sábado, 29 de outubro de 2011

ONU: 186 países aprovam fim de bloqueio a Cuba

Retirado do Jornal A Verdade

Pela vigésima vez, o bloqueio econômico a Cuba foi tema de votação na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Como nas edições anteriores, os participantes da Assembleia rechaçaram o bloqueio econômico, comercial e financeiro promovido pelos Estados Unidos contra a nação cubana. A votação terminou na tarde desta terça-feira (25) com 186 votos a favor do desbloqueio, dois contra e três abstenções.

A votação de hoje contou com 191 das 193 nações que fazem parte do organismo internacional. Assim como a realizada no ano passado, os dois votos negativos foram dos Estados Unidos e de Israel. Ilhas Marshall, Micronésia e Palau se abstiveram e Suécia e Líbia não participaram da votação.

Esta foi a vigésima votação – terceira na gestão do mandatário estadunidense Barack Obama – realizada nas Nações Unidas sobre o bloqueio estadunidense a Cuba. A primeira, segundo informações de Telesur, ocorreu em 1992, quando 59 países votaram a favor do desbloqueio, três contra e 71 se abstiveram. De lá para cá, as votações se repetiram, com rechaço cada vez maior ao bloqueio.

De acordo com um informe apresentado pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba à Assembleia da ONU por ocasião da votação, o bloqueio estadunidense causou, até 2010, um prejuízo econômico por volta de 975 bilhões de dólares à ilha caribenha. Segundo o relatório cubano, apesar de algumas medidas positivas promovidas pelos Estados Unidos, o bloqueio permanece.

“Apesar da retórica oficial que pretende convencer a opinião pública internacional de que o atual Governo norte-americano tem introduzido uma política de mudanças positivas, Cuba continua também sem poder comercializar com subsidiárias de empresas norte-americanas em países terceiros e os empresários de nações terceiras interessados em investir em Cuba são sistematicamente ameaçados e incluídos em listas negras”, destaca o informe.

Além disso, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba revela que o país continua sem poder exportar e importar produtos e serviços dos Estados Unidos, assim como não pode utilizar o dólar norte-americano em negócios internacionais ou possuir contas com essa moeda em bancos de outros países. O documento cubano ainda lembra que o país não tem acesso a créditos de bancos estadunidenses nem de instituições financeiras internacionais.

“O bloqueio viola o Direito Internacional, é contrário aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e constitui uma transgressão ao direito à paz, ao desenvolvimento e à segurança de um Estado soberano. É, em sua essência e objetivos, um ato de agressão unilateral e uma ameaça permanente contra a estabilidade de um país. O bloqueio constitui uma violação massiva, flagrante e sistemática dos direitos humanos de todo um povo. Viola também os direitos constitucionais do povo norte-americano, ao infringir sua liberdade de viajar a Cuba. Viola, ademais, os direitos soberanos de muitos outros Estados por seu caráter extraterritorial”, ressalta.

Para ler o relatório completo, acesse: http://www.cubaminrex.cu/

Fonte: Adital, 25/10/11

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Depilação

Luiz Fernando Veríssimo

Estava eu assistindo TV numa tarde de Domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada o que fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando minha mulher deitou-se do meu lado e ficou brincando com minhas 'partes'.
 
Após alguns minutos ela veio com a 'brilhante' idéia: - Por que não depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer 'outras coisas' com eles.
 
Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos fiquei imaginando o que seriam 'outras coisas'. - Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu, imaginando as 'outras coisas', não tive mais como negar. Concordei.
 
Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha mente
estava vagando pelas novas sensações que só despertei quando ouvi o beep do microondas.
 
Ela voltou ao quarto com um pote de cêra, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei meio estranho aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de 'dona da situação' que deixaria qualquer médico urologista sentindo-se como residente. 
 
Fiquei tranqüilo e autorizei o restante do processo. Pediu para que eu ficasse numa posição de quase frango-assado e liberasse o acesso à zona do agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duas bolinhas de porcelana e começou a passar cêra morna. Achei aquela sensação maravilhosa!
 
O Sr. Pinto já estava todo 'pimpão' como quem diz: 'sou o próximo da fila'!
 
Pelo início, fiquei imaginando quais seriam as 'outras coisas' que viriam.
 
Após estarem completamente besuntados de cêra, ela embrulhou ambos no plástico com tanto cuidado que 
eu achei que iria levá-los para viagem.
 
Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer: na Thailândia, na China ou pela Internet mesmo?
 
Porém, alguns segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino.. Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro PUUUUTA QUEEEE ME PARIUUUUUUU quase falado letra por letra..
 
Olhei para o plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado grudado. Ela disse que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava passar de novo. Respondi prontamente: - Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade!!
 
Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito com as duas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, e fui para o banheiro.
Sentia o coração bater nos ovos.
 
Abri o chuveiro e foi a primeira vez que eu molhei o saco antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos só deixando a água gelada escorrer pelo meu corpo.
 
Saí do banho, mas nesses momentos de dor qualquer homem vira um bebezinho novo: faz merda atrás de merda. Peguei meu gel pós-barba com camomila 'que acalma a pele', enchi as mãos e passei nos ovos.
 
Foi como se estivesse passado molho de pimenta. Sentei no bidê na posição de 'lava xereca' e deixei o chuveirinho acalmar os Drs. Peguei a toalha de rosto e fiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round.
 
Olhei para meu pinto. Ele, coitado, tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequeno que mais parecia irmão gêmeo de meu umbigo.
 
Nesse momento minha mulher bate à porta do banheiro e pergunta se estava passando bem. Aquela voz antes tão aveludada e sedutora ficou igual uma gralha.
 
Saí do banheiro e voltei para o quarto. Ela estava argumentado que os pentelhos tinham saído pelas raízes, que demorariam voltar a nascer. 'Pela espessura da pele do meu saco, aqui não nasce nem penugem, meus ovos vão ficar que nem os das codornas', respondi.
 
Ela pediu para olhar como estavam. Eu falei para olhar a meio metro de distância e sem tocar em nada e se ficar rindo vai entrar na PORRADA!!
 
Vesti a camiseta e fui dormir (somente de camiseta). Naquele momento sexo para mim, nem para perpetuar a espécie humana. No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros.
 
Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar a cueca, mas nada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada.
 
Vesti a calça mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo.
Entrei na minha seção andando igual um cowboy cagado. Falei bom dia para todos, mas sem olhar nos olhos. E passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.
 
Resultado, certas coisas devem ser feitas somente pelas mulheres. Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino. Ainda dói

Charges na rua!


Pra distrair!

Num concurso de morcegos, estavam fazendo uma disputa para ver quem era melhor para chupar sangue. Chega o primeiro com a boca cheia de sangue, babando mesmo, entra e diz: - Tá vendo aquela galinha morta ali, fui eu. Chega o segundo com a barriga tão cheia de sangue que quase não conseguia voar, entra e diz: - Tá vendo aquela vaca morta ali, fui eu. Chega o terceiro com sangue da cabeça aos pés, totalmente ensanguentado, o pessoal olha pra ele e fala, já ganhou, já ganhou. Então ele diz: - Tá vendo aquele muro ali, eu não tinha visto.

domingo, 23 de outubro de 2011

"Ainda guarda nos olhos o brilho da sua inocência"

Do poeta Aziel Lima recebi essa poesia após lhe dar como mote o seguinte verso: "ainda guarda nos olhos o brilho da sua inocência". E saiu essa bela poesia:

eu conversei com as flores
sobre perfume e beleza
discuti com a natureza
sobre terra sol e mar
eu amei e pude amar
mais o que sempre carreguei
e hoje volto a afirmar
ainda carrego nos olhos
o brilho de sua inocência

por vocé pude sonha
fiz versos e recitei
tive paixões me apaixonei
vivi tristeza e alegria
passei noites de agonia
por espinhos caminhei
até fome já passei
e ainda carrego nos olhos
o brilho da sua inocencia

se fosse pra falar tudo
o que passei e passaria
escreveria noite e dia
1,2,3 livros e mais
pois ´por voçé sou capaz
de enfretar céu e mar
e onde for vou afirmar
que ainda carrego nos olhos
o brilho da sua inocencia...


Ao contrário do poeta que fez essa poesia em poucas horas, passarei uma semana para fazer uma com o mesmo mote...aguardem!

sábado, 22 de outubro de 2011

PCdoB usa indevidamente imagens de Olga e Prestes, afirma carta de Anita Prestes

Ao Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

Dirijo-me à direção do PCdoB para externar minha estranheza e minha indignação com a utilização indébita da imagem dos meus pais, Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes, em Programa Eleitoral desse partido, transmitido pela TV na noite de ontem, dia 20 de outubro de 2011.

Não posso aceitar que se pretenda comprometer a trajetória revolucionária dos meus pais com a política atual do PCdoB, que, certamente, seria energicamente por eles repudiada. Cabe lembrar que, após a anistia de 1979 e o regresso de Luiz Carlos Prestes ao Brasil, durante os últimos dez anos de sua vida, ele denunciou repetidamente o oportunismo tanto do PCdoB quanto do PCB, caracterizando a política adotada por esses partidos como reformista e de traição da classe operária. Bastando consultar a imprensa dos anos 1980 para comprovar esta afirmação.

Por respeito à memória de Prestes e de Olga, o PCdoB deveria deixar de utilizar-se do inegável prestígio desses dois revolucionários comunistas junto a amplos setores do nosso povo, numa tentativa deplorável de impedir o desgaste, junto a opinião pública, de dirigentes desse partido acusados de possível envolvimento em atos de corrupção.

Atenciosamente,

Anita Leocádia Prestes

O único poema de Lênin conhecido


Tempestuoso ano aquele. Os Furacões sobrevoavam
 

o país inteiro. Se desatavam as nuvens carregadas,
 

sobre nós se precipitava a tempestade, e o granizo e o trovão.
 

Feridas
 

Se abriam nos campos e nas aldeias debaixo dos golpes do chicote
terrestre.
 

Estalavam os raios, os relâmpagos retumbavam violência.
 

O calor queimava sem piedade, os peitos estavam oprimidos
 

E o reflexo dos incêndios iluminava
 

as trevas mudas das noites sem estrelas
 

Transtornados os elementos e os homens,
 

os corações oprimidos por uma inquietude obscura,
 

ofegavam os peitos de angústia,
 

ressecadas as bocas se cerravam.
 

Mártires aos milhares morreram nas tempestades sangrentas,
 

mas não em vão sofreram eles o que sofreram, sua coroa de espinhos,
 

O reino da mentira e das trevas,por entre escravos hipócritas,
 

eles passaram como as tochas do porvir.
 

Com traço de fogo, com um traço indelével,
 

eles gravaram diante de nós a via do martírio,
 

e na carta da vida, estamparam o selo do opróbio
 

sobre o jugo da escravidão e da vergonha das correntes…
 

O frio se intensificava. As folhas murchavam e caíam
 

E colhidas pelo vento se amontoavam em uma dança macabra.
 

Vem o Outono cinza e pútrido,
 

lacrimejante de chuva, sepultado de barro negro.
 

E para os homens a vida se fez detestável e opaca.
 

Vida e morte lhes foram igualmente insuportáveis,
 

Os rondavam sem trégua a cólera e angústia.
 

Frios e vazios e escuros seus corações como seus lares.
 

E de repente, a Primavera! Primavera em pleno Outono putrefeito,
 

A Primavera Vermelha descendo sobre nós, bela e luminosa,
 

Como um presente dos céus ao país triste e miserável,
 

Como uma mensageira da vida.
 

Uma aurora escarlate como uma manhã de maio
 

Se levantou no céu abafado e triste;
 

O sol vermelho, cintilante, com a espada de seus raios
 

Perfurou as nuvens e se dissipou a mortalha da bruma.
 

Como o fogo de um farol no abismo do mundo,
 

Como a chama do sacrifício no altar da natureza,
 

Aceso para a eternidade por uma mão desconhecida,
 

Conduziu até a luz os povos adormecidos.
 

Rosas vermelhas nasceram de sangue ardente,
 

flores de púrpura se abriram,
 

e sobre as tumbas esquecidas
 

trançaram coroas de glória.
 

Atrás do carro da liberdade,
 

e brandando a bandeira vermelha
 

fluiam multidões semelhantes a rios,
 

como o despertar das águas com a primavera.
 

Os estandartes vermelhos palpitavam sobre o cortejo,
 

se elevou o hino sagrado da liberdade
 

e o povo cantou com lágrimas de amor
 

uma marcha fúnebre para seus mártires.
 

Era um povo jubiloso,
 

seu coração transbordava de esperanças e de sonhos,
 

todos criam na liberdade que veria,
 

desde o sábio ancião até o adolescente.
 

Mas o despertar segue sempre ao sonho.
 

A realidade não tem piedade.
 

E à beatitude das fantasias e da embriaguez
 

segue a amarga decepção.
 

As forças das trevas se agarravam nas sombras,
 

arrastando e vaiando o povo. Esperavam.
 

E repentinamente fundiram seus dentes e suas navalhas,
 

nas costas e nos calcanhares dos valentes.
 

Os inimigos do povo, com suas bocas sujas,
 

Bebiam o sangue quente e puro
 

quando os inocentes amigos da liberdade
 

esgotados por penosas caminhadas,
 

foram pegos de surpresa, sonolentos e desarmados.
 

Se esfumaram os dias de luz,
 

os substitui uma série interminável e maldita de dias negros.
 

A luz da liberdade e os sol se extinguiram.
 

Um olhar de serpente espreita nas trevas.
 

Os assassinos sem escrúpulos, os pogromos, o lodo das denúncias,
 

(progrom: assassinato e saqueio de judeus)
 

são proclamados atos de patriotismo,
 

e o rebanho negro se regozija
 

com um cinismo sem freio,
 

Salpicada com o sangue das vítimas da vingança,
 

mortas com um pérfido golpe
 

sem razão nem piedade,
 

vítimas conhecidas e desconhecidas.
 

No meio de vapores de álcool, madizendo, mostrando o punho,
 

com garrafas de vodka nas mãos, multidões de pilantras,
 

Correm, como um tropel de bestas,
 

Fazendo soar as moedas da traição,
 

E bailam uma dança de apaches.
 

Mas Emilinho, o pobre idiota,
 

(Yemelia:diminutivo de Yemelian (Emiliano), entre os russos é
 

sinônimo de idiota)
 

a quem as bombas tornaram mais tonto e assustadiço, treme como um
 

rato,
 

E em sua festança ajeita com aprumo a insígnia dos Cem Negros.
 

(Cem Negros:partido czarista, policial, anti-semita e reacionário,
 

precursor russo do nazismo)
 

A risada lúgubre das corujas e das rapinas noturnas
 

Ressoam na escuridão das noites, anunciando a morte da liberdade e
 

da alegría,
 

E um Inverno cruel, com a neve tempestuosa,
 

Vem do reino dos gelos eternos.
 

Com suas neves espessas, semelhantes a uma mortalha branca,
 

O inverno voltou ao grande país.
 

Atando a Primavera com correntes de gelo,
 

O frio-verdugo lhe deu morte antes do tempo.
 

Como manchas de barro, por aqui e por ali, aparecem
 

As pequenas ilhas negras das aldeias miseráveis sepultadas abaixo
 

das neves.
 

A fome junto à miséria e ao frio pálido
 

Por toda parte se protegem nas moradas pestilentas.
 

Através da planura da neve sem fim,
 

Através das estepas, sem medida nem limite,
 

Onde o verão o vento ardente traz consigo um calor tórrido,
 

Nefastos temporais de neve vão e vêm como brancos pássaros de
rapina.
 

A tempestade uiva como uma besta selvagem e de pele emaranhada,
 

Precipitando-se sobre tudo que conserve uma gota de vida,
 

E voa, com estrépito, como uma terrível serpente alada,
 

Para apagar da face da terra todo rastro de vida.
 

A tempestade dobra as árvores, quebra os bosques,
 

Amontoa a neve nas montanhas geladas.
 

Os animais se protegem em suas tocas.
 

Desapareceram as veredas e o viajante é engolido sem deixar rastros.
 

Magros lobos aparecem, famintos,
 

Erran sobre os passos da tempestade,
 

Ferozes, a presa se conduzem un aos outros,
 

Uivam à lua, e todo o vivo treme de espanto.
 

A coruja ri, o lechy selvagem golpeia as mãos.
 

(Lechy: espirito do bosque segundo os contos populares russos)
 

Ébrios, os demônios negros giram en torvelinho
 

E fazem estalar os ávidos lábios: sentem o cheiro de uma grande
 

matança
 

E esperam o sinal sanguinolento.
 

O gelo cobre tudo, morte em todas partes, tudo jaz rígido.
 

Toda vida parecia esfumada,
 

Uma fossa comum o mundo inteiro, uma fossa única.
 

Nem sequer as sombras da vida livre e luminosa.
 

Mas é ainda cedo para que a noite triunfe sobre o día,
 

Para que la tumba celebre su fiesta de victoria sobre la vida …
 

Ainda debaixo das cinzas se incuba a faísca.

A faísca que a vida reanimará com seu sopro.


A flor da liberdade quebrada e desonrada
 

foi pisoteada e morta está para sempre.
 

Os negros se regozijan ao ver aterrado ao mundo da luz,
 

Mas na terra natal o fruto desta flor já espera no subsolo.
 

Nas entranhas da mãe o grão milagroso
 

Misterioso se conserva e invisível;
 

Há de ser alimentado pela terra, se reanimará na terra,
 

Para renascer para uma vida nova.
 

Levará o germe ardente da nova liberdade,
 

Fundirá a crosta do gelo, a fenderá,
 

Crescerá e -árvore gigante- iluminará o mundo com sua folhagem
 

vermelha,
 

O mundo inteiro surgirá a sua luz, e debaixo de sua sombra
 

congregará a todos os povos.
 

As armas, irmãos! A felicidade está próxima! Coragem! Ao combate!
 

Adiante!
 

Desperta vossos espiritos! Expulsa de vossos corações o medo covarde
 

e servil!
 

Estreita vossas filas! Todos unidos contra os tiranos e os amos!
 

A sorte da vitoria está em vossas poderosas mãos de trabalhadores!
 

Coragem! Este tempo de desgraças passará rápido!
 

Os levanta como um só contra os opressores da liberdade!
 

A Primavera chegará … se aproxima … já vem.
 

A vermelha liberdade, tão bela, tão desejada, caminha até nós!
 

Autocracia
 

Nacionalismo
 

Ortodoxia
 

Já demonstraram irrefutavelmente suas altas virtudes:
 

Em seu nome se nos golpeava, se nos golpeava, se nos golpeava,
 

Até o sangue mesmo se castigava aos mujiks,
 

Se os quebravam os dentes,
 

Se sepultava aos homens nos presidios, encarcerados,
 

Se saqueava, se assassinava,
 

Para nosso bem, segundo a lei,
 

Para a glória do Czar e para a saúde do Império,
 

Os servidores do Czar davam de beber aos verdugos,
 

Com a vodka do Estado e o sangue do povo
 

Seus soldados regalavam a seus rapazes corvos.
 

Se dava de beber aos executores das altas ordens,
 

Se alimentava a seus corvos rapazes
 

Com os cadáveres ainda tibios dos escravos rebeldes
 

E com os cadáveres dóceis dos escravos mais fiéis.
 

Com uma oração ardente, os servidores de Cristo
 

Regavam de agua benta um bosque de horcas.
 

Hurra! Viva nosso Czar!
 

Com seu nó de marinheiro bem ensaboado e bem benzido!
 

Viva o escudeiro do Czar,
 

Com seu chicote, seu sabre e seu fusil!
 

Soldados, afogai vossos remorsos
 

Em um pequeno copo de vodka!
 

Disparai, valentes, sobre as crianças e sobre as mulheres!
 

Matai o maior número possível de vossos irmãos para divertir ao
 

papaizinho.
 

E se teu própio pai cai sobre tuas balas,
 

Que se afogue em seu sangue, vertido pela mão de Caim!
 

Embrutecido pela vodka do Czar,
 

Mata a tua própia mãe, sem piedade!
 

O que temes tu?
 

Não é aos japoneses, a quem tens a sua frente.
 

Não temes senão a teus próximos, a teus própios familiares,
 

E eles estão de todo desarmados.
 

Uma ordem se te dá, valete do Czar.
 

Sê como antes uma besta de carga, escravo eterno,
 

Enxuga tuas lágrimas com tua manga
 

E golpeia o solo com tua testa!
 

Oh, povo, fiel, feliz
 

Amado pelo Czar até a morte,
 

Suporta tudo e obedece até a morte …
 

E fogo! Chicote! … Golpiai … !
 

Deus: protege o povo,
 

Poderoso, majestoso!
 

Que nosso povo reine, fazendo suar de medo aos czares!
 

Com sua tropa sem glória Nosso Czar está desencadeado,
 

Com sua matilha de servidores desprezados
 

Os lacaios sujos se festejam
 

Sem lavar o sangue de suas mãos.
 

Deus: protege o povo
 

Durante os dias sombrios!
 

E tu, povo, protege a Bandeira Vermelha!
 

Opressão sem limite!
 

Chicote da polícia!
 

Tribunais de sentenças súbitas
 

Como as salvas das metralhadoras!
 

Castigos e fusilamentos,
 

Horrível bosque de forcas
 

Para castigar vossas rebeldias!
 

Lotadas estão as prisões,
 

Os deportados sofrem infinitudes,
 

As selvas desgarram a noite,
 

os abutres se saciam.
 

A dor e o duelo
 

Se extendem sobre o país natal.
 

Nem uma família alheia ao sofrimento!
 

Festeja com teus verdugos,
 

Déspota, teu banquete sangrento,
 

Roe, Vampiro, a carne do povo,
 

Com teus cães insaciáveis!
 

Semeia, Déspota, o fogo!
 

Monstro, bebe nosso sangue!
 

Levánta-te, Libertai!
 

Flameja, Bandeira Vermelha!
 

Vinga-os, castigai,
 

Torturai-nos uma última vez!
 

A hora do castigo está próxima!
 

Ja chega o tribunal. Saiba disso!
 

Pela liberdade
 

Iremos à morte, à morte,
 

Tomaremos o poder e a liberdade,
 

E a terra será do povo!
 

No combate desigual
 

Caírão vítimas sem nome!
 

Pelo trabalho livre,
 

Seus olhares flamejam ameaças.
 

Se lançam até o céu,
 

Eterno carrilhão do trabalho!
 

Golpeia, martelo, golpeia para sempre.
 

Pão! Pão! Pão!
 

No combate desigual
 

caíram vítimas sem nome pela libertação do trabalho.
 

Seus olhares flamejam ameaças…
 

Marchai, marchai, campesinos!
 

Vós não podeis viver sem a terra.
 

Os expulsaram os senhores,
 

os oprimirão ainda por muito tempo?
 

Marchai, marchai, estudantes!
 

Muitos de vós serão ceifados na luta.
 

Fitas vermelhas envolverão os ataúdes dos que caírem!
 

Marchai, marchai, famintos!
 

Marchai oprimidos!
 

Marchai humilhados!
 

Até a vida livre!
 

O jugo das bestas reinantes é nossa vergonha!
 

Expulsemos aos ratos de suas tocas!
 

Ao combate, proletário!
 

Abaixo todos os males!
 

Abaixo o czar e seu trono!
 

Já brilha a aurora da liberdade estrelada
 

e expande sua chama.
 

Os raios da felicidade e da verdade
 

aparecem ante os olhos do povo.
 

O sol da liberdade
 

nos iluminará através das nuvens.
 

O canalha do Czar,
 

“Debaixo das patas dos cavalos com eles!”,
 

Dirá a poderosa voz de toque ao rebanho
 

Glorificando a liberdade.
 

Destruiremos as abóbadas das prisões.
 

A justa cólera está rugindo,
 

A bandeira da libertação
 

Conduz a nossos combatentes.
 

Tortura, Okhrana,

(Okhrana:polícia secreta czarista)


Chicote, cadafalso, abaixo!
 

Desacorrenta-te, combate de homens livres!
 

Morte aos tiranos!
 

Extirpemos pela raiz
 

o poder da autocracia.
 

Morrer pela liberdade é uma honra,
 

viver em correntes uma vergonha!
 

Deitemos por terra a escravidão,
 

a vergonha do servilismo.
 

Oh, liberdade, nos dê
 

a terra e a independência!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

By Latuff

Oh mestre Jobs! Nos ensinou como ficar ricos!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

By Latuff

 
Anacleto Reinaldo- O chumbo grosso

Marco Maciel é persona non grata na UFPE

Estudantes fazem protesto em repúdio a presença de Marco Maciel na Faculdade de Direito da UFPE

No dia 3 de outubro, aconteceu a Solenidade de Reabertura do Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife, em comemoração dos seus 100 anos, onde foi convidado como conferencista o ex-vice presidente Marco Maciel. 

Os estudantes, indignados com a homenagem à um interventor da ditadura em Pernambuco, levaram cartazes criticando a política ditatorial defendida pelo convidado e pedindo a abertura dos arquivos da ditadura. Contudo, o ex-vice presidente parece não lembrar de tudo isso, nem mesmo das condições que o fizeram chegar ao cargo de governador, falando no seu discurso de democracia e direitos eleitorais.

O DCE-UFPE quebrou o protocolo, demonstrando a insatisfação dos estudantes, para denunciar a infeliz escolha do Governador Biônico e fazer a justa homenagem que essa solenidade deveria ter feito, aos estudantes que muito lutaram por uma sociedade mais justa e democrática e que por isso foram perseguidos, presos, torturados, desaparecidos e mortos pelo regime representado por Marco Maciel em nosso estado, a exemplo de Umberto Câmara Neto patrono do DCE.

Além disso, solicitamos o apoio da Reitoria da UFPE ao Comitê de Memória Verdade e Justiça de Pernambuco, que tem como objetivo mostrar o que aconteceu com os desaparecidos políticos, julgar e punir os responsáveis pelos crimes cometidos contra os lutadores e lutadoras de Pernambuco.

Umberto Câmara Neto, Presente!
 
Escrito por Marilia Novaes, Presidente do DCE-UFPE - retirado do sítio eletrônico da União da Juventude Rebelião: www.rebeliao.org

terça-feira, 4 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Venham todos ocupar Wall Street, pede Michael Moore

Após visitar os acampados em Wall Street e declarar seu apoio ao movimento de ocupação, o cineasta e ativista Michael Moore publicou uma nota em seu blog chamando pessoas de todo o país para se reunirem aos manifestantes em Nova York. Ele considera o fato histórico: “É a primeira vez que uma multidão de milhares toma as ruas de Wall Street”. A manifestação segue sendo ignorada pela "grande imprensa".

Retirado de Carta Maior

A manifestação “Ocupar Wall Street” chega ao décimo dia ignorada pela grande imprensa e cada vez mais “gritante” na mídia alternativa e blogs. As milhares de pessoas permanecem acampadas no local, enfrentando policiais cada vez mais violentos.

Lawrence O´Donnel, apresentador de uma emissora de TV alternativa, mostra em seu programa “The last World” a cena de um jovem sendo agredido. Ele questiona: “Por que os policiais estão batendo neste rapaz?”

Em seguida, Lawrence reapresenta a mesma cena em câmera lenta e explica: “Os policiais estão batendo no jovem porque ele está armado com uma câmera de vídeo”. Outra cena do programa mostra duas mulheres gritando muito após terem sido atingidas por spray de pimenta. Lawrence condena a brutalidade: “As pessoas são inocentes, pacíficas, não podem ser agredidas nem presas”.

O que causa espanto ainda maior, acrescenta o jornalista, é a falta de reação de quem assiste ao espetáculo de horror de braços cruzados. “Ninguém faz nada a favor dessas pessoas”, denuncia, afirmando que a violência policial contraria a lei, é crime. Diz ainda que a ação policial tem uma explicação: o governo sabe que a manifestação não terminará enquanto a população nas ruas não for ouvida.

Um internauta posta o programa de Lawrence no Youtube e pede: “Por favor, transformem isto num viral”, explicando que tem poucas linhas para expressar o horror que está ocorrendo nas ruas. Ele assina “moodyblueCDN” na postagem.

Abaixo do vídeo, segue o comentário: “E aqui vamos nós aos bastidores de Matrix”, comparando a bem engendrada política imperialista ao enredo do filme de ficção científica, no qual os personagens têm os destinos traçados por máquinas e só podem romper esse circuito de manipulação quando surgir o salvador.

Outro vídeo da internet mostra os jovens e sua demanda: “quem for honesto nos dará apoio, quem for heróico se juntará a nós”.

Lucas Vazquez está entre os jovens de Wall Street, é um dos organizadores do protesto, segundo um vídeo. Ele dá uma declaração tranqüila, mostrando-se surpreso com a reação dos policiais.

Os dez dias de protestos já deram origem a um documentário, O verão da Mudança (Summer of Change), de Velcrow Ripper. Ripper navega na praia hippie dos anos 1960 ao propor: “Como esta crise global pode se transformar em uma história de amor?”. O documentário foi produzido pela Evolve Love.

By Latuff