, o levaram para um barraco na Rocinha. Bateram muito no coitado. Os traficantes queriam saber se ele sabia quem tinha ido à favela fazer as imagens, mas o produtor não sabia. Era de uma editoria diferente da minha e realmente não sabia. O que me assustou foi que a TV Globo não me falou nada. Eu estava voltando de um mês de férias e soube do episódio pela Folha de S. Paulo. Quiseram abafar as ameaças e a ligação entre os dois casos: as ameaças feitas contra mim e o sequestro do Carlos Alberto de Carvalho. O episódio me deixou ainda mais assustada, porque aí eu tive a certeza de que não podia contar com a emissora para nada. Procurei a polícia, registrei o caso na 10ª DP (Gávea), mas acho que sentaram em cima do processo. Na verdade, devem estar esperando para ouvir a outra parte – os traficantes. (risos).

Então, com a denúncia à polícia as ameaças não pararam?

Muito pelo contrário. A coisa corria solta e ninguém fazia absolutamente nada. Mas o que tirou meu sono foi quando prenderam um garoto da Rocinha que pagava propina a um coronel. Fui cobrir o caso e me desesperei. Ao encontrar o moleque detido, ele olhou bem para mim e disse ‘É, tia! Eu tô ferrado, mas tu também tá. Tá todo mundo atrás de você lá na Rocinha. Tua cabeça tá valendo R$ 20 mil’. Naquele momento, tomei a dimensão da situação em que eu me encontrava. Ele descreveu a roupa que eu usava quando ia à favela fazer as imagens. Todo o meu disfarce: meu boné surrado, a bermuda, a cor da camiseta.

Com o processo você conseguiu desligamento da TV Globo?

Sim. Por meio da ação judicial que emplaquei no Ministério do Trabalho, meu vínculo com a TV Globo acabou. Sinceramente, hoje eu tenho mais medo da TV Globo do que dos traficantes. O traficante pode te ameaçar e ser violento. No entanto, ele avisa e depois cumpre. A TV Globo é traiçoeira. Enquanto você é subordinado e faz o que te pedem, você é bonzinho. Já quando você questiona os riscos que ela te impõe e se nega a fazer alguma coisa por temer pela sua própria vida, você é tachado de louco. Traficantes me parecem mais confiáveis.

Você acha que estaria morta se não tivesse travado uma briga judicial com a TV Globo para não ser mais obrigada a produzir matérias que colocassem sua vida em jogo?

Já estaria morta há muito tempo. A Globo não quis saber se eu corria risco de vida. Os meus chefes diziam que as ameaças que eu recebia por telefone eram coisas da minha cabeça. Não me arrependo de ter largado a Globo para trás. A minha vida vale muito mais do que R$ 3.100, que era o meu salário em 2001.

A morte do Tim poderia ter sido evitada pela emissora?

Sem dúvida nenhuma. Eu falei sobre os riscos que estávamos correndo sete meses antes de os traficantes do Alemão matarem o Tim Lopes. Eu implorei por atenção a estas ameaças e o que fez a TV Globo? Ignorou tudo. Sete meses depois, eles pegaram o Tim. Na ocasião do Prêmio Esso, antes de o Tim ser morto, eu liguei para ele e o alertei sobre os riscos de ter exposto seu rosto nos jornais. Na nossa profissão, é preciso ter muito cuidado para mostrar a cara. É muita ingenuidade achar que traficante não assiste TV e não lê jornal.

Procurada pela reportagem do Jornal do Brasil, a assessoria da Rede Globo não retornou às solicitações para esclarecimento das acusações desta matéria.

A Língua Portuguesa como instrumento de poder para todos

desireefabiao@gmail.com
@andressafabiao

A linguagem humana sempre foi um dos pré-requisitos para estabelecer as características da cultura de um povo. Das antigas civilizações ao século XXI, podemos perceber o quão a língua dentro da esfera social estabeleceu-se como instrumento de força, de poder, de status social e de prestígio, sobretudo na linguagem oral. O Latim erudito era falado apenas por aqueles que compuseram o vértice da pirâmide social, já o Latim vulgar, pai do nosso idioma, era proferido por aqueles que se encontravam na base do triângulo social. Essa “herança” influencia, até hoje, nosso modo de ser, de agir, pensar e principalmente na maneira de falar porque na fragmentação social sempre houve aqueles que gozavam de mais prestígios, que tinham acesso aos livros, à cultura e à educação, e, outros que ficavam à margem social, sem acesso aos meios educativos e desprovidos de recursos.

E o que é que a Língua Portuguesa tem a ver com isso? Tudo! Primeiro, porque ela é um órgão vivo assim como o coração, os pulmões, o cérebro, enfim, inerente a qualquer ser vivo que se preze enquanto falante inserido num contexto, independente de camadas sociais; jamais ouvimos falar que o coração de um rico pulsa ´melhor´ do que de um pobre. Segundo, porque é através da língua materna que, em quaisquer circunstâncias da vida, os seres humanos interagem, transformam-se e se emancipam; a língua promove ou destrói qualquer indivíduo, desde que ele saiba usá-la, e terceiro: é ela quem dá suporte a outras ciências para que estas sejam compreendidas; não tem como ler um livro de filosofia se eu não compreendo o mínimo da língua escrita.

A Língua Portuguesa é um bem cultural comum; tanto para pobres como para ricos. Então, não há como mumificar a linguagem humana, desprezando todas as suas capacidades de mutação; melhor dizendo, não há como determinar o “certo” e o “errado”, uma vez que para ser um bom falante do idioma, basta que o indivíduo utilize a adequação no ato comunicativo. É errado eu escrever “vc” numa janela de bate papo na internet? Não, pois o que está em jogo é o contexto comunicativo que exige agilidade. Muitos ainda sofrem de miopia aguda quando comparam a linguagem escrita à linguagem oral, já que não há como comparamos um morto, em termos de vitalidade, a um vivo.

A língua, além de ser um organismo vivo, tem a necessidade de se atualizar, de ser dinâmica conforme as necessidades e o contexto do falante. Por isso, é plausível, extremamente necessária e moderna a ideia de termos em nossos materiais didáticos as diversas possibilidades de compreendermos os níveis de linguagem; “É tornar-se poliglota do próprio idioma”, como disse Evanildo Bechara. Já aqueles que desprezam essas possibilidades de entender o todo da ciência linguística, podemos afirmar que são partidários de que é um absurdo aprender o inglês, francês, carioquês, internetês, paraibanês, etc, já que trata-se de uma língua diferente. Reafirmo: não há português errado quando trata-se de oralidade. Agora, como todo idioma que necessita de estrutura, de um padrão para reger a escrita, se faz necessário utilizar a norma padrão, em um dado momento, quando o gênero textual exige toda formalidade possível.

Como se não bastassem esses pequenos exemplos supracitados, ainda é possível observarmos inúmeras pessoas divergindo acerca da cartilha do MEC que ensina o “Português errado”, gente que vive corrigindo os outros quando pronunciam uma concordância verbal “errada”, pessoas que adoram zombar de outras que fogem ao padrão culto da língua. Abaixo o preconceito linguístico! Pois essa prática baseada numa ditadura fragilizada é que está ultrapassada, equivocada e extremamente desatualizada. Atentemos para o fato de que a diversidade linguística existe e devemos estar aptos às novas possibilidades de comunicação, em vez de estarmos criticando sem nenhuma fundamentação linguística o diferente.

Embora a língua seja um instrumento de poder no meio social, ao observarmos os linguajares “bonitos”, “ convincentes” que supostamente conferem credibilidade e estão adequados às sintaxes da vida, é fundamental averiguarmos um fato: o prestígio linguístico deve ser para todos e não para uns. Aplaudamos o falante da gramática quando ele for bem vindo dentro da sua circunstância; fiquemos de pé e aplaudamos também aqueles que estão abertos a compreender os novos horizontes dos estudos linguísticos o qual engloba todas as falas humanas.

Andressa Fabião é professora de língua portuguesa, revisora de textos, graduanda em Pedagogia da UFPB. Além de ser apaixonada pelo mundo da escrita e pela liberdade de expressão, é mãe de Larissa e atua na área educacional há 4 anos.


Retirei este texto do Parlamentopb.com.br, sitío o qual Andressa mantém uma coluna.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

Abaixo-assinado Comissão Nacional da Verdade e Justiça

Para:Presidente da República Federativa do Brasil

Brasil, 27 de maio de 2011




"Para virar a página, antes é preciso lê-la." (Baltasar Garzón)

O Brasil, entre 1964 e 1985, viveu sob uma ditadura civil-militar que seqüestrou, manteve em cárceres clandestinos, torturou, assassinou e ocultou cadáveres de seus opositores, e, com a forte censura que impôs, impediu o conhecimento completo destes fatos, que até hoje permanecem sem que tenham sido esclarecidos devidamente. Por isso, a sociedade vem lutando, por diversos meios, para que o Estado apure toda a verdade, abrangendo os fatos, as circunstâncias, o contexto e as responsabilidades. E faça Justiça.

Queremos uma Comissão da Verdade com a finalidade de revelar e promover a verdade histórica, o esclarecimento dos fatos e as responsabilidades institucionais, à semelhança do que vem ocorrendo no âmbito internacional.

O Poder Executivo apresentou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 7.376, de 20 de maio de 2010, para a criação, na esfera da Casa Civil da Presidência da República, da Comissão Nacional da Verdade, tendo esta a finalidade de “examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período“ de 1946 a 1988, “a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional”.

Embora bem-vinda a Comissão, Nacional da Verdade, esta foi originalmente concebida como uma Comissão de Verdade e Justiça. O Coletivo de Mulheres pela Verdade e pela Justiça, e a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, por meio deste documento, aberto à adesão de todos e todas e às entidades da sociedade civil, propõe as seguintes alterações ao Projeto:

Para que tenhamos uma Comissão que efetive a Justiça:

· o período de abrangência do projeto de lei deverá ser restrito ao período de 1964 a 1985;

· a expressão “promover a reconciliação nacional” seja substituída por “promover a consolidação da Democracia”, objetivo mais propício para impedir a repetição dos fatos ocorridos sob a ditadura civil-militar;

· no inciso V, do artigo 3º, deve ser suprimida a referência às Leis: 6.683, de 28 de agosto de 1979; 9.140, de 1995; 10.559, de 13 de novembro de 2002, tendo em vista que estas leis se reportam a períodos históricos e objetivos distintos dos que devem ser cumpridos pela Comissão Nacional da Verdade e Justiça.

· o parágrafo 4°, do artigo 4°, que determina que “as atividades da Comissão Nacional da Verdade não terão caráter jurisdicional ou persecutório“, deve ser substituído por nova redação que delegue à Comissão poderes para apurar os responsáveis pela prática de graves violações de direitos humanos no período em questão e o dever legal de enviar suas conclusões para as autoridades competentes;

Para que tenhamos uma Comissão de verdade:

· o parágrafo 2°, do artigo 4º que dispõe que “os dados, documentos e informações sigilosos fornecidos à Comissão Nacional da Verdade não poderão ser divulgados ou disponibilizados a terceiros, cabendo a seus membros resguardar seu sigilo”, deve ser totalmente suprimido pela necessidade de amplo conhecimento pela sociedade dos fatos que motivaram as graves violações dos direitos humanos;

· o artigo 5°, que determina que “as atividades desenvolvidas pela Comissão Nacional da Verdade serão públicas, exceto nos casos em que, a seu critério, a manutenção do sigilo seja relevante para o alcance de seus objetivos ou para resguardar a intimidade, vida privada, honra ou imagem de pessoas”, deve ser modificado, suprimindo-se a exceção nele referida, estabelecendo que todas as atividades sejam públicas, com ampla divulgação pelos meios de comunicação oficiais.

Para que tenhamos uma Comissão da Verdade legítima:

· os critérios de seleção e o processo de designação dos membros da Comissão, previstos no artigo 2º, deverão ser precedidos de consulta à sociedade civil, em particular aos resistentes (militantes, perseguidos, presos, torturados, exilados, suas entidades de representação e de familiares de mortos e desaparecidos);

· os membros da Comissão não deverão pertencer ao quadro das Forças Armadas e Órgãos de Segurança do Estado, para que não haja parcialidade e constrangimentos na apuração das violações de direitos humanos que envolvem essas instituições, tendo em vista seu comprometimento com o principio da hierarquia a que estão submetidos;

· os membros designados e as testemunhas, em decorrência de suas atividades, deverão ter a garantia da imunidade civil e penal e a proteção do Estado.

Para que tenhamos uma Comissão com estrutura adequada:

· a Comissão deverá ter autonomia e estrutura administrativa adequada, contando com orçamento próprio, recursos financeiros, técnicos e humanos para atingir seus objetivos e responsabilidades. Consideramos necessário ampliar o número atual de sete (07) membros integrantes da Comissão, conforme previsto no Projeto Lei 7376/2010.

Para que tenhamos uma verdadeira consolidação da Democracia:

· concluída a apuração das graves violações e crimes, suas circunstâncias e autores, com especial foco nos casos de desaparecimentos forçados ocorridos durante o regime civil-militar, a Comissão de Verdade e Justiça deve elaborar um Relatório Final que garanta à sociedade o direito à verdade sobre esses fatos. A reconstrução democrática, entendida como de Justiça de Transição, impõe enfrentar, nos termos adotados pela Escola Superior do Ministério Público da União, “(...) o legado de violência em massa do passado, para atribuir responsabilidades, para exigir a efetividade do direito à memória e à verdade, para fortalecer as instituições com valores democráticos e garantir a não repetição das atrocidades”.

Para que a Justiça se afirme e se consolide a cultura de respeito e valorização aos direitos humanos, nós abaixo assinados:

Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos:

Alberto Henrique Becker

Célia Silva Coqueiro

Cesar Augusto Teles

Clelia de Mello

Clóvis Petit de Oliveira

Criméia Alice Schmidt de Almeida

Derlei Catarina de Luca

Derly José de Carvalho

Edson Luis de Almeida Teles

Elizabeth Silveira e Silva

Elzita Santa Cruz

Eni Mata de Carvalho

Gertrudes Mayr

Iara Xavier Pereira

Igor Grabois Olímpio

Ivan Akselrud de Seixas

Izaura Silva Coqueiro

Janaina de Almeida Teles

João Carlos S. A. Grabois

Jocimar Souza Carvalho

Laura Petit da Silva

Lorena Morani Girão Barroso

Lucia Vieira Caldas

Marcelo de Santa Cruz Oliviera

Maria Amélia de Almeida Teles

Maria do Amparo Araújo

Maria Eliana de Castro Pinheiro

Maria Socorro de Castro

Pedrina José de Carvalho

Rosalina Santa Cruz

Suzana Keniger Lisbôa

Togo Meirelles Netto

Victória Lavínia Grabois Olímpio

Zilda Paula Xavier Pereira



Coletivo de Mulheres pela Verdade e Justiça

Deisy Ventura

Eleonora Menecucci

Ivy Farias

Maria Aparecida Costa Cantal

Rita Sipahi

Rose Nogueira

Terezinha Gonzaga de Oliveira

Zenaide Machado de Oliveira



Apoiadores:



Adriano Diogo

Adriano Galvão Dias Resende

Ana Cristina Arantes Nasser

Beatriz Cannabrava

Candida Moreira Magalhães

Cássia Cristina Carlos

Darci Toshiko Miyaki

Dulcelina Vasconcelos Xavier

Elza Ferreira Lobo

Frei Betto

Joel Rufino dos Santos

Julia de Oliveira

Margareth Rago

Maria Auxiliadora Galhano Silva

Roberto Nasser Jr.

Os signatários

PARA ASSINAR É SÓ CLICAR NESTE LINK

Olha a cara de Sarney!

O que será que Sarney estava pensando pra estar com esse semblante? Reparem que enquanto todos ao redor do caixão de Itamar estavam com semblante de consternação, Sarney esboça um risinho próprio de alguém que está reflexivo.

Talvez ele estivesse comentando consigo mesmo: "Foi-se mais um presidente, e eu por aqui vivinho" hehe

Dilma, demita Jobim!

Celso Lungaretti *

O motivo certo para demitir Nelson Jobim é o mesmíssimo pelo qual ele jamais deveria ter sido confirmado no posto em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o colocou, na pior de todas as suas escolhas ministeriais: Jobim nunca se comportou como um verdadeiro ministro da Defesa, a quem cabe dar voz de comando às Forças Armadas.

Pelo contrário, seu papel foi o de porta-ultimatos dos fardados no Ministério. Toda vez em que alguém pensou em apurar seriamente as atrocidades perpetradas pela ditadura militar, Jobim fez alarmismo com as ameaças da caserna, conseguindo frustrar as iniciativas dos Genros e Vannuchis.

O pior é que tais ameaças não passavam de blefes: os gorilas comprometidos com o festival de horrores dos anos de chumbo são vistos como relíquias do passado e não têm, nem de longe, o apoio da tropa para novas quarteladas.

Aliás, não se derruba governo brasileiro sem o sinal verde dos EUA e dos grandes capitalistas, que estão se lixando para eventuais punições a Ustras e Curiós. Enquanto o Brasil continuar rezando pela cartilha do capitalismo globalizado, não verão motivo para aventuras institucionais. É simples assim.

Essa gente não troca o certo pelo incerto, como aprenderam os cansadinhos e as aves de mau agouro (aqueles tucanos que têm passado de esquerda, mas apostaram num voo cego para a direita como forma de conquistar o poder... acabando por quebrar o bico e a cara).

No fundo, Jobim pertencia mesmo, de corpo e alma, ao Ministério do FHC. Nele não destoariam suas ridículas exposições públicas em uniforme de campanha, qual garotinho deslumbrado a sonhar com o marcha-soldado-cabeça-de-papel...

Então, já passou do tempo da presidente Dilma Rousseff lembrar-lhe que porta da rua é serventia da casa. Sua última incontinência verbal, espero e torço, será a gota d'água a entornar o copo.

Mesmo porque, se lhe causam tanto asco os idiotas com os quais ele está convivendo no governo da Dilma, o sentimento é recíproco, pelo menos por parte de quem ainda se mantém fiel aos valores originais do PT. A estes, decerto, repugnam os quintas-colunas e as viúvas da ditadura.

E não dá para acreditarmos que ele verdadeiramente se referia aos idiotas dos jornalistas. Trata-se, claro, de uma saída pela tangente idêntica à do Jair Bolsonaro, que optou pelo mal menor, preferindo ser acusado de homofobia que de racismo.

Ainda assim, todos os jornalistas que não se veem como idiotas e têm vergonha na cara deveriam engrossar o coro de Dilma, demita o Jobim!

Obs.: há muito circulam rumores da saída de Jobim do Ministério no meio do ano. Cheguei até a levantar a hipótese de que José Genoíno estivesse sendo preparado para o suceder. Então, é bem provável que as farpas em seu discurso louvaminhas a FHC tenham visado exatamente provocar as reações que lhe permitissem deixar o cargo atirando, com pose de injustiçado e perseguido...

* Jornalista, escritor e ex-preso político, mantém o blog

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Garota de programa foge ao descobrir que contratado de seu 1° programa era o próprio marido

RETIRADO DO BLOG DO TIÃO LUCENA

Querendo ganhar dinheiro, uma mulher casada que mora em Blumenau, interior de Santa Catarina, resolveu virar garota de programa. Para tentar conseguir clientes ela publicou anúncio no jornal, com nome e celular diferente, para o marido não desconfiar. A primeira ligação ocorreu justamente no horário de trabalho do marido, motivo para ela pular de alegria e correr para os braços do primeiro cliente, já pensando na grana que iria ganhar.

Mas o primeiro cliente foi justamente o marido, que viu o anúncio nos Classificados do jornal e telefonou, sem saber que se tratava da sua esposa.

O encontro foi marcado em um galpão abandonado. O cliente foi exigente pedindo para que a garota entrasse no local seminua. Quando a mulher chegou ao local, que tirou parte da roupa e entrou no galpão, viu que o cliente era o seu marido e começou a confusão.

O marido - quase traído - correu atrás da sua esposa, com um pedaço de ferro na mão, mas ela foi mais rápida, pulou várias cercas, e conseguiu escapar.

Ao conversar com a repórter do G17, Silvana Souza Sinara Silva, a mulher lamentou o episódio admitindo ser muito azarenta, e disse que não serve sequer para ser garota de programa. "Outra vez tentei conseguir um amante pela Internet mas o cara era o meu pai. Nunca tive sorte na vida", contou a nossa repórter.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

''CarrePão'': uma farra com nosso dinheiro

"Assim eu também quero! O inclíto empresário Abílio Diniz, ex-todo poderoso dono do Pão de Açucar, resolve sair um dia de casa e comprar, sem gastar um tostão dele, seu maior concorrente no Brasil, o Carrefour. Não se dá ao trabalho sequer de consultar o seu sócio majoritário, o grupo Casino, maior concorrente do Carrefour na França".

O comentário é de Ricardo Kotscho, jornalista, no seu blog, 29-06-2011.

E quem vai bancar a farra? Sim, somos todos nós, com o sagrado dinheiro dos trabalhadores brasileiros guardado no BNDES. Que maravilha!

Deu para entender? Não? Pois é, o moderno capitalismo brasileiro é assim mesmo: o BNDES, com dinheiro da poupança dos trabalhadores, anunciou que pretende liberar R$ 4 bilhões - ou seja, 85% da grana necessária para a concretização do monumental negócio - para que Abílio Diniz possa controlar 32% do varejo nacional, caso saia vencedor da briga com o Casino, que promete lutar por seus direitos nos tribunais internacionais de comércio.

É briga de cachorro grande. Em seu "Comunicado ao Mercado" publicado nesta quarta-feira com destaque nos principais jornais, o grupo Casino denuncia o modus-operandi do empresário brasileiro nas negociações com o Carrefour:

"Trata-se de proposta estruturada em conjunto, em segredo e de forma ilegal, com o objetivo de frustrar as disposições do acordo de acionistas que regem a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) e, indiretamente, expropriar do Casino os direitos de controle adquiridos e pagos no ano de 2005".

Em lugar da concorrência, que já era cada vez menor no setor, teremos agora o assustador oligopólio do monstro "CarrePão", com todas as condições de jogar os preços dos fornecedores para baixo e o dos consumidores para cima, fechar lojas, demitir funcionários, pintar e bordar - e tudo isso financiado com dinheiro público.

Em seu artigo "E nós com isso?", minha amiga Eliane Cantanhêde lembra que a sigla BNDES quer dizer Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Desenvolvimento social de quem?

Só se for daquelas figurinhas carimbadas das colunas sociais que mostram as festas dos amigos do poder, seus castelos, suas princesas e seus jatinhos, à venda em revistas coloridas nas gôndolas junto aos caixas dos supermercados.

Se por acaso o Cade aprovar este verdadeiro atentado à economia popular, se tudo der certo para Abílio Diniz como ele está planejando, um belo dia ele poderá acordar e, ao sair de casa, em vez de ir às compras, simplesmente resolver não vender mais comida, mas apenas tablets, em suas milhares de lojas.

Boa parte do Brasil correrá o sério risco de morrer de fome por não ter mais onde comprar comida.

Parece absurdo? Pois é, como escrevi na semana passada, tem certas coisas que parecem mesmo inacreditáveis, mas no Brasil têm precedente.

RETIRADO DO INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS