sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Poema de ano novo

É preciso que nos encontremos diante do amor como as árvores fêmeas
cuja raiz é a mesma e se perde na terra profana
É preciso...a tristeza está no fundo de todos os sentimentos
como a lágrima no fundo de todos os olhos
Sejamos graves e prodigiosos, ó minha amada, e sejamos também irmãos e amigos.

É preciso que levemos diante de nós o retrato das nossas almas
como se fôssemos a um tempo a Verônica e o Crucificado
Eu sou o eterno homem e hoje que a dor fecunda o tempo
eu sinto mais que nunca a vontade de fechar os braços sobre a minha miséria.
Fiquemos como duas crianças pensativas sentadas numa escada
- todos serão os peregrinos e apenas nós os contemplados.

Vinicius de Moraes
(1913-1980)

Rapidinhas

Twitter que é bom, nada!

Simplesmente não consigo abrir meu twitter há duas semanas. A página abre, porém a parte que daria para visualizar as tuitadas fica em branco, ou seja, não vejo nada.

Em pleno final de ano, e eu sem twitter. É foda! Aliás, é falta mesmo!

2011

Na Nova Zelândia já é 2011. A todos de lá Feliz Ano Novo. E na França meu amigo Nicolas prepara-se para a virada do ano. Lá estarão comemorando 4 horas mais cedo que nós brasileiros. Aos franceses mil votos de prosperidade nesse ano que se inicia. E que a consciência de classe dos trabalhadores só avance neste país de tradição revolucionária.

Ano novo, passagem mais cara

O ano novo irá começar e já na segunda a passagem fica mais cara. Alegria de pobre dura pouco como dizem. Mal se inicia o ano e já vamos pagar caro pela passagem para gerar mais lucros aos tubarões do transporte coletivo. Prejuízo coletivo e benefício privado. É a pisadinha do transporte.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Estatísticas do verbaLIRAndo

Bem...fim de ano chegou e aquilo que nem eu sabia extamente pra que serviria completou uma ano de vida no último dia 22. E como todo blog o verbalirando tem suas estatísticas. Então vamos lá! vou fazer das estatísticas do blog um momento retrospectivo do que produzi ou reproduzi nesse um ano de blog.

Em primeiríssimo lugar fica o post "Uso ou abuso de cirurgia plástica"com 218 visualizações. Retirei a matéria do Jornal O Gramma de Cuba. Em segundo fica o post "65 anos de vitória do exército vermelho sobre a besta nazista"com 67 visualizações. Esse eu retirei de uma Organização marxista-leninista da Noruega, revi dia desses e percebi que precisava de uma boa revisão, porque só fiz passar no google tradutor e não revisei, então tem algumas coisas sem sentido. E abaixo das duas fica o post de minha produção fruto de um trabalho acadêmico sobre a história de Ikursk intitulado "Um pouco de universidade". Esse até comentário rendeu de uma estudante de História, Paula Meyer que também tem um blog, do Centro Universitário Santo André.

Ao todo foram 2.857 visualizações de maio para cá. O que dá uma média de 357 visualizações ao mês e/ou ainda 11 por dia. O que é muito bom!

Visualizações que rompem fronteiras literalmente. Estados Unidos, Portugal, França, Canadá,Japão, Rússia, Reino Unido, República Dominicana, Turquia, Uruguai, Alemanha e Cingapura foram os países de origem dessas visualizações, além é claro do Brasil.

Muitas delas devo aos amigos pela divulgação. A Edmery (@yremde) que foi a primeira seguidora e grande incentivadora; A Romão meu amigo, que por incentivo do verbalirando recebeu da sua companheira, Vânia,
um blog onde ele posta exercícios de escola para seus alunos e ainda arrisca em receita culinárias; A Nicolas, não o Sarkozy, mas o Nicolas Drouvot que direto da França, em Grenoble, contribuiu para diversos posts que fiz em alusão a este belo país que um dia hei de conhecer; As irmãs Ismael (Veronica e Rafaela); A Jenifer, que me recorda boas lembranças da época de CEFET; A Bianca com As sementinhas; A Skarllety com a Menina Coragem e a Deusa Thamires ou Tatá como muitos a chamam (menos eu) com Entrelinhas.

A todos os seguidores, que espero que continuem dando olhadas nem que seja pequenas ao verbalirando. A todos, muito obrigado!

E eu não poderia esquecer do Correia de Transmissão do companheiro Humberto que sempre escreve com muita propriedade dedicando posts bem elaborados dando prazer a quem os ler. E eu indico!

O que era pra ser apenas exibição das estatíticas do blog virou um verdadeiro agradecimento a todos que direta ou indiretamente contribuem com o verbalirando. Pois na verdade só o fato de ter apenas uma pessoa lendo já é motivo para continuar escrevendo. E como vocês viram tenho muitos motivos para continuar dando vida ao blog.

Como diria Vinicius de Moraes: "A gente não faz amigos, reconhece-os".

domingo, 26 de dezembro de 2010

Até que a morte os separe

O fundador da Playboy, Hugh Hefner anunciou neste sábado (25), em seu perfil no Twitter, que está noivo de sua namorada, a modelo Crystal Harris, de 24 anos. Esse será o terceiro casamento dele, que se divorciou de suas duas primeiras esposas na década de 1950.

A modelo promete amá-lo até que a morte os separe. O que não está muito longe, já que, levando em consideação a sua idade e a quantidade de viagra que terá que tomar para dar conta do recado o véi não vai aguentar muito tempo não. hehehe.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Tem amigo safado quem pode

Definitivamente o natal deste ano foi diferente de todos os outros. Ao invés de músicas natalinas como noite feliz entre outras, o que mais toca é a tarraxinha e Minha mulher não deixa não.

E em homenagem aos meus amigos que são compromissados, para não dizer dominados por suas companheiras, deixo aqui a letra desta música antológica.

Em especial para o meu amigo zezinho*.

Minha Mulher Não Deixa Não

- Ei tu que Beber?
- Quero Não!
- Não quer Por quê?
- Por Nada Não!
- Tu que fumar?
- Han Han!
- Não Quer Por quê?

Vou Não, Quero Não, Posso Não, Minha Mulher, Não Deixa Não,
Não vou, Não Quero Não.
Vou Não, Quero Não, Posso Não, Minha Mulher, Não Deixa Não,
Não vou, Não Quero Não.

- Ei No meu Fusquinha Vamos Sair,
No Bar Central DJ Sandro Toca Lá.
E ai Lá em Marli Tem KBÇA de Galo Veeeenhaaaa.

Vou Não, Quero Não, Posso Não, Minha Mulher, Não Deixa Não,
Não vou, Não Quero Não.
Vou Não, Quero Não, Posso Não, Minha Mulher, Não Deixa Não,
Não vou, Não Quero Não.

- Ei Tem Duas Nega. E ai, Vamos Arrastar?
No shanadu Agente Bota O Bicho Lá.
Quem és tu? És Boiolão? Tu Vai ou Não.

Vou Não, Quero Não, Posso Não, Minha Mulher, Não Deixa Não,
Não vou, Não Quero Não.
Vou Não, Quero Não, Posso Não, Minha Mulher, Não Deixa Não,
Não vou, Não Quero Não.

*Resguardei aqui o nome verdadeiro dele! hehe!

Natal Palestino

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal

De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:
- Cristo nasceu!
O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:
- Aonde? Aonde?
Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:
- Em Belém! Em Belém!
Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:
- Foi sim que eu estava lá!
E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: - É mentira!
Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.
O pombal todo arrulhava:
- Cruz credo! Cruz credo!
Brava
A arara a gritar começa:
- Mentira! Arara. Ora essa!
- Cristo nasceu! canta o galo.
- Aonde? pergunta o boi.
- Num estábulo! - o cavalo
Contente rincha onde foi.
Bale o cordeiro também:
- Em Belém! Mé! Em Belém!
E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.

(Vinicius de Moraes)
E como todos vimos, a greve no setor aeroviário não foi deflagrada. O sindicato preferiu cumprir a determinação do TST. Entretanto ficou na cara que a categoria tem força e muita força pra conquistar um bom resutado em sua campanha salarial. Não é a toa que apenas no ensaio da greve a classe patronal já aumentou a contraproposta para 8% de reajuste. Agora é só aguardar novamente!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ganância dos patrões leva greve no setor aeroviário


Ganância, não há outro nome para qualificar a atitude da classe patronal do setor aeroviário.

O sindicato dos trabalhadores ameaçam paralisar suas atividades logo mais, a partir das 5 horas da manhã.

Este ano foi um ano de crescimento para o setor assim como em toda a economia brasileira. Só nos primeiros nove meses de 2010, o número de passageiros em voos internacionais cresceu 29,13% e nos nacionais, 25,61%. E apesar disso até a PLR (Participação nos lucros e resultados) era negado pela TAM em meados do primeiro semestre como vemos no boletim do Sindicato dos Aeroviários (aqui).

A pauta foi entregue pelo sindicato em setembro e somente agora em dezembro é que houve contraproposta do setor patronal. A categoria pede 15% para os aeronautas (pilotos) e 13% para os aeroviários e até aceitam unificar em 13% no geral. Entretanto a contraproposta é de apenas 6,08% (índice do INPC nos últimos 12 meses).

Venhamos e convenhamos, o setor cresceu mais de 20% só no primeiro semestre e a proposta de reajuste não chega a 10%, pra mim não é outra coisa senão a ganância de ganhar cada vez mais. E não estou falando nem dos problemas que essa categoria enfrenta (por desconhecimento mesmo, confesso).

Como em toda a greve a pressão é grande sobre os trabalhadores. Ainda mais quando o setor não entra em greve desde o carnaval de 1988.

Assim, nessa hora se lembram do conforto dos usuários que seriam prejudicados com uma greve como essa no período de final de ano. Até palavras do presidente são manipuladas como fez a Globo através do seu portal de notícia colocando a seguinte manchete: "Lula diz que greve é irresponsabilidade", quando na verdade o que foi dito é que: ""Acho que os empresários podem flexibilizar um pouco, que os empregados podem flexibilizar um pouco. O que não pode é qualquer atitude de irresponsabilidade que leve o povo brasileiro sofrer" disse Lula.

Ainda no início da noite saiu uma liminar do TST exigindo que 80% dos trabalhadores não parem podendo acarretar uma multa de 100 mil reais o descumprimento dessa medida. Nessas horas a justiça é ágil (putz).

O que resta agora é esperar e ver no que vai resultar essa crise. De uma coisa tenho certeza: os trabalhadores sairão vitoriosos, pois quem luta conquista!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Rapidinhas

TARRAXINHA

A nova onda musical é a tarraxinha...até apresentador e jornalista tem arriscado a dança ao vivo. Agora...há quem diga que tem banda falsa por ai tocando o "novo" ritmo fazendo uma divisão entre a banda falsa e a banda oficial. Cá pra nós, é a mesma coisa, só muda a banda!

VERBALIRANDO FOI VISTO ATÉ NA CROÁCIA

Achei sem querer as estatística do blog. Sem querer mesmo porque quem me perguntava quantas pessoas viam o blog respondia que não sabia. Mas não é que descobrir que o blog foi visto até na Croácia (não sei nem onde fica, brincadeira!). Pois é...além da Croácia também foi visto em Portugal e nos Estados Unidos. Tá chique mesmo!

Agora...apesar dos muitos posts que fiz sobre a França nada foi visto por lá. Nem mesmo o que chamo de correspondente abriu o blog. Mas são coisas de blog.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

De onde vem o tráfico?


Do Correia de Transmissão

Desde a eleição presidencial de 2006, o PSDB tem atribuído a culpa pelo tráfico de armas e drogas no Brasil a um suposto descontrole nas fronteiras terrestres do país.

O objetivo, é claro, é jogar a maior parte da responsabilidade pela criminalidade no colo do governo federal.

Em 2010, José Serra se superou. Chegou ao cúmulo de dizer que o presidente da Bolívia, Evo Morales, é cúmplice do tráfico (aqui).

Entretanto, acaba de sair uma pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça e pela ONG Viva Rio entitulada "Mapa do Tráfico Ilícito de Armas no Brasil" (aqui).

E o que diz esse estudo? O coordenador da pesquisa, Antônio Rangel Bandeira, é categórico:

"O número de armas que entra pelas fronteiras secas é irrisório se comparado com o número de armas fabricadas no país, compradas legalmente, que vão para a ilegalidade."

Ainda segundo Bandeira, é preciso aumentar o controle sobre a produção nacional já que apenas 20% das armas apreendidas são de fabricação estrangeira.

E onde está a indústria bélica nacional?

As cinco maiores empresas: Taurus, CBC, Rossi, Imbel, Urko e Amantino estão localizadas em apenas três estados: São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais (aqui).

Coincidentemente, os três são governados pelo próprio PSDB. (A partir de 2011, o RS passa a ser governado pelo PT)

Fantástico! A política do PSDB cria tensões diplomáticas com nossos vizinhos enquanto o grosso do tráfico de armas passa por baixo de seu bico.

Mas, para não dizer que não falei das flores, o governo federal tem sim muito o que fazer.

Se 80% das armas ilegais apreendidas são de fabricação nacional, isso significa que uma correta atuação da Polícia Federal, da Receita e dos demais órgãos de fiscalização e controle podem efetivamente reduzir o número de armas ilegais em circulação.

E isso sem precisar invadir país algum...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A UNE DE VOLTA PARA CASA, Eu estava lá!

Na tarde de hoje foi lançado no Rio de Janeiro, mais especificamente na Praia do Flamengo, 132, a pedra fundamental do prédio da UNE e UBES que será construido com o recurso proveniente da idenização paga pelo Estado brasileiro no valor de 44 milhões, como reparação a entidade que teve sua sede invadida e incendiada pelos militares em 64.

O prédio na época foi incendiado e logo depois derrubado e até 2007 era apenas um terreno que abrigava um estacionamento abandonado, quando estudantes universitários e secundaristas, num ato histórico, ocupavam o terreno resgatando-o para as mãos do movimento estudantil.

Muitas coisas guardo na lembrança dos momentos que passei no movimento estudantil e esse foi pra mim algo que sempre contarei com grande orgulho de alguém que pôde presenciar os primeiro momentos que se seguiram a esta ocupação.

Estive presente na primeira reunião que ocorreu após a retomada do terreno. A reunião da diretoria da UBES acontecia entre os dias 4 e 5 de fevereiro de 2007 num clima de bastante euforia por todos os presentes. Muito calor, várias pessoas numa sala sem ventilação que abrigava a gerência do estacionamento e muita discussão política acerca da conjuntura do país que entrava no segundo mandato do governo Lula.

Infelizmente essa foi mais uma oportunidade que só tenho gravado na mente, pois fotografias para provar a minha presença não tenho. Mas vendo as notícias sobre o ato que aconteceu no dia de hoje lembro como se fosse ontem o momento que pisei naquele local.

Cheguei cedo, uma neblina ainda cobria o pão-de-açúcar, várias pessoas caminhando no aterro do flamengo, e lá estava a ocupação estudantil que tinha grafitado no muro os símbolos da UNE e da UBES. Não dá pra esquecer! Ao lado do terreno dava pra ver algumas bandeiras da UNE expostas nas sacadas de apartamentos que abrigam moradores que presenciaram o incêndio criminoso ocorrido em 64. Durante os dois dias que estive lá vi alguns desses moradores que com brilho nos olhos cumprimentavam cada ocupante e relatavam o que presenciraram.

Espero poder voltar novamente e ver o prédio erguido e servindo para o fortalecimento de um movimento estudantil rebelde e combativo.

Reproduzindo a palavra de ordem mais pronunciada naquele momento termino este post: A NOSSA HISTÓRIA NINGUÉM APAGA! É UNE E UBES DE VOLTA PARA CASA!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Post mais comentado do ano!

"Santa ignorância" foi sem sombra de dúvidas o post que mais fez sucesso desse 1° aninho do verbalirando. É verdade que foram apenas 4 comentários, mas para este blog foi muito significativo pois, além de ter vindo de pessoas da área artística de João Pessoa sei que muitas outras pessoas tiveram oportunidade de conhecer o blog a partir da divulgação que foi feita deste post.

Lembremos que o tema que abordava em maio foi usado na campanha do PMDB contra o seu adversário Ricardo Coutinho. Isso dialeticamente afirmamos que "tudo se relaciona". Apesar da aposta que fizeram em vencer com base na ignorância no final deu tudo certo e a partir de 1° de janeiro já não teremos Maranhão e o PMDB a frente do estado.

Antes de ler ou reler o famoso post confiram os comentários que recebi na época:

Olá Lira, em nome do Fórum Permanente de Artes Visuais de João Pessoa, agradeço o seu apoio. São pessoas como vc que a cultura precisa para protegê-la de outras com visão limitada, ignorante e alienada como essa tal vereadora que se elegeu da forma mais covarde possível, ou seja, dando sopra para as pessoas sem recursos necessários para uma das necessidades básicas. E no caso das esculturas, podemos perceber que ela esta subestimando a capacidade do povo a refletir sobre as artes. Ela deveria estudar mais, aprender mais, trabalhar mais em prol de causas necessárias e principalmente respeitar mais o ser humano, o profissional... Você tem razão, ela quer mesmo é aparecer.

Um abraço.
Lu Maia
Fotógrafa, bibliotecária, gestora e produtora cultural
8 de maio de 2010 19:32

JOP disse...

Está vereadora precisa de um pouco de senso e aprender adimirar o que é BELO. Um abraço a todos que sabem adimirar o BELO.
9 de maio de 2010 04:44

Archidy Picado Filho disse...

Sobre tal polêmica, leia também em http://recantodasletras.uol.com.br/autores/picadofilho “Cultura e ignorância”, entre outros textos de minha autoria. Comentários dos temas abordados farão parte da coleção “Conversas Virtuais”. Os comentaristas, se desejarem, não terão suas identidades reveladas. Obrigado.
9 de maio de 2010 09:46

Cinthia disse...

realmente, santa ignorância!...


Há bastante tempo que queria escrever sobre uma "polêmica" gerada na câmara municipal de João Pessoa. Mas só agora é que escrevi motivado por uma moção de repúdio que será lançada esta semana.

É que um grupo de estudantes, artistas e professores de artes visuais irão lançar uma moção de repúdio a vereadora Elisa Virgínia, que desferiu críticas quanto a instalação por parte da Prefeitura de esculturas artísticas que na visão da vereadora são monumentos diabólicos.

Só em João Pessoa mesmo, e depois não digam que falo mal da cidade! Ora, com tanta coisa pra se discutir na cidade, vem uma vereadora colocar na tribuna de uma casa legislativa um assunto que sinceramente, haja paciência. Para completar a vereadora expôs publicamente informações completamente mentirosas como a de que a escultura que representa um cavalo alado é a representação da morte. sic! Não sabe a vereadora que cavalo alado tem significação de eternidade e não de morte. Era só ir no google, mas pelo jeito o importante para ela é aparecer.

A nobre vereadora (usando um pouco o vocabulário parlamentar)chegou ao ridículo de associar a instalação do monumento em homenagem a Pedra do Reino na Lagoa com o incêndio que ocorreu uma semana depois no Presídio do Roger. Santa ignorância!

Por tudo isso, mais do que apoiado a iniciativa do grupo de artes visuais, e espero ter a oportunidade de assinar essa moção de repúdio.

Aqui vai uma parte da moção escrita pelo grupo: “Entendemos que a criação artística transcende a todas as formas de organização, sejam elas políticas ou religiosas. Sua função na sociedade é de questionar, transformar e fazer com que as pessoas reflitam para novas formas de pensar e agir, portanto não se concebe que em pleno século XXI existam mentalidades voltadas para Idade Média, onde a arte estava a serviço da igreja, hoje ela é motor dos movimentos humanos na busca de novos horizontes. A arte é símbolo da liberdade. Portanto, não podemos censurar a Cultura”.

Momento retrospectiva do blog

Quarta-feira que vem fará um ano de existência do verbalirando. Naquele dia (22/12/09) iniciava meus post com uma pérola dita por Zé Maranhão, nosso quase ex-governador.

"O bônus e o ânus"

O governador José Maranhão (PMDB) é conhecido pelo seu modo errado de falar. Na última sexta-feira registrou mais uma gafe oral para o anedotário político paraibano. Foi numa solenidade de formatura do curso de Direito da faculdade do deputado federal Damião Feliciano, em Campina Grande.

No discurso, Maranhão trocou as bolas e no lugar de falar sobre o “ônus e o bônus” disse “o bônus e o ânus”. Os formandos não seguraram e caíram em gargalhada.

Maranhão remendou e seguiu em frente, carregando todo o ônus dos oradores ante uma platéia impiedosa.

Ricardo Coutinho pode até não satisfazer a vontade de mudança dos seus eleitores mas com certeza não nos presentiará com perólas como essa.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"O que me atrai é a curva livre e sensual"

Não poderia passar esta data sem homenagear o grande arquiteto e comunista Oscar Niemeyer.

A melhor maneira de homenageá-lo que encontrei foi reproduzir as suas palavras acerca da sua atração pelas curvas:

"Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein."

FELICIDADES NIEMEYER!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ATENÇÃO! Não saia de casa de roupas sujas!

Isso mesmo! Se você é displicente ou não gosta mesmo de lavar roupas é melhor você mudar seus hábitos.

É que na noite de ontem foi preso um assaltante na cidade de Patos que levou de um vigário (além de R$450) sua calça alegando que ela estaria fedendo e queria apenas trocá-la.

Já pensou se a moda pega! Cuidado!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

2 de dezembro é o Dia Nacional do Samba

Em alusão ao Dia Nacional do Samba deixo aqui a letra de "As rosas não falam" do grande sambista Cartola.

Aqui mesmo no Blog pude fazer outras homenagens ao samba a exemplo de Walter Alfaiate e Paulo César Pinheiro. Este último tive o prazer adquiri o seu CD através de um amigo e eu garanto que é muito bom

Mas vamos a esta letra que é um verdadeiro clássico do samba.

AS ROSAS NÃO FALAM

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza de que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

sábado, 27 de novembro de 2010

Para mim estas charges que deixo abaixo do cartunista Latuff dizem tudo sobre o que simplesmente vemos na Tv e como sempre...apenas vemos e pouco refletimos ou conseguimos refletir diante de (des)informações que não ajudam em nada.

By Latuff

By Latuff

Quebrar barraco na Vila Cruzeiro é fácil. Quero ver é quebrar sigilo bancário (Latuff)


Os grandes meios de comunicação não se cansam em mostrar o poder de ação das "forças de segurança". Entretanto não mostram que por trás dos narcotraficantes há uma grande rede intocável de grandes magnatas do capital que se beneficiam com a alienação e a degenaração humana decorrentes das drogas.

Pra mim essa charge é a tradução fiel desse fato que pouquíssimas pessoas (até por conta da (des)informação que recebem da mídia) têm atentado.

Parabéns Latuff!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Educação à distância: solução ou paliativo?*

A educação a distância no Brasil tem sua implantação na década de 40 e hoje é implantada pelo governo federal através da Universidade Aberta do Brasil que reúne várias universidades públicas como uma forma de democratizar o ensino superior no país. É vista por muitos como uma boa solução para garantir o acesso a quem, fora dessa alternativa (a distância), não teria condições de estar numa universidade.

É verdade que o número de alunos ingressos nessa modalidade de ensino só tem aumentado no país. Entretanto é verdade também que a evasão desses cursos continua sendo um problema constante longe de ser resolvido.

Garantir a universalidade ou democratização (como queiram) do ensino superior é algo que está longe de ser resolvido por meio da educação à distância. A EAD auxilia a atingir uma parcela da população que por diversos motivos não conseguiriam manter-se num curso presencial. Entretanto para atingir esse objetivo é preciso investir profundamente na educação como em seu contexto completo (da educação infantil até o mais alto nível) e garantir acima de tudo a qualidade da educação que se é disponibilizada.

O fato é que as universidades têm se tornado em verdadeiros escolões onde professores fingem reproduzir conhecimento e os estudantes fingem produzi-los.

Assim, há quem defenda que a educação a distância está em pé de igualdade em relação a educação de modalidade presencial.

São questões que não podemos fugir de debatê-las, muito menos nos contentar com a medida paliativa que representa a educação à distância. É verdade que ela resolve em parte a questão do acesso à educação superior, ao mesmo tempo em que é verdade também que ela mesma não tem encontrado a solução para resolver a constante evasão dos alunos a essa modalidade de ensino.

Investir e pensar a educação como um todo e resolver seus problemas de maneira profunda e não contentar-se em paliativos ou algo do tipo. Eis a solução!

*Artigo de opinião produzido como tarefa on line para o curso de letras virtual da UFPB na disciplina Leitura e Produção de Texto II

terça-feira, 23 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

75 anos dos levantes antifacistas

A ANL desempenhou um papel relevante na mobilização de amplos segmentos da sociedade e da opinião pública brasileira em defesa das liberdades públicas

19/11/2010

Anita Leocadia Prestes


Num período de intensa polarização política no cenário mundial, diante do avanço do fascismo em nível internacional e do integralismo no âmbito nacional, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), criada em março de 1935, desempenhou um papel relevante na mobilização de amplos segmentos da sociedade e da opinião pública brasileira em defesa das liberdades públicas, gravemente ameaçadas pelos adeptos da Ação Integralista Brasileira (AIB), liderados por Plínio Salgado.

Nesse processo, a influência dos comunistas mostrou-se decisiva não só na formação da ANL e em sua atividade legal, durante os meses de março a julho de 1935, como, principalmente, na preparação dos levantes armados de novembro daquele ano, realizados sob as bandeiras da ANL. O grande prestígio de Luiz Carlos Prestes – o Cavaleiro de uma Esperança que renascera com o desgaste de Vargas após a “Revolução de 30” – foi um fator fundamental para a difusão e a penetração, junto a amplos setores da sociedade brasileira, do programa anti-imperialista, antilatifundista e democrático levantado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) e adotado pela ANL.

A justeza desse programa se evidencia pela aceitação e a repercussão que obteve junto à opinião pública democrática nacional. Como consequência, a ANL veio a transformar-se, em pouco tempo, na maior frente única popular jamais constituída no Brasil. Seu lema: “Pão, Terra e Liberdade”, inicialmente lançado pelo PCB, empolgou centenas de milhares de brasileiros.

Os comunistas, entretanto, cometeram um grave erro de avaliação ao caracterizarem a situação do país, em 1935, como “revolucionária”, considerando que o desgaste do Governo Vargas seria tal que as suas condições de governabilidade estariam esgotadas. Confundindo os desejos com a realidade, os comunistas e muitos dos seus aliados superestimaram as possibilidades reais de organização e mobilização das massas populares. Consideraram que havia chegado a hora de levantar a questão do poder, lançando a consigna de um Governo Popular Nacional Revolucionário, formado pela ANL, através de uma insurreição popular. A proposta dos comunistas, assumida pela ANL, mostrou-se fantasiosa e, portanto, inexequível, resultando na derrota do movimento.

A inviabilidade de promover uma insurreição das massas trabalhadoras no Brasil, em 1935, aliada à conjuntura de intensa agitação e efervescência política então presente nas Forças Armadas, induziu os comunistas e seus aliados da ANL a sucumbirem à influência das concepções golpistas dos militares, fortemente arraigadas no imaginário nacional. Tal fenômeno sobreveio, apesar dos esforços desenvolvidos para organizar e mobilizar as massas, assim como das repetidas e insistentes declarações do PCB, de Prestes e da ANL condenando o golpismo.

As Forças Armadas e, principalmente, o Exército passaram a ser vistos pelos comunistas e aliancistas como o instrumento privilegiado para desencadear a almejada insurreição popular, na medida em que a mobilização dos setores civis mostrava-se mais demorada e difícil. O renascimento das concepções golpistas explica o caminho trilhado pela ANL: da amplitude inicial, quando a entidade se manteve dentro da legalidade, ao radicalismo revelado com a eclosão dos levantes armados de novembro de 35.

A persistência de tais concepções pode parecer fruto das influências tenentistas, supostamente trazidas, tanto para o PCB quanto para a ANL, por L. C. Prestes e muitos dos elementos provenientes do tenentismo. Sem negar tais influências, é necessário considerar que o próprio tenentismo foi um movimento marcado pelo vigor das tendências golpistas, resultantes das características do processo de formação da sociedade brasileira. Uma sociedade, na qual as classes dominantes sempre tiveram força para impor aos setores populares um estado de desorganização e desestruturação social, que viria a tornar-se um dos seus traços marcantes; uma sociedade excludente, na qual não haveria canais para que as massas populares pudessem fazer valer seus direitos e reivindicações. A expectativa de um golpe “salvador” seria a consequência natural de tal estado de coisas.

Se, em 1935, o golpismo dos comunistas e de muitos dos seus aliados se revelou no fato de haverem delegado aos militares o papel de detonadores da “insurreição das massas trabalhadoras”, deve-se considerar que o conteúdo do programa então defendido - antiimperialista, antilatifundista e democrático - era distinto das propostas tenentistas. Sejam as propostas liberais dos “tenentes” dos anos 20, sejam as propostas autoritárias do tenentismo do início dos anos 30. Em 1935, os militares, que iriam desencadear a insurreição projetada, não eram mais tenentistas, mas seguidores de Prestes, que, desde seu Manifesto de Maio de 30, deixara de ser “tenente” para aderir às teses levantadas pelos comunistas - as mesmas que seriam encampadas pela ANL.

Mas o revés do movimento antifascista no Brasil, em 1935, não se explica apenas pela influência das concepções golpistas. O Governo Vargas pôde tirar partido de uma conjuntura internacional favorável ao fascismo e aos regimes autoritários para, com o apoio da direita e brandindo as bandeiras do anticomunismo, impor uma grave derrota às forças democráticas e progressistas do país.

Anita Leocádia Prestes é professora do Programa de Pós-graduação em História Comparada de UFRJ e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes

TEXTO RETIRADO DO BRASIL DE FATO

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Nordeste Independente

Composição dos paraibanos Ivanildo Vilanova e Braulio Tavares

Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que a gente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Dividindo a partir de Salvador
O nordeste seria outro país
Vigoroso, leal, rico e feliz
Sem dever a ninguém no exterior
Jangadeiro seria o senador
O cassaco de roça era o suplente
Cantador de viola o presidente
O vaqueiro era o líder do partido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Em Recife o distrito industrial
O idioma ia ser nordestinense
A bandeira de renda cearense
“Asa Branca” era o hino nacional
O folheto era o símbolo oficial
A moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

O Brasil ia ter de importar
Do nordeste algodão, cana, caju
Carnaúba, laranja, babaçu
Abacaxi e o sal de cozinhar

O arroz, o agave do lugar
O petróleo, a cebola, o aguardente
O nordeste é auto-suficiente
O seu lucro seria garantido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Se isso aí se tornar realidade
E alguém do Brasil nos visitar
Nesse nosso país vai encontrar
Confiança, respeito e amizade
Tem o pão repartido na metade,
Temo prato na mesa, a cama quente
Brasileiro será irmão da gente
Vai pra lá que será bem recebido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Eu não quero, com isso, que vocês
Imaginem que eu tento ser grosseiro
Pois se lembrem que o povo brasileiro
É amigo do povo português
Se um dia a separação se fez
Todos os dois se respeitam no presente
Se isso aí já deu certo antigamente
Nesse exemplo concreto e conhecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Povo do meu Brasil
Políticos brasileiros
Não pensem que vocês nos enganam
Porque nosso povo não é besta

terça-feira, 9 de novembro de 2010

PARA ERRADICAR A MISÉRIA É NECESSÁRIO ERRADICAR O CAPITALISMO!

By Magno Francisco da Silva

Eleita com mais de 55 milhões de votos, Dilma Roussef, ganhou nestas eleições um massivo apoio popular, que viu na sua candidatura a negação dos oito anos da política de entreguismo praticada pelo governo FHC do PSDB e representada na candidatura de José Serra. Certamente a vitória da candidata do PT, representou mais uma derrota do imperialismo estadunidense nas eleições presidenciais na América Latina.

Um dos principais compromissos de Dilma Roussef, eleita no último dia 31 de outubro, a primeira mulher presidente do Brasil, foi o de erradicar a miséria no país. No seu primeiro discurso após a apuração dos votos ela destacou: "Vou fazer um governo comprometido com a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. Mas, humildemente, faço um chamado à nação, aos empresários, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do país para que me ajudem”, disse, em um hotel preparado pelo PT para o discurso da presidente eleita.

Porém, assim como Dilma, nós últimos anos diversos políticos e ideólogos da burguesia afirmaram que era possível erradicar a miséria, embora se viva no capitalismo. Um grande exemplo foi a Cúpula Mundial de Alimentos, reunida em 1996, diversos lideres mundiais estabeleceram a meta de, em 2015, reduzir o numero de desnutridos para 420 milhões de pessoas.

Entretanto, diferente do que traçado como meta na Cúpula Mundial de Alimentos a fome cresceu assustadoramente, conseqüência concreta do aumento da miséria em todo o mundo. De fato, segundo dados da ONU, em 2010, 1,03 Bilhão de pessoas passam fome no mundo, ou seja, uma a cada seis pessoas no mundo não se alimentam regularmente. O resultado é que todos os dias 30 mil crianças morrem de fome e 15 milhões a cada ano.

Como vemos, nos últimos anos, só aumentou o número de famintos e miseráveis no mundo, fato que se agravou com a crise econômica, o que demonstra a total impossibilidade de se promover uma verdadeira igualdade social mantendo a exploração do homem pelo homem e a propriedade privada dos meios de produção.

Em que pese o fato da vitória de Dilma representar mais uma derrota para a extrema-direita, não podemos ter ouvidos de mercador quando algumas coisas são ditas. Nossa tarefa, como revolucionários, é mostrar à classe operária a verdade sobre os fatos.

Como sabemos, Dilma será a continuação dos oito anos do governo Lula, que apesar de representar um avanço na história do país, promoveu uma política de conciliação de classe, não re-estatizou as estatais privadas, continuou pagando os juros bilionários da chamada dívida pública e manteve os privilégios do agronegócio. Em suma, se limitou a gerenciar o capitalismo.

Na realidade Dilma não promoverá erradicação da miséria no Brasil. Este seu compromisso
de campanha, reafirmado durante seu primeiro discurso após a eleição não passa de mera retórica ou no máximo uma demonstração de boas intenções, pois é impossível acabar com a miséria de um país dentro do capitalismo. Para termos uma idéia, o principal país capitalista do mundo, os Estados Unidos, tem uma população de miseráveis superior a 40 milhões de pessoas.

Ademais, a expectativa é que os próximos anos não serão fáceis. A própria Dilma salientou no mesmo discurso após a vitória no 2º turno: “No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.”

Em todo o mundo a crise mundial do capitalismo se abate com toda a força. Na Europa, diversos países já entraram em recessão. Como o capitalismo é uma economia globalizada,certamente a crise econômica do capitalismo atingirá o Brasil também.

Como futura presidente do Brasil, Dilma planeja nos próximos anos adotar uma política de reajuste fiscal, aumento dos impostos e redução de gastos com o serviço público visando aumentar o superávit primário para continuar pagando a dívida pública e com a intensificação da crise econômica mais uma vez o estado gaste bilhões com pacotes para salvar os monopólios e bancos da bancarrota da crise.

Para verdadeiramente erradicar a miséria é necessário destruir o capitalismo, algo que Dilma não se comprometerá em fazer, pelo contrário, para demonstrar sua relação com a burguesia até convocou “humildemente” os empresários para ajudar nesta tarefa. Ora, se são exatamente os capitalistas os responsáveis pela miséria, como atenderão este apelo de Dilma Roussef?

Organizar uma revolução socialista não é o compromisso do PT, tampouco de Dilma Roussef. Sendo assim, também não pode ser verdadeiro o compromisso deles em erradicar a miséria no Brasil. Esta tarefa cabe a classe trabalhadora organizada e seu Partido revolucionário.

Portanto, não podemos acabar com a miséria, com a fome e o desemprego, sem acabar com o capitalismo. Devemos concentrar nossas forças na tarefa urgente de organizar a classe operária para tomar o destino da história nas mãos. Realizar uma revolução socialista, que coloque toda a produção sobre o controle dos trabalhadores e que distribua a riqueza produzida coletivamente, eis a tarefa que temos pela frente para construirmos um país de verdadeira igualdade social.

domingo, 7 de novembro de 2010

Manifestação em Paris pelo direito ao aborto


A frança está em pleno vapor. Ontem juntamente com as mobilizações contra a reforma previdenciária se juntaram mais de 70 associações que defendem o aborto para reivindicarem um melhor acesso às Interrupções Voluntárias de Gravidez (IVG, por suas siglas em francês).

De acordo com as organizações que protegem as féminas, as dificuldades para se realizar uma IVG se mantêm atualmemte, apesar da legalização do aborto com a lei Veil, aprovada em 1975, e a aprovação de que o aborto seria reembolsado em 1982.

Em 2001 a legislação Aubry permitiu a extensão de 10 a 12 semanas o tempo legal para fazer-se uma interrupção mas esta ordem só ficou em papéis afirmam de forma geral.

Cada vez é mais frequente encontrar-se com médicos que recusam atender às mulheres dentro do tempo regulamentado, o que obriga a estas mulheres a ir a países vizinhos como Grã-Bretanha ou Holanda a praticar a IVG.

Segundo cifras da Dress, um organismo de investigações estatísticas, em 2007 reportaram-se 213 mil 380 interrupções em Paris, e 227 mil 50 em toda França.

As associações criticam ainda a redução de centros IVG no país, alegando que após a chamada lei Bachelot, apelido da atual ministra de Saúde, Roselyne, a quantidade de instalações não para de diminuir.

RETIRADO DO PRENSA LATINA

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ne me quitte pas


by Jacques Brel

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheure

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles et des pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te racontrai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

TRADUÇÃO

Não me deixe
Devemos esquecer
Tudo pode ser esquecido
Quem já fugiram
Esqueça o tempo
Os mal-entendidos
E o tempo perdido
Para saber como
Esqueça as horas
Que, às vezes mortos
A preferidas por
O coração de felicidade

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Vou comprar-lhe
Pérolas ea chuva
De países
Quando não chove
Eu cavar a terra
Até a minha morte
Para cobrir o seu corpo
Ouro e luz
Vou fazer uma
Onde o amor é rei
Onde o amor é lei
Onde você será rainha

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Não me deixe
Vou inventar
Palavras Loucas
Você entende
Eu vou falar
Então, esses dois amantes
Quem tem duas vezes mais visto
Seus corações em chamas
Vou racontrai
A história deste rei
Morte de não
Capaz de conhecê-lo

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Nós temos muitas vezes visto
fogo Rebound
Do antigo vulcão
Foi considerado muito velho
É, aparentemente,
terra arrasada
Dando mais trigo
A melhor abril
E quando a noite vem
Para um céu brilha
O vermelho e preto
Não se casam

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Não me deixe
Eu não vou chorar
Eu não vou falar
Eu escondi meu
Um olhar você
Dança e sorrir
E ouça
Cantando e rindo
Deixe-me ser
A sombra da sua sombra
A sombra da sua mão
A sombra do seu cão
Não me deixe

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Iniciando a retrospectiva de 1 ano do verbalirando

Estamos a um pouco mais de um mês para chegarmos a um novo ano. Nessa brincadeira o blog chegará ao seu 1° aniversário.

Assim, vou começar a fazer até o mês de dezembro a retrospectiva deste um ano de criação dos posts que trouxeram alguns bons comentários e bons momentos(dentro e fora do ar).

O primeiro que resgato no dia de hoje foi o fato que presenciei entre o Deputado Biu Fernandes (DEM)e uma assessora de comunicação da SEDES.

Hoje dei de cara com o próprio que estava bastante diferente daquele fatídico dia em que o encontrei numa viagem de Campina a João Pessoa. Estava em seu estado normal... ou não! hehehe!

Bem... sem mais delongas é só conferir o primeiro texto dessa retrospectiva do verbalirando.

18 DE ABRIL DE 2010


Na Paraíba não se falou noutra coisa no dia de ontem a não ser o encontrão da oposição realizado em Campina, para fortalecer a pré-candidatura de Ricardo Coutinho para o governo do estado.

Por coincidência eu me encontrava em Campina no dia de ontem e, sem querer, participei de um “encontrão”. Calma, não é nada disso que estão pensando! Antes de qualquer coisa, não participei do encontrão realizado no Parque Ivandro Cunha Lima, apesar de ter sido convidado, além de proposta de carona ao meu retorno.

Justamente para ter uma viagem tranqüila, sabendo que ao aceitar uma carona como essa, eu teria que passar os noventa minutos da viagem escutando a comitiva do PSB falando sobre o encontrão, decidi então voltar de ônibus mesmo.

Vã decisão, pois não é que participei de um encontrão dentro do ônibus! Só que nesse caso não foi um encontro político, apesar da presença de um parlamentar e da sua comitiva, e sim um encontro que teve um víeis romântico.

Estava eu na minha poltrona de número 31, que depois posso mostrar a passagem para quem tiver dúvida, quando vejo adentrar no mesmo ônibus um senhor com uma fisionomia bastante conhecida para mim, que eu sabia se tratar de um deputado estadual, mas que não me lembrava o seu nome. Por isso mesmo fiquei na minha, apesar do mesmo ter sentado na poltrona 29, ou seja, do outro lado da minha. Logo vem um homem do fundo do ônibus para cumprimentá-lo dizendo bem alto pra todo mundo ouvir: Meu deputado Biu Fernandes! Ai amigos, a ficha caiu, realmente era o próprio, um deputado que para mim figuram entre as personalidades folclóricas da política paraibana.

O deputado teve seu carro quebrado em Alagoinha quando voltava do encontrão e optou por conselho do seu assessor, de nome Raimundo (gravem esse nome), a pegar um táxi até Campina para lá pegar um ônibus em direção a João Pessoa.

Nesse intervalo, uma moça que se encontrava na frente do ônibus ao escutar o cumprimento no mínimo exaltado, ficou logo ouriçada, doida pra falar com a comitiva, diga-se de passagem, eu na minha poltrona 31, podia ser facilmente confundido como membro dessa comitiva e por conta dessa posição estratégica participei de um verdadeiro encontrão.

Essa jovem a quem fiz referência, de nome Fabrícia, disse ser Jornalista, assessora de comunicação de uma das secretarias da Prefeitura de João Pessoa, foi durante toda a viagem cortejada pelo deputado que pelo que me parece alcançou o seu objetivo.

Para encurtar a história, posso dizer que gozei de verdadeiros momentos hilários. Toda a comitiva já estava devidamente alcoolizada por doses de uísque e o tal Raimundo não descansou enquanto não “ajeitou” Fabrícia para cair nos braços do deputado.

No primeiro momento ela resistiu e ao abraçá-lo fez uma verdadeira escora, nas palavras do próprio, que comparou a situação à época em que ele começou a dançar e as jovens colocavam o cotovelo para que ele não se aproximasse tanto delas. Quem viveu essa época dos clubes com certeza sabe do que se trata essa escora.

Depois por insistência de Raimundo, que era o mais animado da turma, trocaram os celulares com o compromisso da jornalista em se redimir junto ao deputado em relação à escora. Vários foram os momentos de risos e ao final da viagem a mulher já se intitulava a esposa de Biu. Ehehehe!

O deputado disse que há cinco anos estava na solidão, e os assessores confirmaram chegando a um deles dizer que Biu tava no maior queijo, e que tava completamente apaixonado. Segundo Biu, ele é “um homem sofrido, que vive na solidão há cinco anos...””passei três anos morando no Tambaú Flat, o hotel dos degredados, só tem separado nesse hotel”.

O que é degredado eu não sei, só sei que o deputado conseguiu marcar uma saída com a jovem para tomar uma cervejinha nos Bancários, bairro onde ela mora. Num dos momentos ela perguntou se onde o deputado morava tinha piscina e se insinuou literalmente para o deputado dizendo que seria ótimo tomar banho de piscina à noite.
E o deputado ao ouvir esse convite esboçou um verdadeiro suspiro dizendo: “Ai Jesusss”!

Assim terminou a viagem, eu pegando o ônibus para casa após ser convidado para o casamento dos dois; a comitiva pegou um táxi para os bancários, com o pedido da moça para que Raimundo não entrasse na intimidade do casal.

Detalhe: segundo o próprio deputado, Raimundo nem sequer abraçou a mulher no dia de ontem, mas não saiu do encontrão em Campina sem abraçar Cássio Cunha Lima. Para o deputado o homem que não abraça a mulher está pedindo para que outro faça isso.
Ainda no início da viagem o deputado reproduziu as palavras de Caju e Castanha: “mulher de amigo é como violino, eu boto a cara e meto a vara”.

Sim...quase me esqueço, o deputado em um dos momentos disse já ter tomado Viagra mas que ao tomar o potente remédio caiu num profundo sono. Será que ele tomou o remédio certo?!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Lugar de mulher é na Revolução

A morte de mais um torturador impune

Do BRASIL DE FATO

Patrícia Benvenuti
da Redação

A morte do senador Romeu Tuma (PTB-SP), no dia 26 de outubro, trouxe à tona manifestações de pesar de vários políticos, que lamentaram a perda. Para organizações de direitos humanos, no entanto, ele passa para a história como mais um torturador da ditadura civil-militar (1964-1985) que ficou impune no Brasil.

Tuma faleceu aos 79 anos no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), depois de 56 dias de internação. De acordo com nota divulgada pela instituição, a morte se deu em "decorrência de falência de múltiplos órgãos".

Mesmo doente, ele concorreu à reeleição no dia 3 de outubro, quando obteve 3,97 milhões de votos, ficando em quinto lugar na lista de senadores. Seu lugar será ocupado por Alfredo Cotait (DEM-SP), seu primeiro suplente, atual secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo.

Carreira
A vida política de Tuma começou em 1994, quando foi eleito senador pelo Partido Liberal (PL). Em 2000, foi candidato à Prefeitura de São Paulo, quando terminou em quarto lugar. Nas eleições de 2002, foi eleito para um novo mandato de senador, com vigência até 2011.

Sua atuação mais destacada, no entanto, ocorreu como policial, carreira que iniciou aos 20 anos de idade, quando se tornou investigador por concurso público. Em 1967, passou a ser delegado de polícia, depois de se graduar em direito. Nesse período, alcançou o posto de diretor de Polícia Especializada, na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

A partir de 1969, começou a trabalhar com o delegado Sérgio Paranhos Fleury – considerado um dos maiores torturadores do regime civil-militar – no Serviço de Inteligência do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Dops), que passou a dirigir em 1975. Apesar do cargo que ocupou, Tuma afirmava desconhecer a existência de práticas de tortura na unidade. Da mesma forma, garantia ignorar detalhes sobre desaparecimentos e assassinatos.

Repressão
A “inocência” de Tuma, no entanto, é rebatida por ex-presos políticos, que recordam bem de sua atuação enquanto diretor do Dops. O integrante do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo, Ivan Seixas, lembra que a sala ocupada por Tuma no prédio do Dops se localizava um andar acima de onde ocorriam os interrogatórios e as torturas. “Não tinha isolamento acústico. Nós [presos] ouvíamos as torturas durante noite e dia”.

Só esse detalhe, segundo Seixas, seria suficiente para provar o conhecimento de Tuma sobre a situação. No entanto, ele lembra que existe uma série de documentos que comprovam a participação de Tuma na orientação dos interrogatórios. “[Tuma] Não era um funcionário qualquer, era o orientador. E ele também era frequentador assíduo do DOI-Codi [Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna], que era outro centro de tortura”.

O escritor e jornalista Alipio Freire, também ex-preso político, reitera o envolvimento de Tuma nas torturas. “O Dops foi o centro da repressão até a criação da Oban [Operação Bandeirante]. Ele sabia de sobra o que aconteceu no Brasil”, afirma.

Fraude
Já a integrante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Suzana Lisboa, acusa Tuma de omitir informações sobre crimes cometidos durante sua gestão no Dops.

Como exemplo, a militante utiliza o caso de seu marido, Luiz Eurico Tejera Lisboa. Preso em 1972, ele constou na lista de desaparecidos até 1979, quando seu corpo foi encontrado no cemitério de Perus, em São Paulo, sob o nome falso de Nelson Bueno.

O inquérito sobre sua morte, que “apareceu” depois da descoberta do seu corpo e com o falso nome, indicava que Luiz Eurico teria cometido suicídio em uma pensão do bairro da Liberdade, no centro de São Paulo. O inquérito, entretanto, apresentava uma série de falhas, o que possibilitou a reabertura do caso.

Questionado por um juiz, que solicitou ao Dops informações sobre Lisboa, Tuma afirmou que não havia registros em nome de Nelson Bueno. Em 1991, porém, quando Suzana teve acesso aos arquivos do Dops, ela encontrou uma lista de 1978, endereçada a Tuma, onde constava o nome de Luiz Eurico e a informação de que havia morrido em setembro de 1972. “Tuma mentiu sobre meu marido, dizendo que não tinha informações sobre ele”.

Para Suzana, ao não responder por seus crimes, Tuma leva consigo segredos e informações valiosas sobre mortos e desaparecidos. “Ele fazia de conta que não teve envolvimento [com a ditadura]. Ele conseguiu ficar impune e leva, com ele, um pedaço da nossa história e dados sobre nossos desaparecidos políticos”.

Polícia Federal
Em março de 1983, com a extinção do Dops, Tuma assumiu o cargo de superintendente regional da Polícia Federal em São Paulo, para onde levou os arquivos do órgão que comandava. O objetivo, segundo Suzana, era “evitar que a esquerda ou que nós [familiares e organizações de direitos humanos] tivéssemos acesso”.

Mais tarde, Tuma passou a ser acusado, com mais força, de alterar os arquivos do Dops e omitir uma série de documentos importantes para a elucidação de crimes. As fraudes teriam ocorrido quando o ex-presidente Fernando Collor de Mello se propôs a entregar, ao governo de São Paulo, os arquivos do Dops.

Dom Paulo Evaristo Arns, na época, afirmou ter recebido denúncias de que os arquivos estariam sendo esvaziados, o que motivou uma vigília de vítimas da repressão e familiares em frente à sede da Polícia Federal, na capital paulista.

Segundo Suzana, não há como calcular a extensão do material retirado, mas arquivos inteiros referentes a “colaboradores” e à “Guerrilha do Araguaia” estavam vazios. Mesmo assim, reitera a militante, sobraram documentos que provam a participação do Tuma nos crimes.

Crítica
Apesar de seu histórico, o ex-delegado e senador cultivava boas relações com o governo federal e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 1980, quando Lula e outros sindicalistas estavam presos no Dops depois de uma intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, Tuma liberou o atual mandatário para ir ao velório e enterro de sua mãe, Eurídice Ferreira Mello, dona Lindu. Na época, Lula chegou a afirmar que recebia um bom tratamento na prisão.

Sobre a morte de Tuma, Lula afirmou, em nota, que o senador merece o reconhecimento dos brasileiros, pois “dedicou grande parte da vida à causa pública, atuando de forma coerente com a visão que tinha do mundo”.

Para Suzana, é inaceitável a postura de Lula em relação a Tuma. “Lamento que o presidente Lula o defenda. Acho que é uma relação que não deveria ficar, em memória de milhares de presos”.

Freire, da mesma forma, critica o trânsito de Tuma junto ao governo. “Ele se tornou uma pessoa 'inocente' depois [da ditadura]. É lamentável que ele tenha se tornado uma figura de circulação mais do que permitida, mas, também, querida, por um governo democrático”.


Operação Bandeirante: Centro de informações, investigações e de torturas montado pelo Exército em 1969, a fim de coordenar e integrar as ações dos órgãos de combate aos grupos armados de esquerda que lutavam contra o regime civil-militar no Brasil.

OBSERVAÇÃO: Na foto usada para ilustrar o post encontra-se as seguintes pessoas: Da esquerda para direita:

Delegado, Sérgio Paranhos Fleury. (o Al Capone brasileiro! O Delegado da Morte).

Agente, Henrique Perrone. (o tira de confiança).

Delegado, Romeu Tuma (ex-chefe do Serviço Secreto do DOPS, ligado ao SNI).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

+ notícias da França

É impossível não escrever sobre a França novamente. O meu correspondente francês sempre mantém atualizadas as notícias sobre as mobilizações que tomam conta de todo o país.

As notícias que deixarei aqui recebi por twitter e pelo jeito o movimento é mais forte do que se pensa. 100% das refinarias continuam bloqueadas pelos grevistas que não arredam o pé das mobilizações.

No dia de amanhã estão marcadas o início de uma jornada estudantil de apoio as mobilizações e quarta-feira é o dia em que o governo espera votar em definitivo a lei que aumenta a idade mínima para se aposentar que sairá de 60 para 62.

O movimento chega a um momento crítico. Afinal, até quando o movimento conseguirá manter o apoio popular que conquistou? O fato é que esse apoio se expressa não só nas pesquisas mas do ponto de vista material dando condições de infra-estrutura para as manifestações.

O governo adota todas as medidas para tentar calar o movimento, e um dos mais conhecidos é a infiltração de agentes policiais disfarçados de anarquistas que nas mobilizações ousam até em quebrar tudo para serem autênticos.

Entretanto o movimento também tem suas táticas e segundo as palavras de Nicolas Drouvot a polícia não consegue está em todos os cantos. Então eles bloqueiam as cidades em diversos pontos dificultando a ação mais eficaz da polícia.

A jornada de mobilizações continua e os grevistas prometem uma nova onda de protestos na próxima quinta que se estenderá até o dia 6 de novembro quando já está marcada mais uma jornada.

Por enquanto é só. Fico a espera de mais notícias para compartilhar com todos.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Algumas reflexões sobre a França

A expectativa é grande quanto aos rumos que o movimento ocorrido na França irá tomar a partir de amanhã. O governo francês investe pesado na repressão do movimento tentando diminuí-lo, ao mesmo tempo que é visível, até para quem somente assiste aos noticiários, que o movimento só tem crescido.

É notório também a adesão da juventude francesa nas mobilizações de rua dando sua energia e seu vigor para um movimento que toda a Europa aguarda ansiosa. Afinal, há meses atrás foi a Grécia, recentemente Portugal e Espanha. E agora? Quem terá mais força? O governo ou o povo nas ruas?

Essa pergunta só o tempo é que dirá. Agora, é preciso dizer que trata-se de medidas puramente antipopulares para conter uma crise que não terá fim.

Entrando nas reflexões trago aqui as declarações do presidente Sarkozy. Segundo ele essas medidas são indispensáveis para preservar o sistema de aposentadorias vigente, segundo o qual as pessoas ativas financiam as pensões. Ou seja, em outras palavras, o sistema financeiro está em crise, em especial o sistema de pensões e como no capitalismo tudo para os capitalista e nada para os trabalhadores, então pague o povo francês trabalhando mais!

Aliás, para Sarkozy o povo francês está vivendo mais, portanto mais do que natural trabalharem mais. Ora, demos graças se as pessoas estão vivendo mais, pois isso representa melhores condições de vida, entretanto é tão irracional o capitalismo que em pleno séc. XXI onde verificamos uma imensa inovação tecnológica que poderia permitir menos horas trabalhadas e emprego para todo mundo, eis que acontece justamente o contrário: desemprego em massa e mais trabalho para quem tá empregado.

Podem me chamar do que for, mas não vejo solução para o capitalismo a não ser derrubando-o e construindo um novo sistema onde o bem estar das pessoas é que seja a prioridade. O fato é que no capitalismo o principal é o lucro máximo para os capitalistas. Por isso que na França o sistema de pensões está deficitário em mais de 44 bilhões de euros e a solução para resolver isso é aumentar a exploração do povo. Porque não decretar logo a falência e deizar nas mãos do povo a gerência completa desse sistema. Se são incapazes de manterem o sistema em pé tenho certeza que o povo trabalhador organizado terá condições de assumí-lo.

Por isso boto fé nas mobilizações dos trabalhadores e da juventude francesa acreditando que o nível de consciência seja elevado e que possamos rumar juntos a luta para derrubar o capitalismo e constuir o socialismo!

sábado, 16 de outubro de 2010

Charges na Rua

FRANÇA: "GREVE ATÉ A APOSENTADORIA" (NICOLAS)

Após um longo período sem escrever estou de volta, não como antes, um pouco sem jeito por conta do tempo mas em condições de manter atualizado o verbalirando que apesar de humilde rendeu alguns bons comentários e até contribuiu com discussões importantes e até certo ponto polêmicas.

Eis que no dia de hoje, mas exatamente agora o povo françês está enfrentando uma grande greve geral contra a medida do governo de Sarkozy que aumenta a idade mínima para pedido de aposentadoria de 60 para 62 anos.

10 das 12 refinarias do país estão paralizadas e, ao contrário do que a ministra de finanças Christine Lagarde tem afirmado de que isso não tem afetado o abastecimento de combustivel no país, o fato é que já há, e muito a falta de gasolina nos postos. E quem me confirma isso, é o nosso Nicolas, que não é Sarkozy, e que apesar de ter o mesmo nome do seu presidente, não é nem de longe parecido com ele (físico e intelectualmente) hehee.

Já é a quinta grande mobilização contra essas medidas e pelo que fiquei sabendo há uma tendência para que o movimento se radicalize logo logo, já que o projeto já foi votado e falta ser referendado pelo Senado francês.

Enquanto isso fico aqui aguardando mais notícias e espero que não sejam más notícias e que o povo francês possa dá uma resposta a altura aos governantes e a burguesia imperialista do seu país.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E se ele tivesse apertado o gatilho? E se ele tivesse me violentado?


Por Renata Escarião

No ouvido ficaram as ameaças, no corpo aquela sensação das mãos imundas, na nuca a gélida dureza do cano da arma.

Ele está na minha janela? Vai estar mais uma vez na próxima esquina que eu cruzar? Ninguém me garante que não.

O que mais me apavora e indigna é saber que a arma lhe dava tanto poder. Que ali mesmo ele poderia ter acabado com a minha vida. Como pode alguém decidir sobre o direito de viver do outro? Sobre o direito de seguir sem assédio ou trauma?

Voltava tranquilamente para casa quando um homem de boa aparência e sotaque paulista me parou para pedir uma informação. Estava ao celular parado na calçada por onde eu passava. Quis saber o nome da rua e alongou a conversa perguntando onde poderia adquirir créditos para o celular. Parecia ser de fora e estar perdido a procura de um endereço.

Atenciosa como seria qualquer uma que não imagina o mal que a aguarda, dei todas as explicações. Mas estranhei tanta insistência. Antes que me virasse e fosse embora, o susto. Educadamente o homem sacou a arma, disse que era um assalto e que atirava se eu reagisse.

Invonlutariamente, fastei para trás, mas logo dei um passo de volta a frente diante das ameaças com tom de gentileza para que ninguém percebesse o ocorrido.

Ordenou que eu chegasse perto como se estivesse com ele. Me abraçou, pôs a arma na minha nuca e me beijou incessantemente os cabelos para que pensassem que éramos um casal. Procurei com apenas uma mão a carteira dentro da mochila enquanto ele se aproveitava e enfiava a mão no meu decote. Abri a carteira, mostrei que só tinha R$ 10 e ele disse que eu podia guardar. Não quis o dinheiro.

Pediu o celular enquanto escorregava as mãos pelas minhas costas e bunda. Entreguei. Olhou, analisou e disse que não queria.

- Você é casada ou solteira? Perguntou.

- Onde você mora? É aqui perto?

Gelei. Emudeci. Ele não queria dinheiro, não queria celular, queria a maldade que eu sentia com nojo daquelas mãos.

Nada respondi. Senti trêmula suas mãos insistirem no meu corpo. O cano da arma roçar os fios de cabelo no meu pescoço. Achei que fosse morrer. Achei que ele poderia fazer o que quisesse comigo….me violentar, me matar….ele tinha todo o poder.

Nem respirei.

Caladinha, caladinha…….

E ele beijou minha testa e disse:

- Vá com Deus.

Passou a mão na minha bunda. Disse que me mataria se eu olhasse para trás. Que atiraria….

- Caladinha, caladinha !……susurrou

Não me atrevi a olhar pra trás. Dobrei a esquina, entrei na primeira casa cuja porta estava aberta e pedi ajuda.

Com ajuda de desconhecidos cheguei em casa. Liguei pra polícia, pra uns amigos e descobri que se tratava do mesmo homem que há menos de uma semana roubou o carro de uma moça, a levou com ele, ordenou que tirasse a roupa…..mas ela felizmente conseguiu fugir.

Recebi a visita dos policiais. Contei tudo. Disseram que fizeram rondas mas “o meliante evadiu-se do local”.

Foi seu moço, “evadiu-se”, e levou com ele minha noção de liberdade.

Com quantas não será que fez a mesma coisa ou pior? Fiquem alertas meninas. E denunciem.

Senti no olhar das tais autoridades a apatia diante da não novidade. O ar de: não foi nada demais.

Foi senhores, foi sim. Porque um passo em falso e eu poderia ter ficado lá mesmo, naquela esquina. Porque eu tive meu corpo violado. Minha noção de segurança e liberdade destruídos.

Porque eu tenho o direito de andar livremente sem que minha condição de sexo feminino seja uma fragilidade, sem que eu veja um bandido agir muito a vontade em uma rua movimentada às 20h30 da noite.

Me apavora pensar no que ele poderia ter feito. Me alivia saber que alguma força divina intercedeu, só pode, porque não entendo até agora porque ele me deixou ir.

E num país onde a banalização da violência é generalizada, me pego exausta na busca de um instante de sono tentando me convencer que não foi nada demais.

Diz isso pras palavras e imagens que continuam ecoando na minha cabeça.

Na mesma noite uma empresária foi morta ao reagir a um assalto no Bessa.

Podia ter sido meu destino também.

E o que mais apavora é saber que ainda pode ser.

O meu e o de qualquer um de nós.

Filho da puta.


AJUDEM A DIVULGAR A INFORMAÇÃO PARA QUE ELE NÃO FAÇA OUTRAS VÍTIMAS!


CUIDADO MENINAS! NEM TUDO É O QUE PARECE!


EU TIVE SORTE, MAS QUANTAS TERÃO?

retirado do blog intermintências

Charge - Amarildo

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Álvaro Uribe e os crimes de lesa humanidade

O povo organizado da Colômbia quer que tudo seja esclarecido e exige ainda a punição de Uribe por estes crimes

12/08/2010

Elaine Tavares

A mídia brasileira é pródiga em falar do conflito armado na Colômbia, sempre na perspectiva do governo, até estes dias, de Álvaro Uribe. Este, geralmente foi mostrado como o grande democrata que estava fazendo todo o possível para acabar com uma guerra civil que perdura por décadas. Jamais se ouviu ou se leu na mídia comercial brasileira sobre a famosa “black list”, um documento produzido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que mostra Uribe como um narcotraficante. O documento é explícito: Álvaro Uribe é um senador (isso em 1991) que colabora ativamente com o cartel de Medelin, recebe dinheiro por isso e é amigo pessoal de Pablo Escobar. Talvez por isso mesmo os EUA tenham apoiado o então senador quando este quis ser presidente da Colômbia e o foi por dois mandatos. Não é sem razão que Uribe permitiu a instalação de nove bases militares estadunidenses no território colombiano.

Durante estes anos em que esteve à frente do governo colombiano, Uribe certamente não deixou de ser um fiel servidor do narcotráfico e não é à toa que agora inicia um processo de guerra contra a Venezuela, alegando mentiras sobre a ligação do governo de Chávez com os “terroristas” das FARCs. Segue o mesmo exemplo de seu chefe, George Bush, quando quis fazer a guerra contra o Iraque, a partir de mentiras como a que o Iraque teria armas químicas.

Primeiro, as FARCs não são formadas por terroristas. São exércitos regulares que lutam, armados, contra o exército da Colômbia e tem um plano de libertação para o país. Segundo, Uribe tem todo o interesse em se manter fora da cadeia, já que é um narcotraficante reconhecido inclusive pelos EUA, então precisa criar sobre si uma cortina de fumaça. E terceiro, durante seus mandatos promoveu tantos crimes e atrocidades que igualmente deve ser julgado por crime de lesa humanidade.

Na última semana, uma fossa encontrada no pequeno povoado de La Macarena, a uns 200 quilômetros de Bogotá, região que é conhecida como uma das mais “quentes” no processo do conflito colombiano, revelou parte de toda essa atrocidade que o terrorismo de estado tem praticado ao longo dos anos. Mais de dois mil cadáveres foram encontrados, amontoados uns sobre os outros, alguns ainda com as mãos e pés amarrados. Este se trata de um dos maiores enterros coletivos de vítimas que se tem notícia na América Latina. Segundo as informações dos jornais colombianos, a fossa teria corpos desde o ano de 2005, sempre renovados.

O exército colombiano se apressou em dizer que os corpos eram de guerrilheiros que haviam morrido em combate. Mas, o povo da região não confirma isso. Pelo contrário, o que os moradores dizem é que aqueles corpos são de líderes sociais, camponeses e militantes populares que desapareceram sem deixar qualquer rastro.

A cova foi descoberta por conta da denúncia realizada por gente que esteve por anos atuando junto aos paramilitares e que se entregou sob a proteção de uma controvertida lei chamada de Lei de Justiça e Paz. Esta lei garante aos informantes uma pena simbólica se eles confessarem seus crimes. Durante estas sessões de “confissão”, um dos chefes de um grupo paramilitar chamado John Jairo Renteria revelou que ele e seu grupo chegaram a enterrar mais de 800 pessoas em uma fazenda na cidade de Puerto Asís. Também confessou que os seus comandados usavam estas pessoas (sindicalistas, militantes sociais, estudantes) para aprender como esquartejar uma pessoa e revelou que alguns procedimentos eram feitos com as pessoas ainda vivas.

A audiência e a localização dos corpos da cova de La Macarena aconteceram no mesmo dia em que o governo de Santos, atual presidente colombiano, pediu uma reunião urgente na OEA para denunciar a Venezuela como um estado que estava acolhendo membro das FARCs. Nada mais do que outra cortina de fumaça para tentar encobrir o horror da descoberta e das outras tantas atrocidades produzidas pelo governo de seu amigo e antecessor Álvaro Uribe.

O povo organizado da Colômbia quer que tudo seja esclarecido e exige ainda a punição de Uribe por estes crimes, imprescritíveis, de lesa humanidade.

Elaine Tavares é jornalista.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

QUANTO DESCONHECIMENTO!!!! REPASSO COM INDIGNAÇÃO....MANA

Aprendi logo cedo, que jornalismo se faz com paixão e zelo, com técnica e paixão, com fatos e alguma poesia. A jornalista Christina Fuscaldo - que esteve em João Pessoa para cobrir o Festival Nacional de Arte, o Fenart - esqueceu algumas dessas pilastras. Em um texto publicado na revista Rolling Stone, na sua versão brasileira, a competente repórter-redatora nos feriu a paraibanidade com golpes de desconhecimento brutais.

Disse Fuscaldo: "A não ser pelo aparecimento de alguns fenômenos ao longo da história, Paraíba não costuma chamar a atenção por sua música, seu teatro, seu cinema e sua literatura. Vizinho do culturalmente bem-sucedido Pernambuco, o estado nunca viu a formação de um movimento que tivesse como objetivo a divulgação de suas riquezas".

Não é minha intenção e nem meu interesse, queimar a nobre jornalista em uma fogueira inquisitória, mas pretendo defender esse Estado nobre, de riquíssima e variada produção artístico-cultural através dos anos, das décadas, dos séculos. A Paraíba não chama a atenção pela sua produção artística? Ora, vamos parar para pensar. Será que Pedro Américo teve importância na pintura brasileira, ou não? Bem, basta olhar o seu histórico quadro que retrata o "Grito do Ipiranga" e saberemos que sim.

Mas, isso deve ter parecido pouco para a talentosa Christina Fuscaldo. Então falemos de João Câmara, de Antônio Dias, de Thomaz Santa Roza. Nem pretendemos falar sobre os grandes talentos que ficaram entrincheirados aqui, sem galgar as dimensões universais, pelo menos à nível de estatura histórica. Isso lhe basta, Fuscaldo?

O teatro de Paulo Pontes e de Ariano Suassuna, prezada jornalista, não foram (e são) relevantes para a história da artística da cultura brasileira? Imaginamos então - recorrendo novamente a Santa Roza - o célebre cenário de "Vestido de Noiva" seja deveras banal. Sim, ia me esquecendo do espetáculo "Vau da Sarapalha" que recebeu todos os prêmios que podia e foi um dos mais bem avaliados pela exigente Barbara Eliodoro como uma das mais belas realizações da dramaturgia brasileira, que até hoje ainda superlota platéias nos grandes centros do Brasil e do estrangeiro.

A literatura da Paraíba, querida Christina Fuscaldo, é das mais ricas do país. José Lins do Rego, Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida e novamente Ariano Suassuna, é um manancial considerável, não?! Muito embora a nova safra seja também muito brilhante e referencial. O cinema paraibano tem Vladimir Carvalho, Walter Carvalho, Linduarte Noronha, Manfredo Caldas, Machado Bittencourt, e a nova geração de Marcus Vilar e Torquato Joel entre outros.

O que dizer da música dos paraibanos então? Para começar somos berço do maestro que fundou a Orquestra Sinfônica do Brasil, o grande José Siqueira, que aliás também guarda consigo (em memória) o marco de ter sido o primeiro regente latino (e assim sendo, o primeiro brasileiro, claro) a empunhar as batutas diante da Orquestra Sinfônica de Moscou. Talvez bastasse.

Na "Black Music" feita no Brasil temos o grande Genival Cassiano, outro Genival (o Macedo) foi o criador do Trio Elétrico. Temos um dos mais polêmicos compositores "de protesto" que é o Geraldo Vandré, o Sivuca que reputo como o "músico mais completo" do Brasil até que me provem o contrário, o Zé Ramalho, o Antônio Guedes Barbosa (pianista que melhor gravou a obra de Chopin,
segundo a imprensa latina), Jackson do Pandeiro, Canhoto da Paraíba (referência "jimihendrixiana" do violão tocado pelo avesso), Vital Farias, Antônio Barros & Cecéu e por aí vai.

O que nos falta, prezada Christina Fuscaldo, é a doentia chaga do bairrismo que os baianos destacam. Nos falta mesmo é lembrarmos todos os dias que somos de uma nação abençoada, terra de poetas como Zé da Luz e de compositores como Zé do Norte ("Lua Bonita", "Sodade, meu bem, Sodade" etc.) que nos orgulha, com certeza. A Paraíba trava sim um dialogo permanente com a cultura brasileira, e contribuiu (e contribui) muito para tecer esse imenso tapete multifacetado que é a arte produzida nesse terreiro de Mãe Preta e Pai João.

Texto do jornalista e crítico musical Ricardo Anísio