“Um tempo de enfrentamentos,
o sangue jorrou,
deixando braços e brados que não vacilarão
em seguir os exemplos deixados.
Combater em defesa da vida.
Sempre!!!”
o sangue jorrou,
deixando braços e brados que não vacilarão
em seguir os exemplos deixados.
Combater em defesa da vida.
Sempre!!!”
Por: Pedro César Batista
No momento que o Congresso Nacional, em um ato simbólico, reempossa
os parlamentares cassados pela ditadura, é oportuno e justo resgatar a
memória de um jovem parlamentar que não foi cassado, mas foi morto, aos
36 anos, por atuar ao lado dos trabalhadores na defesa da reforma
agrária faz parte da defesa da democracia e do resgate da verdade
histórica.
Batista, como era conhecido João Carlos Batista, foi o único deputado
assassinado no Brasil após o fim do governo militar. Atuou junto aos
camponeses do Pará na luta pela reforma agrária. Ele foi morto em 06 de
dezembro de 1988, depois de ter sofrido três atentados a bala (1985, 86 e
87), mesmo tendo solicitado, inúmeras vezes, formalmente, segurança ao
poder público – que manteve-se omisso, acabou assassinado.
O crime organizado pelo latifúndio não vacilou. Assassinou um deputado no pleno exercício de seu mandato parlamentar, matando-o na frente da família, quando chegava em sua casa, localizada no centro de Belém (PA), após sair de uma sessão da Assembleia Legislativa do Pará.
Os mortos pelo latifúndio, entre 1964 e 2011, passam de dois mil, com
escassos casos de assassinos e mandantes julgados e condenados.
Decorrido 24 anos do assassinato de João Batista dois pistoleiros
foram presos. Os dois já foram mortos. Um degolado, ainda antes de ser
julgado, dentro da prisão. O outro, condenado a 30 anos de prisão, foi
morto em 12 de dezembro de 2010, em Teresina (PI) quando livremente
continuava exercendo seu ofício de matador. Os mandantes continuam
livres e sem terem sido julgados. Nem mesmo foram citados no processo.
Relembrar a memória de Batista, no dia em que sua morte completa 24
anos durante o ato do Congresso Nacional de reempossar os parlamentares
cassados pela ditadura reafirma a necessidade da sociedade não permitir,
nunca mais, cassações, nem mortes de lideranças, parlamentares e de
nenhuma pessoa por lutar pela democracia e por justiça social.
O mandato de João Carlos Batista foi cassado pelas balas do
latifúndio, por isso relembra-lo é importante para animar a fé na luta e
em quem combate ao lado do povo. Ditadura nunca mais.
João Carlos Batista vive.
Brasília, 04 de dezembro de 2012
Por: Movimento de Olho na Justiça / Pedro César Batista / Izabel Suzuko Dias / Wanessa Dias Santos
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