terça-feira, 31 de maio de 2011

Em favor dos meus professores! O piso é lei, FAÇA VALER GOVERNADOR!

Aprendi desde pequeno que deveria ter grande respeito aos meus professores e que deveriam ser tratados inclusive como meus segundos pais.

Foi assim quando ainda chamava minhas professoras de "tias". Foi assim quando deixei uma escola particular e parti para uma escola pública, e continua sendo hoje, onde aos 25 anos de idade, tenho professores que me acompanham virtualmente pela UFPB virtual.

Aprendi na escola pública, que mais do que respeitar os meus professores, o meu sucesso acadêmico dependia da valorização dos mesmos enquanto profissionais. Presenciei greves, ingressei no movimento estudantil e esta certeza só aumentou a cada nova relação que construia.

Os professores no dia de ontem foram manchete nacional. Impossível de ver as manchetes que se seguiram durante o dia e não se lembrar da greve que presenciei, enquanto simples estudante, no governo de Maranhão onde os professores acamparam na praça exigindo seus direitos.

Muitos dos que hoje ocuparam o Palácio da Redenção foram os meus professores de ontem, do ensino fundamental. E todos, naquela época em que eu nem pensava em ingressar no movimento estudantil, lutavam para o que anos depois fosse concretizado com a lei que estabelece o piso salarial nacional da categoria. Momento único, sem sombra de dúvidas, para a educação do nosso país.

O governo que ai está foi eleito com o profundo e sincero sentimento popular em acreditar nas mudanças que o nosso estado tanto precisa. E a educação com certeza não está fora desse contexto de esperança.

Ridículas foram as afirmações que ouvi de secretários de governo de que a lei do Piso não era algo certo e inclusive ainda consta na página oficial do governo a seguinte afirmação: "Quanto ao pagamento do novo piso nacional do magistério, uma das reivindicações da categoria, é importante destacar que ainda está sub júdice, no Supremo Tribunal Federal". Ora, no próprio STF já foi resolvida esta questão e dada como terminada. Ou seja, os governos têm como obrigação garantir o pagamento do piso nacional estabelecido. E mais, aqueles que, por falta de recursos, não tenham condições de arcar com os custos, que façam um relatório ao Governo Federal e solicitem implementação de recursos federais para suprir a deficiência de recursos no âmbito estadual, como fica claro no texto da lei n° 11.738/2008 em seu artigo 4°: "considerados os recursos constitucionalmente vinculados, não tenham disponibilidade orçamentária para cumprir o valor fixado”.

Passados quase um mês de greve o governo continua divulgando por todos os cantos de que o mesmo tem garantido o pagamento de 29,77% acima do que estipula a lei do piso. Ora, então o porquê da continuidade da greve? Há motivação política?

Para a última pergunta, eu como cidadão e acima de tudo um lutador que acredita em dias melhores, respondo que há sim motivação política. E não é pra menos! Afinal, e já respondendo a primeira pergunta, é preciso destacar que a declaração de improcedência da ADIn 4.167 consiste em pagar o piso salarial nacional como vencimento inicial das carreiras do magistério público da educação básica, considerados os parâmetros de formação em nível médio e a jornada de 40 (quarenta) horas semanais. Para que não reste dúvida vejamos que o texto é claro e fala em pagar o piso como V E N C I M E N T O. Em outras palavras, considerando que a carga horária mínima no estado é de 30 horas semanais, então o pagamento de acordo com a decisão do STF que “tem eficácia erga omnes (para todos) imediata, em todo o território nacional, independentemente de qualquer outra providência.” (Nery Júnior, Nelson; Nery, Rosa M., Constituição Federal Comentada, 2006, p.536) deveria ser de R$890,36.

O governo entretanto, passando por cima dessa decisão ofereceu aos professores a seguinte proposta: A proposta do Governo é manter o vencimento (R$ 661,55), os 40% de GED (R$ 264,62) e acrescentar a bolsa de R$ 230,00 totalizando R$ 1.155,62 de remuneração (texto que vemos no portal do governo sem tirar nem pôr).

Como vemos a proposta do governo é manter o vencimento que já é bem abaixo do que deveria ser pago, e acrescenta uma bolsa que somada com os 40% da GED garante o que tem sido divulgado como o pagamento acima do piso nacional. (sic!) Não precisa fazer nenhuma reflexão profunda para perceber que o governo descumpre a lei do piso nacional.

O governador atribuiu a greve como um movimento que está brincando e que o movimento descumpriu dois acordos anteriormente estabelecido entre o comando de greve e o governo. Entretanto, antes de qualquer acordo com o comando de greve e independente de qualquer movimento grevista o governo não pode continuar agindo na ilegalidade descumprindo uma lei nacional respaldada por decisão judicial do STF como já vimos.

Se o governo não pode arcar com os custos pois isso acarretaria descumprimento de outra lei, a de Responsabilidade Fiscal, então que se busque ajuda do governo federal para que o piso seja garantido na prática. E não com a maquiagem proposta com a bolsa e a GED.

Para finalizar, o governador ainda afirmou que o movimento tem assumido uma postura de objetivos políticos e várias pessoas do seu meio tem afirmado que trata-se de uma tentativa de desestabilizar o seu governo. Agora, o movimento grevista tem exigido algo que já estava sendo descumprido pelo governo anterior. Ou seja, se o governo atual foi eleito assumindo postura de oposição ao anterior, então nada mais coerente do que assumir uma postura diferente do seu antecessor. Se o movimento no governo anterior não se mostrou forte como atualmente, para mim não cabe como argumento para não atender a reivindicação o argumento de desestabilização ou de utilização política da greve. Até porque os muitos que no dia de hoje ocuparam o Palácio foram os mesmos, que assim como eu, votaram neste governo acreditando em posturas diferentes.

Assim, quem desestabiliza o governo é o próprio governo, ao manter a posição assumida pelo seu antecessor em não garantir o que está definido por lei e reafirmado pelo STF.

É questão de princípios.

No mais, destaco que é visível a disposição do governo em manter o diálogo com o movimento, ao contrário de outro que não receberia o movimento e o trataria como caso de polícia. Entretanto, o diálogo é quebrado mais uma vez pelo próprio governo quando o mesmo corta o ponto dos professores e permite que capangas ajam com truculência e violência como vimos no dia de ontem contra os manifestantes envolvendo até mesmo uma jovem, que talvez como arma para se defender tivesse apenas o seu caderno.

Por tudo isto é que continuo respeitando os meus professores. Os meus companheiros e companheiras de luta que lutam nada mais nada menos pela garantia e efetivação de uma "Política" que valorize a categoria como passo decisivo para que tenhamos uma educação pública de qualidade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Quando a língua se transforma em objeto de manipulação ideológica e controle social

IHU On line

Depois da discussão sobre o conteúdo dos livros didáticos oferecidos pelo governo, em que são apresentados supostos erros de português, o doutor em filologia e língua portuguesa Marcos Bagno é taxativo: a polêmica que envolve o assunto é falsa. Na opinião do especialista, que conversou por e-mail com a IHU On-Line, a mídia seria a grande responsável por criar o debate.

“Como a grande mídia é, em bloco, aliada dos grupos dominantes e, portanto, antipetista declarada, o episódio está servindo para se atacar o governo Dilma via MEC”, avalia.

De acordo com seus estudos e experiências, o fato de alguém pronunciar uma palavra de uma forma ou outra nada tem a ver com a constituição da linguagem, “mas sim com uma esfera diferente, que é a da normatização da língua, um fenômeno sociocultural em que a língua se transforma em objeto de manipulação ideológica e controle social”. Além disso, é importante destacar que a constituição do padrão sempre se pautou, tradicionalmente, pela linguagem literária.

“Por isso, a norma padrão é tão obsoleta e anacrônica: não se inspira na realidade dos usos, nem mesmo nos usos escritos da literatura contemporânea, mas numa literatura que data de mais de 200 anos”, explica Bagno.

Graduado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (1991), Marcos Bagno é mestre em Linguística pela Universidade Federal de Pernambuco, doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo e professor-adjunto do departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília – UnB.

Confira a entrevista.

IHU On-Line - O senhor diz que há quinze anos os livros didáticos de língua portuguesa aprovados pelo MEC abordam o tema da variação linguística. Quais são, então, os motivos da polêmica em relação ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2011 e dos livros distribuídos pelo MEC? Vai se admitir a pronuncia e a escrita de uma mesma palavra de formas diferentes?

Marcos Bagno - A polêmica é, na verdade, uma falsa polêmica e se deve exclusivamente à ignorância por parte da grande mídia do que se faz em termos de educação linguística no Brasil. Apenas isso. Há também uma questão política: como a grande mídia é, em bloco, aliada dos grupos dominantes e, portanto, antipetista declarada, o episódio está servindo para se atacar o governo Dilma via MEC.

As crianças são ensinadas a escrever e a falar de acordo com a norma culta, considerada adequada. Como fica, a partir da “aceitação” da linguagem oral sobre a escrita, essa adequação no mercado de trabalho e nas escolas? Quais os limites disso para a constituição de um idioma padrão?

Não existe nenhuma “admissão da linguagem oral sobre a escrita”. A língua falada e a língua escrita convivem lado a lado no ensino. Evidentemente, como a escrita é uma forma secundária de língua (já que todos os seres humanos falam, mas nem todos escrevem: já nascemos dotados de um aparelho fonador, mas ninguém nasce com um lápis pendurado no dedo), a escola se dedica mais à leitura e à escrita, porque essas atividades não pertencem ao cotidiano da grande maioria dos alunos. A constituição do padrão sempre se pautou, tradicionalmente, pela linguagem literária. Por isso, a norma padrão é tão obsoleta e anacrônica: não se inspira na realidade dos usos, nem mesmo nos usos escritos da literatura contemporânea, mas numa literatura que data de mais de 200 anos.

Os conceitos de adequação e inadequação linguísticas estão sendo apropriadamente trabalhados nos livros didáticos? De que tratam esses conceitos?

Os livros didáticos diferem muito entre si no tratamento dessas questões. Alguns fazem um trabalho mais satisfatório, outros menos satisfatório. De todo modo, adequação e inadequação têm a ver com o grau de aceitabilidade que cada pessoa espera obter ao falar e ao escrever. Têm a ver com reconhecer as expectativas dos interlocutores/leitores em determinados contextos de interação e tentar atender (ou não) a essas expectativas. Para isso, é importante o conhecimento da noção de gênero textual, porque cada gênero é esperado em contextos específicos, com finalidades sociais específicas. Daí a importância de trabalhar, na escola, com os mais variados gêneros falados e escritos.

Na constituição da linguagem, é aceitável que uma pessoa escreva uma palavra do jeito que ela é pronunciada ou escreva uma frase com a concordância usada oralmente?

A constituição da linguagem é um fenômeno extremamente complexo e sofisticado, que envolve a cognição humana, as interações sociais, a constituição das identidades particulares e comunitárias. O fato de alguém pronunciar assim ou assado ou de escrever uma frase do jeito A ou B nada tem a ver com a constituição da linguagem, mas sim com uma esfera diferente, que é a da normatização da língua, um fenômeno sociocultural em que a língua se transforma em objeto de manipulação ideológica e controle social.

Qual o sentido de dar tanta importância para uma convenção, que é o que as palavras são? No caso da palavra ideia, por exemplo, antes era inaceitável escrevê-la sem acento e hoje é admitido. Qual sua opinião sobre as convenções em torno do idioma?

As convenções linguísticas estão no mesmo plano das demais convenções sociais. Da mesma forma como nós regulamos e normatizamos todas as esferas da vida social - do casamento ao modo de se vestir, da construção das casas à numeração dos sapatos etc. -, também o uso da língua, numa sociedade coesa, passa por regulações. No caso da escrita, ou mais restritamente, da ortografia, ela é unificada para que haja uma possibilidade de comunicação mais eficiente entre os milhões de falantes da língua. A ortografia, no entanto, não tem como regular a língua falada. Todos nós escrevemos “porta”, mas sabemos que o segmento sonoro [r] dessa palavra é produzido foneticamente de diversas maneiras em diversos lugares diferentes. A ortografia pode ser uniformizada, mas a fala jamais.

Como a escola ensina a linguagem popular na sala de aula? É possível falar em linguagem adequada e inadequada?

Não existe “ensino da linguagem popular na sala de aula”. O papel da escola é ensinar o que as pessoas não sabem. Não é preciso ensinar ninguém a falar do modo “popular”, porque todos já sabem falar assim. O importante, na escola, é ampliar o repertório linguístico dos aprendizes, oferecendo a eles o acesso a outros modos de falar e, principalmente, à cultura letrada.

Alguns críticos ao PNLD argumentam que os livros não devem conter erros gramaticais e linguísticos e que devem ser instrumentos para o aluno aprender a norma culta. Que ponderações faz a partir destas críticas?

Esses críticos não merecem muita consideração porque não têm formação específica na área do ensino de língua para poder emitir opiniões abalizadas. Falam da boca para fora, por ter ouvido o galo cantar sem saber onde. Para começar, não existem “erros gramaticais e linguísticos”; essa é uma noção que não faz nenhum sentido para os pesquisadores e teóricos da área. A ideia de “erro” na língua é pura convenção social; não tem nada que ver com o funcionamento da língua propriamente dita. Além disso, o ensino dessa “norma culta” (que ninguém sabe definir o que seja) é parte integrante dos projetos educacionais desde sempre.

O senhor defende que se deve abandonar o mito da unidade do português no Brasil. Que alternativas aponta para resolver o “impasse” entre a linguagem escrita e a linguagem oral? Como, em um país heterogêneo como Brasil, deve-se discutir essa questão?

Não existe impasse entre a língua falada e a língua escrita. Acreditar que ele existe é resultado de uma concepção arcaica das relações entre fala e escrita, em que a escrita é considerada um bloco homogêneo e a fala, um universo caótico. Ora, a escrita é tão heterogênea quanto a fala, e a fala é tão estruturada e regular quanto a escrita. As duas modalidades se interpenetram o tempo todo: não existe texto escrito “puro”; toda manifestação escrita é fatalmente híbrida. E a fala também pode apresentar influxos da escrita, sobretudo entre falantes mais letrados e numa sociedade com forte predomínio da escrita.

O senhor também argumenta em suas obras que as regras gramaticais do idioma consideradas certas são as utilizadas em Portugal e não correspondem à língua falada e escrita no Brasil. Tantos anos depois da colonização, porque o Brasil ainda adota as regras gramaticais de Portugal? É o caso de o Brasil construir suas próprias regras gramaticais?

Passados 500 anos do início da colonização, o português europeu que foi levado para as diferentes colônias se transformou em outras línguas, exatamente como o latim levado para as províncias do império romano se transformou em várias línguas. O português brasileiro é uma língua muito aparentada ao português europeu, é claro, mas também é uma língua que tem sua própria gramática, sua fonologia, sua morfologia, sua sintaxe própria, etc. Já começamos a produzir gramáticas do português brasileiro que deixam de lado as regras tradicionais e tentam descrever como de fato é a nossa língua.

Quais são os mitos que envolvem o idioma português?

São muitos: o mito de que o Brasil é um milagre linguístico por ser um país monolíngue (o que não é verdade: temos mais de 180 línguas faladas em nosso território), de que o português é uma das línguas mais difíceis do mundo, de que existe algum lugar (em geral o Maranhão) onde se fala melhor o português etc., etc. Tudo superstição. Nenhuma dessas afirmações tem sustentação científica.

domingo, 29 de maio de 2011

Dezoito famílias dominam a política na PB e comandam um patrimônio de R$ 32,4 milhões

Bons nomes, sobrenomes fortes e enormes e gordas contas bancárias que há anos se fortalecem e permanecem no poder no Estado da Paraíba. De acordo com levantamento feito pelo PolíticaPB, as 18 famílias que dominam a política paraibana comandam um patrimônio de, nada mais nada menos, que R$ 32.456.479,44 milhões e fazem história a frente de mandatos nos poderes Legislativo e Executivo engrandecendo cada vez mais as suas riquezas.

São mães e filhos, pais e filhos, maridos e mulheres, avós e netos, etc. Wilson’s, Motta’s, Vital’s, Cunha’s Lima, Roberto’s, Efraim’s, Paulino’s, Maranhão’s, Carneiro’s, Ribeiro’s, Feliciano’s, Abreu’s, Henrique’s, Toscano’s, Germano’s, Braga’s, Henrique’s, Odilon’s, Gouveia’s e Júnior’s.

Das mais abastadas as mais “simplórias” nenhuma dessas famílias possuiu menos de R$ 250 mil em patrimônio e algumas chegam a R$ 5,4 milhões. Individualmente esses valores variam entre R$ 50 mil e R$ 4,8 milhões por pessoa. Alguns deles sequer revelam sua fortuna, mas, imagina-se, deva ser bem maior que a aparente.

No topo da lista das famílias políticas e milionárias na Paraíba está a do senador Wilson Santiago e seu filho, o deputado fereral Wilson Filho, ambos do PMDB. Juntos eles possuem uma fortuna avaliada em R$ 5.460.280,00 milhões. Somente o filho declarou ter uma riqueza de R$ 4.800.471,00 milhões. Já o pai apresentou uma prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) onde revela ter apenas R$ 659.809,28 mil.

Em segundo lugar no ranking das famílias políticas mais ricas do Estado está a Cunha Lima na qual se apresentam três integrantes, Ivandro Cunha Lima (tio), Cássio Cunha Lima (sobrinho) e Romero Rodrigues (primo), todos do PSDB. Ainda a espera de tomar posse no Senado Federal o senador eleito Cássio declarou possuir um patrimônio de R$ 642.654,00 mil. Seu segundo suplente Ivandro, que também aguarda ser diplomado, tem bens avaliados em R$ 3.456.485,01 milhões e o deputado federal Romero, R$ 794.694,00 mil.

Logo em seguida aparece a família Ribeiro com uma fortuna avaliada em R$ 3.775.153,32 milhões. O mais rico é o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) que declarou ao TSE possuir uma riqueza avaliada em R$ 3.575.094,34 milhões. A irmã dele, deputada estadual Daniella Ribeiro (PP) tem um patrimônio declarado em R$ 72 mil. Poucas pessoas sabem, mas a mãe dos parlamentares, Virgínia Velloso, é prefeita do município de Pilar e tem uma riqueza de R$ 128.058,98 mil.

Fonte: Os valores dos bens dos devidos políticos citados na matéria do PolíticaPB foram retirados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No caso de senadores, vice-governador, deputados federais e estaduais os dados são de 2010, já os valores do patrimônio dos prefeitos são de 2008. Apenas Veneziano Vital do Rêgo e Zenóbio Toscano, este último candidato pela última vez em 2006, não tiveram seus bens declarados.

Confira na sequência o ranking das famílias políticas mais ricas da Paraíba:

4º lugar – Família Roberto

Wellington Roberto (Deputado Federal) – R$ 1.981.809,26 milhão

Caio Roberto (deputado estadual) – R$ 1.690.138,03 milhão

5º lugar – Família Henrique

João Henrique (deputado estadual) – R$ 1.851.920,43 milhão

Edna Henrique (prefeita de Monteiro) – R$ 287.191,25 mil

6º lugar – Família Motta

Hugo Motta (deputado federal) – R$ 141 mil

Francisca Motta (deputada estadual) – R$ 1.788.876,26 milhão

Nabor Wanderley (prefeito de Patos) – R$ 94.978,37 mil

7º lugar – Família Maranhão

Benjamim Maranhão (deputado federal) – R$ 1.271.805,00 milhão

Olenka Maranhão (deputada estadual) – R$ 474.525,23 mil

8º lugar – Família Efraim

Efraim Morais (secretário de Infraestrutura do Estado) – R$ 573 mil

Efraim Filho (deputado federal) – R$ 718.782,40 mil

9º lugar – Família Vital do Rêgo

Vital do Rêgo Filho (senador) – R$ 888.842,05 mil

Nilda Gondim (deputada federal) – R$ 243.937,66 mil

Veneziano Vital do Rêgo (prefeito de Campina Grande) – não declarou bens ao TSE

10º lugar – Família Maroja

Marcus Odilon (prefeito de Santa Rita) – R$ 770.429,93 mil

Quinto de Santa Rita (gestor do Programa de Fomento ao Produto Turístico do Estado) – R$ 348.268,17 mil

11º lugar – Família Gouveia

Rômulo Gouveia (vice-governador) – R$ 951.285,99 mil

Eva Gouveia (deputada estadual) – R$ 96.131,81 mil

12º lugar – Família Júnior

Manoel Júnior (deputado federal) – R$ 892.127,00 mil

Maria Clarice (prefeita de Pedras de Fogo) – R$ 70 mil

13º lugar – Família Carneiro

Ruy Carneiro (deputado federal) – R$ 815.825,00 mil

Janduhy Carneiro (deputado estadual) – R$ 145.994,65 mil

14º lugar – Família Feliciano

Damião Feliciano (deputado federal) – R$ 818.530,57 mil

Renato Feliciano (secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico do Estado) – por não ter sido candidato não tem bens declarados no TSE

15º lugar - Família Paulino

Raniery Paulino (deputado estadual) – R$ 484.384,00 mil

Fátima Paulino (prefeita de Guarabira) – R$ 86.613,82 mil

16º lugar – Família Braga

Wilson Braga (deputado estadual) – R$ 264.816,00 mil

Vani Braga (prefeita de Conceição) – R$ 170 mil

17º lugar – Família Germano

Gilma Germano (deputada estadual) – R$ 120 mil

Buba Germano (prefeito de Picuí recenetemente cassado) – R$ 162 mil

18º lugar – Família Toscano

Léa Toscano (deputada estadual) – R$ 124 mil

Zenóbio Toscano (presidente da PBGás) – candidato pela última vez em 2006 não teve o valor dos bens encontrados no TSE

Nice Almeida

PolíticaPB

sábado, 28 de maio de 2011

Será o benedito?!

O Papa chegou ao Brasil em missão não oficial.

O Negão, o melhor motorista da Sé, o aguardava.

Ele tinha um compromisso e estava atrasado, mas o Negão não passava dos 80 Km/h .

O Papa pedia:

-Negón, piú veloce, per favore.

-Santidade, não posso. Dá multa. Desmoraliza a Sé.

E ele continuava nos 80 km/h. O Papa impaciente... e disse:

- Negón, passe a qui, per favore. Dammi l'auto.

O Negão ficou no banco de trás e o próprio Papa foi levando o carro, agora a 150 km/h.

À frente, um policial rodoviário os interceptou.

Quando viu quem era, resolveu passar um rádio pro chefe, sussurrando discretamente:

- Chefe, peguei um cara importante voando na Dutra. Não sei o que fazer!

- Quem é... Um deputado? Perguntou o chefe.

- Não chefe, é mais importante.

- É um senador?

- Não chefe, é mais importante ainda.

- Então, é um governador de estado?! Um juiz do supremo tribunal ?!

- Que nada chefe, é mais importante ainda...

- O presidente?!!!

- É mais importante que o próprio presidente, chefe...

- Puxa, então só pode ser o Papa!

- Que nada chefe: o Papa é o motorista, deve ser São Benedito !!!...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Notícias da Europa

Os antigos e fiéis leitores deste blog devem ter percebido que há um bom tempo deixei de postar notícias vindas da França através do nosso Nicolas.

Eis que volto a trazer notícias de lá. Ontem foi divulgado pela imprensa imagens da Carla Bruni que está gestante de um filho de Sarkozy. Para Nicolas, Sarkozy está usando de tudo para sua campanha de reeleição, inclusive a gestação de Carla Bruni. As eleições na França ocorrem no ano que vem. Quem sabe vai nascer um Sarkozy alto dessa vez!? hehe...

Apesar de pouco divulgado por aqui e por lá também, as notícias que chegam é que os espanhóis continuam em luta em sua campanha "No somos mercancia em manos de politicos y banqueros". O movimento tem sido duramente perseguido pela polícia que nada faz do que cumprir o seu papel de resguardar o poder da classe dominante, que impõe aos trabalhadores duras condições por conta de uma crise típica de um sistema em estado de falência.

O movimento tem sido instigado pelo que está acontecendo em países como a Tunísia e o Egito. No dia de hoje ocorreram manifestações na cidade de Barcelona e já há um chamado para outras manifestações em Barcelona e Madri para responder a violência policial que tem sido dura nas ruas.

"Os indignatos", assim tem sido chamado os manifestantes, por conta de um livro intitulado "Indignamos" do autor francês stephane hessel. O livro foi traduzido para o espanhol e tem causado grande repercussão no país.

No mais, segundo o nosso correspondente a França vive um momento em que o seu povo encontra-se "depressivo" mas não significa dizer que isto irá durar por muito tempo. O movimento espanhol pode mostrar algum caminho a ser seguido e o bebê de Sarkozy com certeza não terá condições de salvar o sistema.

Tenho dito!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

CBF e o... sionismo?

Do blog do Tsavkko

Marcelo vieira é lateral-esquerdo do Real Madrid (time conhecido por sua torcida fascista e por ter sido time do coração de Francisco Franco) e, até ontem, era dado como certo para disputar a Copa América e para os amistosos contra a Romênia e Holanda no começo do próximo mês.

O corte na seleção seria algo normal se o jogador não tivesse se envolvido em uma polêmica recentemente por apoiar a causa palestina.

No dia 15 de maio, dia da Nakba, ou Grande Catástrofe, a criação oficial do Estado Nazi-Sionista de Israel, Marcelo postou em seu facebook uma foto de um lutador palestino com a frase "My heart with Palestinian now as they fighting with Israel” ["Meu coração está com os palestinos em sua luta contra Israel", em tradução literal]. Foi o suficiente para que o facebook DELETASSE o perfil de Marcelo Vieira depois de pressão de Sionistas.

Two days later, the unexpected happened. Marcelo Vieira’s Official facebook page was shut down. Official Real Madrid website mentioned that the facebook administration received requests from Israelis to shut down the page as it was inciting violence against Israel by supporting the Palestinian Intifada.

Interessante é a ausência total de repercussão do caso no Brasil, assim como em blogs pelo mundo. O jornal israelense YNET divulgou o caso (em hebraico, e aqui uma tradução) e alguns poucos blogs repercutiram.

O primeiro absurdo do caso é o fato do facebook deletar a conta de um usuário por este manifestar solidariedade ao povo palestino. Que direito tem o facebook de deletar a conta de alguém, sem aviso, por defender uma causa política legítima? Não é a primeira vez que o Facebook deleta contas de militantes políticos ligados à causa palestina ou mesmo à causa basca, movimentos sociais, de esquerda e etc.

O segundo absurdo vem da CBF e do curioso corte do jogador logo depois de suas declarações. Será mera coincidência? Ou o mais puro Nazi-Sionismo tomando conta?

Uma página foi criada no facebook em homenagem ao jogador e centenas de pessoas estão postando mensagens de apoio e agradecimento pela sua clara defesa da Causa Palestina.

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Informações iniciais me foram passadas pela @ReginnaSampaio

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Certeza

A espera

A esfera

O globo

O mundo hoje

O eu de amanhã

Um Prometeu do futuro

Um ser estóico

Pródigo e heróico



A vida bem lutada

A luta bem vivida

A vitória insaciável do que é novo

As novas tarefas do momento

O acaso ante o plano

O planejamento da ação



Não é porque saiu na novela que não presta

Não é porque não virou romance, conto, fantasia ou poesia

Não é porque não contaram na História

Que deva ser esquecido



Somos pessoas

Seres cobertos de acertos

A dúvida e o erro são condições

Contingências do processo



A fé naquilo que muitos não creem

Naquilo que fazemos tão pacientemente

A fé no miúdo

No moído

A fé no além

No além de nossas forças aparentes

É nossa certeza


*Rafael Freire - Jornalista responsável pelo Jornal A Verdade
www.flickr.com/rafaelfreire

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O TELEX


Retirado do Blog do Tião Lucena

Quem vê os milagres do computador e da internet, nos dias de hoje, mal lembra dos tempos em que se fazia um texto batendo na tecla queixo duro da Oliveti manual, errando e sendo obrigado a apagar tudo com borracha ou botando um monte de x em cima.

Não lembra nem mesmo do finado telex, que quando chegou foi saudado como milagre do avanço tecnológico, e hoje é peça de museu.

De fato, o telex era o fino da moda na década de 70. Mandava textos para Oropa, França e Bahia e ainda recebia os textos de lá, sozinho, sem carecer ninguém mexer nos seus botões.

Quando instalaram o primeiro telex na agência do Banco do Brasil de Cajazeiras, o vigilante Antonio de Nezinho, que dormia dentro do banco, acordou com a zoada da máquina fazendo aquele matraquear infernal. Espantado, ajeitou as calças e correu feito doido, esquecendo o revólver, o quepe e a garrafa de café que sempre levava para espantar o sono.

Pulou o muro, debandou para os lados do cabaré de Lilia e somente no outro dia, com o sol bem alto, apareceu perante o tesoureiro, Seu Santino, para pedir as contas.

Seu Santino ainda ponderou, pedindo para ele ficar. Mas Antonio de Nezinho, irredutível, fincou pé na demissão:

-Fico não, Seu Santino, que já morreu muitos funcionários aqui dentro e agora as máquinas deram para bater sozinhas, de noite. Eu sou vigia de gente viva.Num ganho para tocaiar alma.

Comentário a parte do verbalirando: eu mesmo já recebi um telex, e vc? Na época tinha uns 8 ou 9 anos de idade...um amigo do meu pai me parabenizando por alguma coisa, só não lembro o que e nem sei onde anda este telex. O tempo realmente passa. heheh

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Régis Soares coloca funcionário da SP Alimentação pra correr

No dia ontem o chargista Régis Soares recebeu uma desagradável visita de um "suposto" assessor de comunicação da SP Alimentação.

Primeiro chegou uma pessoa se identificando como sendo da empresa pra um ajudante de Régis pedindo pra avisar que ele teria que tirar a charge do painel que fica exposto em frente ao ateliê, caso contrário, a SP Alimentação iria recorrer a polícia.

Depois de um tempo outra pessoa retorna, estranhamente pára o carro com uma certa distância do ateliê e vai falar com Régis reafirmando o que já haviam dito pra o ajudante de Régis e, é claro, ouviu um não de resposta pois, segundo o chargista a charge só sairia na próxima terça como todas as outras charges que expõe semanalmente.

Não conseguindo êxito ainda propõe que Régis troque o nome da SP Alimentação na charge por "merenda da prefeitura" ou algo do tipo e novamente recebeu um não.

Régis que não é nenhum menino não se intimidou com a ameaça feita por este indivíduo que apresentou uma carteira de jornalista que se identificou como assessor de comunicação da empresa foi logo tirando uma foto pra se precaver de qualquer coisa.

Nessa hora o bicho literalmente pegou. O suposto assessor de comunicação da SP Alimentação se agarrou com Régis tentando pegar a máquina fotográfica que só não foi pega porque trabalhadores de um quiosque em frente ao atelié vieram em auxílio ao chargista e colocaram o cara pra correr.

Infelizmente Régis não conseguiu tirar a foto frontal do indivíduo e tem apenas uma foto dele correndo em direção ao carro.

Fica evidente a tentativa de impedir a liberdade de expressão de um verdadeiro trabalhador que com suas charges ganha o seu pão de cada dia e ainda diverte a todos que, seja pelo painel que expõe ou pelo site que mantém no ar admiram o trabalho deste grande batalhador.

A você Régis, minha sincera solidariedade e não se intimide, você não tem nada a temer.

Charges na rua

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Apolo 11: a esquerda acusa a direita


RETIRADO DO JORNAL DO COMÉRCIO DO DIA 09/05/2011 (ILUSTRAÇÃO ACIMA)

MEMÓRIA POLÍTICA
Ayrton Maciel amaciel@jc.com.br

O alvo era a democracia. Impedir a abertura política. O bispo dom Zacarias Rolim de Moura seria o instrumento da extrema-direita, que teria colocado a bomba no Apolo 11, em Cajazeiras (PB), na noite de 2 de julho de 1975. Essa é a versão da esquerda, organizada à época com um embrião do Partido Comunista Revolucionário (PCR), formado por estudantes e ex-seminaristas. Jovens que, em 1967, tinham derrubado a bandeira dos EUA e hasteado a do Brasil em praça pública.

A morte do bispo conservador da Diocese de Cajazeiras, a 460 km de João pessoa, dom Zacarias Rolim de Moura, causaria um impacto e comoção nacionais e seria atribuída à extrema-esquerda, inviabilizando assim o projeto de “distensão lenta, gradual e segura” do regime militar, anunciado pelo general-presidente Ernesto Geisel, que havia assumido em 1974. Cidade culta e politizada, Cajazeiras tinha vivido a efervescência do movimento estudantil nos anos 60, que se mantinha organizado nos anos 70. Historicamente, tinha personagens políticos progressistas, como o então ainda vivo médico Sabino Rolim Guimarães Coelho, o grande dirigente comunista de Cajazeiras. Candidato a deputado federal em 1945, pelo PCB, chegou a ser preso pós 1964. E como o advogado e deputado estadual, pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), o “agitador” João Bosco Braga Barreto.

Paralelamente, havia se instalado na cidade uma célula do Partido Comunista Revolucionário (PCR), clandestino (ilegal), fundado em 1966 a partir de uma cisão no Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que em Pernambuco atraiu militantes do movimento estudantil e ativistas das extintas Ligas Camponesas. A cidade era assim um raro cenário para quem conspirava contra a abertura política. “O alvo era a democracia. Era fazer Geisel retroceder. Eles diriam que não tinham como abrir porque a extrema-esquerda estava praticando atentados. Na verdade, quem jogava para desestabilizar era a extrema-direita”, acusa Edval Nunes Cajá, 60, ex-seminarista do Seminário Nossa Senhora da Assunção e ex-presidente do Grêmio Estudantil.

Nascido em Bonito de Santa Fé, a 55 km, Cajá foi levado pelo pai para o Seminário, uma das raras oportunidades de futuro para filhos de camponeses. Questionando a riqueza da Igreja e o conservadorismo do Vaticano, Cajá deixa o Seminário em 1969 e conclui o ginasial em 1971. Matriculado no Ginásio Pernambucano, no Recife, chega em fevereiro de 1972 para estudar o clássico (atual ensino médio) e residir na Casa do Estudante de Pernambuco, no Derby. No Recife, conhece e identifica-se com o PCR. Leva o estatuto e o programa para o grupo de ex-seminaristas e estudantes militantes de Cajazeiras. “Não queríamos partido reformista. Todos entraram no PCR”.

Em 1975, vem a bomba no Cineteatro Apolo 11. “Pensei: será que algum companheiro por conta própria fez aquilo? Não, nossos companheiros lá seguiam uma linha política e tática em consonância com a direção do partido, que era a de fazer o trabalho de massa. Mas, ficou a preocupação com alguma acusação para incriminar o partido. Isso não ocorreu”, diz.

Natural de São José de Caiana, a 7 km, ex-seminarista e presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade Filosofia, Ciências e Letras (Fafic), Luiz Alves de Lima, 56 (à época com 21), argumenta que, na década 70, o movimento estudantil atuava mais no trabalho de consciência política. “Não existiam mais condições para mobilizações de rua”, isenta o movimento Luiz Alves, até hoje no PCR.

Bispo conservador, anticomunista, apoiador do regime militar e admirador da fundamentalista católica Tradição, Família e Propriedade (TFP), dom Zacarias seria o instrumento para se atingir a democracia. O ato terrorista seria atribuído à extrema-esquerda. “Sabino Rolim Guimarães não foi interrogado nem foi preso. É uma prova que eles sabiam que a bomba era da extrema-direita. Essa é a razão da não divulgação das investigações e do inquérito da Polícia federal”, aponta Cajá.

A lição dos padres italianos

Acusados de organizar e agitar os camponeses a partir de 1974 em reuniões fechadas e nunca comunicadas ao bispo e de confrontarem a orientação pastoral de dom Zacarias Rolim, padres italianos oriundos de Verona e ligados ao movimento Cristãos para o Socialismo estavam no foco da efervescência política. Recém ordenados, os primeiros chegaram no final dos anos 60 e os outros até 1976, compromissados com a Igreja libertadora e a opção preferencial pelos pobres. Idealistas, tinham uma visão utópica de socialismo.

Ex-aluno no seminário diocesano de Cajazeiras, Luiz Alves reconhece que havia um choque dos italianos com a linha de ação pastoral de dom Zacarias. Eram jovens e escolheram o Nordeste, o Sertão de Cajazeiras e o bairro mais pobre (o Camilo de Holanda) para o trabalho. Atuaram com os camponeses em Cachoeira dos Índios (município a 21 Km). Mas eram pacíficos. Não era um confronto grave, defende Luiz Alves, que foi aluno de Walter Strapaghetti e Mauro Carmo. Dois outros eram Albino Donatti e Giuliano Pellegrini. No seminário, eles não se manifestavam politicamente, ressalva.

Na Rádio Difusora, o padre Pellegrini chama o bispo de mau pastor, irritando os opositores. Com a autoridade contestada e pressionado pelos conservadores, dom Zacarias pede à Diocese de Verona a retirada dos italianos. Acaba o conflito.

Dom Zacarias era um homem de muita habilidade. Nunca falava mal dos bispos progressistas. Era conservador e tinha uma diocese que procurava arrecadar recursos. A Diocese de Cajazeiras é rica e patrimonialista. Ele ajudou a construir isso”, diz Cajá.

A tomada da bandeira dos EUA nas ruas de Cajazeiras

22 de agosto de 1967, aniversário de fundação de Cajazeiras. De repente, guerra na Praça do Coração de Jesus, centro da cidade. Minutos antes, uma moça da sociedade cajazeirense, em carro aberto alegórico, trono posto sobre um caminhão adaptado, com uma coroa de rainha na cabeça e biquíni comportado , agitava a bandeira dos Estados Unidos. Desfile organizado pela Cruzada ABC (Ação Básica Cristã), financiada pela Aliança para o Progresso, proposta pelo presidente John F. Kennedy, em 1962, seguia sob marcha militar de cerca de 200 jovens e voluntários. Na hora combinada, soa o apito e perto de 50 secundaristas, articulados em meio a mil de escolas públicas que assistiam ao desfile, partem para cima do caminhão. Em minutos, a bandeira norte-americana é recolhida e a bandeira do Brasil está hasteada. Seguem-se os discursos improvisados que ressaltam a tradição cultural, a rebeldia política, a defesa de ideias revolucionárias e os protestos contra a dominação norte-americana.

Mais dez minutos e chega o Tiro de Guerra, comandado pelo sargento Barbosa (alagoano José Barbosa de Carvalho Filho) e 80 homens com fuzil de sabre e em marcha de ganso, que cercam o quadrilátero da praça. A resposta dos estudantes rebeldes é imediata com pedras. Outros pegam carros chapeados de armazéns como escudos. Na praça de guerra, os recrutas disparam para cima, assustam, dispersam e prendem líderes e estudantes mais agitados. “Impedimos aquele desfile que insultava a consciência política de Cajazeiras. Ver o desfile da bandeira de outro país na nossa cidade, quando a tradição nossa era exatamente de lutar pela liberdade? Tomamos a bandeira (dos EUA) e a bandeira do Brasil foi hasteada. A data da cidade era o dia da rebeldia, dia em que o grêmio protestava contra a ditadura e o imperialismo com uma passeata, recorda Edval Nunes Cajá, à época com 17 anos, do batismo na militância estudantil e política.

A Aliança para o Progresso foi proposta pelo presidente John Kennedy e aprovada em encontro de países em Punta del Este, Uruguai, para combater a influência cubana na América Latina. Incluía a alfabetização de adultos e a doação de alimentos para a merenda escolar. Eles mapearam as cidades com maior politização nos interiores, como Cajazeiras e Feira de Santana (BA), no Nordeste. O programa era um anestésico, destaca Cajá.

O advogado João Bosco Braga Barreto e o monsenhor Vicente Freire, diretor do Colégio Comercial, libertam os detidos. Estudantes e soldados ficaram feridos. O presidente da proscrita Associação dos Estudantes Secundaristas de Cajazeiras (Aesc), Adalmir Coelho, oriundo do PCB, líder do confronto, deixa a cidade porque é procurado. Morre na década 70 em desastre de automóvel entre João Pessoa e Cajazeiras.

domingo, 8 de maio de 2011

Matar Osama para salvar Obama


"Os Estados Unidos podem fazer o que se propõem; Essa é a história do nosso país. Somos uma nação, sob Deus, indivisível, com liberdade e justiça para todos" Barack Obama

Essas palavras adquirem toda a dimensão da realidade da nação mais agressora e mais imperialista de todas que existem, que sempre fez o que quis e impunemente extermina povos, nações e democracias legítimas e instaura ditaduras, sempre com o velado e servil apoio dos membros da União Europeia.

E eis que o inquilino da Casa Branca apareceu diante das câmeras para bradar ao mundo inteiro que "se fez justiça"; e o povo estadunidense, que se encontra totalmente alienado pelos meios de comunicação e seu governo, irrompeu num frenesi incontrolável de "democratas" que se regozijam com a morte, celebrando o que o genocida George Bush denominou como a"vingança da democracia" - e isso é justiça?


Me pergunto se se conhecia a localização do sujeito mais procurado do mundo desde 2001 - segundo filtrou o site Wikileaks -, devia ele, então, ter sido capturado vivo para ser julgado pelos tribunais competentes; só posso presumir que se o capturassem vivo poderia abrir a caixa de pandora que nos levaria à verdade sobre os acontecimentos do 11 de Setembro, fato este que continua por esclarecer-se.

Obama disse em sua coletiva de imprensa que a "sigilosa" operação executada pelos Navy Seals se realizou na localidade de Abbottabad, a 50 km da capital paquistanesa, e que se produziu um combate de cerca de 40 minutos, no qual morreram outras quatro pessoas; disse também que os assassinos tinham o cadáver - logo disseram que o atiraram ao mar - que segundo os informes possuía um tiro na cabeça - por acaso um tiro de misericórdia? - e que, além disso, detiveram duas mulheres e alguns de seus filhos, que seguramente já estão em algum lugar do tipo dos cárceres secretos de Guantánamo, uma das maiores violações aos direitos humanos.

Hoje, evita-se falar que Osama foi agente da CIA e que sob essa condição criou os "talibãs" para combater os soviéticos no Afeganistão e que, inclusive, chegou a estar envolvido com o financiamento dos Contra nicaraguenses, e que sua família foi -não se sabe se ainda é - sócia de envergadura da família Bush.



Não nos é difícil adivinhar que por trás deste anúncio existem dois objetivos claros e bem definidos:

1. Tirar do noticiário o assassinato do filho de Muammar Kadafi - que não desempenhava qualquer cargo político ou militar - e de três de seus netos ainda crianças - mostrando que a operação também possui objetivos civis -, em um crime brutal e injustificável e que viola o direito internacional - pois tentam cometer um magnicídio -, assim como a resolução do Conselho de Segurança da ONU, que permitiu iniciar sua campanha imperialista no Norte da África.

2. A recuperação da popularidade descendente de Obama - a mais baixa desde que assumiu a Presidência - em vésperas das próximas eleições. De fato, já está em campanha... Com este anúncio, evita-se que o cidadão estadunidense volte suas atenções para os problemas conjunturais de sua sociedade.

Mas a guerra contra o terrorismo segue na agenda da administração Obama - uma guerra útil para os poderes supranacionais pela simples razão de que não se pode ganhá-la, pois o inimigo é invisível; este é o único modo de continuar com a eliminação dos direitos dos cidadãos e de assegurar um modo de justificar as intervenções militares contra a soberania dos povos. Diz-se que "o mundo se sente aliviado", mas, ao mesmo tempo, alerta sobre "ataques violentos em todo mundo após a morte de Bin Laden". Por acaso é um alívio que se produza um assassinato que, pela natureza do assassinado, põe em perigo àqueles a quem dizem querer proteger?

Mataram o homem que serviu de justificativa para intervenções militares cujo custo alcança a mágica cifra de US$ 1.200.000.000.000 - prejuízo para o cidadão comum e lucro para a indústria da guerra (não só a armamentista) - e que, de fato, é paga com um genocídio (recordemos que o número de mortes provocadas pelas intervenções desde 2001 já se aproxima a um milhão, sem esquecer a cassação dos direitos civis...).

Por fim, tudo isso apenas me parece uma grande montagem publicitária repugnante em torno do assassinato de um sujeito - seja quem for - que deixa entredito as motivações que levaram à invasão no Afeganistão, e onde o decisivo apoio da União Europeia também a converte em culpada, senão veja o que disse a Comissão Europeia:

"Não contradiz - assassinato de Osama como ato de justiça - os valores e princípios da União Europeia, que advoga pela liberdade, a democracia e pelo fim da pena de morte em escala mundial".

Hoje reafirmamos o que já sabíamos: "vivo ou morto", na linguagem oficial dos Estados Unidos - e agora da União Europeia -, quer dizer morto...

Pedro José Madrigal Reyes
Fonte: www.rebelion.org

sábado, 7 de maio de 2011

As mentiras e incógnitas na morte de Bin Laden

Fidel Castro Ruz

Os homens que executaram Bin Laden não agiram por conta própria, seguindo ordens do Governo dos EUA foram cuidadosamente selecionados e treinados para missões especiais. Sabe-se que o presidente dos EUA pode se comunicar com um soldado em combate.

Horas depois de executar a ação na cidade paquistanesa de Abbottabad, na sede da academia militar de maior prestígio no país e unidades de combate principais, a Casa Branca ofereceu à opinião pública mundial cuidadosamente versão da morte do chefe da Al-Qaeda Osama Bin Laden.

Obviamente, a atenção do mundo e da imprensa internacional voltada para a questão, deslocando outras notícias da esfera pública.

redes de televisão dos EUA informou o discurso cuidadosamente preparado pelo presidente, e mostrou imagens da reação do público.

Era óbvio que o mundo estava ciente da delicadeza do assunto, como o Paquistão é um país de 171 milhões 841 mil habitantes - [onde EUA e da OTAN realizaram uma devastadora guerra que durou dez anos] - possuidor de armas nucleares tradicional aliado dos EUA.

Sem dúvida, o país muçulmano não pode concordar com a sangrenta guerra que os Estados Unidos e seus aliados realizado contra o Afeganistão, outro país muçulmano, com a qual partilha a fronteira, complexo montanhoso elaborado pelo império colonial britânico, onde as tribos vivem comum em ambos os lados da divisão.

A imprensa dos EUA se entendido que o Presidente escondido quase tudo.

agências de notícias ocidentais: Ansa, AFP, AP, Reuters e EFE, os principais jornais e sites expressar informações interessantes sobre o incidente.

O New York Times diz que "os fatos diferem significativamente da versão oficial apresentada terça-feira pela Casa Branca e funcionários de inteligência, segundo a qual a morte de Bin Laden, que finalmente percebeu que não estava armado, mas disse que vai" resistir " - tivesse ocorrido no meio de um tiroteio intenso.

"Ainda de acordo com o jornal New York, a operação", mas caótica e sangrenta, era extremamente unilateral, com uma força de mais de 20 membros da SEAL rapidamente despachar um punhado de homens que protegia Bin Laden ".

"... O 'Times' agora garante que" os tiros disparados apenas por aqueles que estavam no complexo residencial ocorreu no início da operação. "

"Exatamente, teve lugar" quando o mensageiro de confiança de Bin Laden, Abu Ahmed Al Kuwait, abriu fogo de trás da porta da casa de hóspedes ao lado da casa onde Bin Laden estava escondido. "

"Depois os SEALs Kuwait mortos e uma mulher na casa de hóspedes, os americanos não estavam sob fogo mesmo, mais uma vez", diz o documento com base nessas fontes, cuja identidade não foi revelada ... "

"Na terça-voz da Casa Branca, Jay Carney, havia garantido uma" narrativa "de eventos na madrugada de domingo e segunda-feira que o comando dos EUA sofreu um tiro em toda a operação."

"Até o diretor da CIA, Leon Panetta, tinha falado de" alguns tiros "enquanto os EUA plantas militar de elite foram apuradas a partir da residência onde ele estava escondido Bin Laden."

"Por outro lado, no entanto, o jornal disse que, apesar de Bin Laden não tinha levantado uma arma quando foi baleado, os comandos que você encontrou em uma sala, viram que o líder da Al Qaeda tinha um" AK-47 e uma pistola Makarov a "mão".

Hoje, 06 de maio de notícias continua.

Washington, uma das agências informaram que apenas um tiro de um homem pelas forças dos EUA. Em seguida, diz que "No meio da noite de domingo, helicópteros, com 79 membros de um comando EUA a bordo se aproximava da residência de Osama Bin Laden em Abbottabad, ao norte de Islamabad. Tinha partido de um local não especificado e voando baixo para evitar a detecção por radar, e que o Paquistão não tinha sido informada da invasão.

"- Dois helicópteros liberados mais de 20 soldados da Marinha Selos no recinto da residência, que tem paredes de 4-6 metros de altura, coberta com arame farpado. Um helicóptero, um Blackhawk MH-60, aparentemente modificada para evitar o radar, caindo bruscamente devido a uma "falha mecânica" e não está em uso, de acordo com um primeiro relatório de autoridades dos EUA.

"- Um grupo de soldados é enviado para um edifício contíguo à residência principal. O mensageiro de Bin Laden vê-lo, abriram fogo contra membros do comando e é abatido com sua esposa. Este homem é o único ocupante da residência norte-americanos para atirar. Esta declaração contrasta com o primeiro relatório de Washington que descrevia uma troca de tiros na operação de 40 minutos de duração. "

"... Outra equipe entra na casa de três andares principais."

"... Cumpre o irmão do mensageiro, que também foram mortos, segundo um oficial dos EUA não deu mais detalhes. Segundo a NBC, o homem tinha uma mão em suas costas quando o comando entrou no quarto onde ele estava. Assim, as tropas acreditavam que tinham uma arma, embora ele não era o caso.

"- As forças dos EUA até as escadas, e um dos quartos estão um filho adulto de Bin Laden, Khalid, que também atirou ..."

"- No último andar, as tropas de encontrar Osama Bin Laden e sua esposa no quarto. Sua esposa tenta se levantar e foi ferido na perna. Bin Laden não dá sinais de desistir e leva um tiro na cabeça e por alguns meios de comunicação dos EUA, incluindo no peito. As primeiras versões do raid indicou que Bin Laden se recusou e tinha usado a sua esposa como um escudo humano, mas essa informação foi posteriormente negada pela Casa Branca.

"- O presidente Barack Obama, que segue os eventos da Casa Branca informou que o comando identificado Bin Laden. Uma reportagem da revista Time, com base em uma entrevista com o diretor da CIA, Leon Panetta, sugeriu que Bin Laden foi morto menos de 25 minutos após o início da operação.

"- Na sala de Bin Laden, o Navy Seals são uma espingarda de assalto AK-47 soviéticos e pistola 9 milímetros russo. Encontramos também outras armas na residência, mas não há detalhes além.

"- As forças especiais também encontrou dinheiro e números de telefone costurada na roupa do chefe da Al Qaeda ..."

"- O comando usa tudo que pode servir como uma fonte de informação: notebook, cinco computadores, 10 discos rígidos e centenas de dispositivos de armazenamento (CD's, DVD's, USB)."

"... Vá para um lugar seguro cerca de vinte mulheres e crianças presentes na residência e destruídas em seguida o helicóptero caiu.

"... 38 minutos após o início da operação, os helicópteros partem com o cadáver de Bin Laden.

A AP publica dados sobre o interesse político e humano:

"Uma das três mulheres que vivem com Osama Bin Laden disse aos interrogadores paquistaneses que ele permaneceu por cinco anos na casa onde o fugitivo estava escondido, e pode ser uma importante fonte de informação sobre como ele evitou a captura por tanto tempo, disse sexta-feira, um oficial da inteligência paquistanesa. "

mulher "de Bin Laden, Amal Ahmed Abdullfattah, nascido no Iêmen, disse que nunca deixou o piso superior da casa dentro de 5 anos que morava lá.

"Ela e as outras duas esposas de Bin Laden no Paquistão estão sendo questionados depois de ser preso na segunda-feira o ataque perpetrado pelos EUA contra a residência de comando naval de Bin Laden, na aldeia de Abotabad. As autoridades paquistanesas também prenderam oito ou nove crianças encontradas na casa quando eles removeram os comandos.

"Devido à mudança e contas incompleta dos funcionários dos EUA sobre o que aconteceu no assalto, as declarações de esposas de Bin Laden pode fornecer detalhes da operação.

"Além disso, suas contas podem ajudar a ilustrar a forma como o tempo passou e Bin Laden pode estar escondido em um grande casa perto de uma academia militar em uma cidade esquartejado, a duas horas da capital, Islamabad.

"Os oficiais paquistaneses disseram que os agentes da CIA não tiveram acesso aos detidos do sexo feminino."

"A proximidade do esconderijo de Bin Laden para a guarnição e da capital do Paquistão em Washington, levantou suspeitas de que o fugitivo foi, provavelmente, protegidos pelas forças de segurança do Paquistão".

EFE indaga sobre o que eles pensam que o povo do Paquistão:

"Cerca de 66 por cento dos paquistaneses acreditam que as forças especiais dos EUA mataram o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, mas a outra pessoa, de acordo com uma pesquisa conjunta da British sondagens de opinião instituto YouGov e Polis, da Universidade de Cambridge .

"A pesquisa foi realizada entre os internautas, que tendem a ter mais cultura, três cidades, Karachi, Islamabad e Lahore, excluindo os grupos de população rural, o que torna os resultados mais marcantes, segundo os pesquisadores.

"Cerca de 75 por cento dizem que desaprovam nova violação da soberania paquistanesa por os EUA na operação para capturar e matar Bin Laden.

"Menos de três quartos dos entrevistados não acreditam que Bin Laden autorizou os ataques de 11 de setembro contra os Estados Unidos, o que justificou a invasão dos EUA no Afeganistão ea luta contra o terrorismo islâmico.

"Alguns 74 por cento acreditam que o U. S. Governo não respeita o Islã e se considera em guerra com o mundo islâmico e 70 por cento desaprovam a política paquistanesa para aceitar a ajuda dos EUA econômica.

"Os 86 por cento também é inconsistente com o governo paquistanês no futuro, ou permitir que as críticas de que foi autorizada antes de ataques com drones contra grupos militantes.

"Cerca de 61 por cento dos paquistaneses entrevistados diz que simpatizam com o Taleban ou acreditar que eles representam pontos de vista respeitável em comparação com apenas 21 por cento exibido radicalmente opostas."

Reuters também fornece dados interessantes:

"Uma das esposas de Osama Bin Laden contou a seus interrogadores paquistaneses que líder da Al Qaeda e sua família viveram durante cinco anos na cidade onde ele foi morto por soldados dos EUA esta semana, disse na sexta-feira, um oficial de segurança.

"A fonte, que identificou a mulher como Abdulfattah Amal Ahmed, disse à Reuters que a mais nova das três esposas de Bin Laden foi ferido na operação.

"De acordo com o oficial, disse que os investigadores paquistaneses Abdulfattah" Moramos lá por cinco anos. "

"As forças de segurança paquistanesas prenderam 15 a 16 pessoas que moravam no complexo, após comandos EUA tiraram o corpo de Bin Laden, disse o funcionário. Entre os detidos estavam três mulheres e vários filhos de Bin Laden. "

Uma aeronave teleguiada matou Yankee com nada menos que 15 pessoas no Waziristão do norte do Paquistão, segundo a ANSA. Outros sofreram ferimentos graves. Mas quem vai cuidar desses assassinatos por dia no país?

Eu faço questão entretanto. Por que a coincidência entre a matança feita em Abbottabad e, simultaneamente, tentar assassinar Kadafi?

Um de seus filhos mais jovens, que não se misturavam em assuntos políticos, Saif al Arab, foi encontrado na casa onde morava com um filho pequeno e dois primos mais novos, Kadafi e sua esposa visitaram ele até pouco antes do ataque bombardeios da OTAN. A casa foi destruída, morreu Saif al Arab e os três filhos, Kadafi e sua esposa tinha saído pouco antes. Foi um acontecimento sem precedentes. Mas o mundo tem pouco notado.

Foi coincidência mero acaso desse fato e do ataque a refúgio de Osama Bin Laden, o governo dos EUA sabia perfeitamente e observou todos os detalhes?

Uma expedição a partir de hoje o Vaticano informou:

"06 de maio (Bloomberg) - Giovanni Innocenzo Martinelli, Vigário Apostólico de Trípoli, disseram à agência de notícias Fides, do Vaticano não tem intenção de" interferir com a actividade política de ninguém ", mas enfrenta o dever de advertir que os bombardeios à Líbia "imoral".

"Eu estou surpreso que você tenha feito declarações que lidar somente com assuntos espirituais, e que o bombardeio foi autorizada pela ONU. Mas isso não significa que a ONU, a OTAN ou a União Europeia tem autoridade moral para decidir atentado ", acrescentou.

"Eu gostaria de frisar, ele acrescentou, que o bombardeio não é um ato ditado pela consciência civil e moral do Ocidente, ou mais genericamente da humanidade. Bombardeio é sempre um ato imoral. "

Outro fio agência Ansa sobre a posição da China e da Rússia.

Moscou, 6 mai-Os governos da China e da Rússia disse hoje "extremamente preocupado" sobre a guerra na Líbia e disseram que vão agir em conjunto para exigir um cessar-fogo. "

"'Nossa crença é de que o objetivo mais importante é obter um cessar-fogo imediato", disse Yang Jechi, Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês. "

Os fatos são verdadeiramente preocupantes acontecendo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Barack Obama: um nobel sem escrúpulos


Atilio Boron

A notícia do assassinato de Osama Bin Laden oferece um sinal a mais dentre os muitos que ilustram a profunda crise moral da “civilização ocidental e cristã” que os Estados Unidos dizem representar. Para além da rejeição que nos provocava o personagem e seus métodos de luta, a natureza da operação levada a cabo pelos seals da Armada dos Estados Unidos é um ato de inqualificável barbárie perpetrado sob as ordens diretas de um personagem que com suas condutas cotidianas desonra a atribuição que lhe outorgou o Parlamento norueguês ao consagrá-lo como Prêmio Nobel da Paz do ano de 2009.

De acordo com o estabelecido por Alfred Nobel em seu testamento esta distinção, devemos recordar, devia ser concedida “à pessoa que mais ou melhor trabalhou em favor da fraternidade entre as nações, a abolição ou redução dos exércitos existentes e a celebração e promoção de processos de paz.” O energúmeno que anunciou ao povo estadunidense a morte do líder da Al-Qaeda dizendo que “a justiça foi feita” é a antítese perfeita do estipulado por Nobel. Um comando operativo é o menos parecido ao devido processo, e lançar os restos de sua vítima ao mar para ocultar os vestígios do que se fez é ato próprio de mafiosos ou genocidas. O mínimo que deveria fazer o Parlamento norueguês é exigir que ele devolva o prêmio.

Na truculenta operação encenada nos arredores de Islamabad há múltiplas interrogações que permanecem nas sombras, e a tendência do governo dos Estados Unidos a desinformar a opinião pública torna ainda mais suspeita esta operação. Uma Casa Branca vítima de uma doentia compulsão por mentir (lembrar a pequena história das “armas de destruição em massa” existentes no Iraque, ou o infame Informe Warren que sentenciou que não houve conspiração no assassinato de Kennedy, obra do “lobo solitário” Lee Harvey Oswald) nos obriga a analisar com cuidado cada uma de suas afirmações.

Era Bin Laden ou não? Por que não pensar que a vítima poderia ser qualquer outro? Onde estão as fotos, as provas de que o falecido era o procurado? Se foi tirada uma prova de DNA, como ela foi obtida, onde estão os resultados e quem foram as testemunhas? Por que este teste não foi apresentado perante consideração pública, como se fez, sem ir mais longe, com os restos do comandante Ernesto “Che” Guevara? Se, como se assegura, Osama se ocultava numa mansão convertida numa verdadeira fortaleza, como é possível que em um combate que se estendeu durante 40 minutos os integrantes do comando estadunidense regressaram à sua base sem receber sequer um arranhão? Tão pouca pontaria teriam os defensores do fugitivo mais procurado do mundo, do qual se falava que possuía um arsenal de armas mortíferas de última geração? Quem estava com ele?

Segundo a Casa Branca o comando matou Bin Laden, seu filho, outros dois homens sob sua tutela e uma mulher que, asseguram, foi intimada a ser utilizada como escudo humano por um dos terroristas. Também se disse que mais duas pessoas ficaram feriados no combate. Onde estão, e o que vai ser feito delas? Serão levadas a julgamento, darão depoimento para lançar alguma luz sobre o ocorrido, falaram em uma coletiva de imprensa para narrar o acontecido? Pelo que parece esta “proeza” passará à história como uma operação mafiosa, ao estilo da matança de San Valentín ordenada por Al Capone para liquidar os capangas do lado rival.

Osama vivo era um perigo. Se sabia (ou sabe) demasiadamente, e é razoável supor que a última coisa que o governo estadunidense queria era levá-lo a julgamento e deixá-lo falar. Neste caso seria desatado um escândalo de enormes proporções ao revelar as conexões com a CIA, os armamentos e o dinheiro investido pela Casa Branca, as operações ilegais montadas por Washington, os obscuros negócios de sua família com o lobby petroleiro estadunidense e, muito especialmente, com a família Bush, entre outras trivialidades.

Em suma, um testemunho que haveria de ser silenciado de qualquer forma, como Muammar Gadafi. O problema é que já morto, Osama se converte para os jihadistas islâmicos em um mártir da causa, e o desejo de vingança seguramente impulsionará às muitas células adormecidas da Al-Qaeda a perpetrar novas atrocidades para vingar a morte de seu líder.

Tampouco deixa de chamar a atenção o quão oportuna foi a morte de Bin Laden. Quando o incêndio da seca na pradaria do mundo árabe desestabiliza uma área de crucial importância para a estratégia de dominação imperial, a notícia do assassinato de Bin Laden reinstala a Al-Qaeda no centro do cenário. Se há algo que a esta altura é uma verdade irrefutável é que essas revoltas não respondem a nenhuma motivação religiosa. Suas causas, seus sujeitos e suas formas de luta são eminentemente seculares e em nenhuma delas – desde Tunísia ao Egito, passando por Líbia, Barein, Iêmen, Síria e Jordânia – o protagonismo recaiu sobre a Irmandade Muçulmana ou Al-Qaeda.

O problema é o capitalismo e os devastadores efeitos das políticas neoliberais e os regimes despóticos que ele instalou nestes países e não as heresias dos “infiéis” do Ocidente. Mas o imperialismo estadunidense e seus capangas na Europa aguardaram, desde o princípio, para fazer aparecer estas revoltas como produto da malícia do radicalismo islâmico e Al-Qaeda, coisa que não é certa.

Santiago Alba Rico observou com razão que em pleno auge destes protestos seculares – anti-políticas de ajuste do FMI e do Banco Mundial – um grupo fundamentalista desconhecido até então assassinou o cooperante italiano Vittorio Arrigoni, ativista do Movimento de Solidariedade Internacional, em uma casa abandonado na Faixa de Gaza. Poucas semanas depois, um terrorista suicida estourou uma bomba na praça Yemaa el Fna, um dos destinos turísticos mais notáveis não só do Marrocos, mas de toda a África, e mata ao menos 14 pessoas.

“Agora – continua Alba Rico – reaparece Bin Laden, não vivo e ameaçador, mas com toda a glória de um martírio adiado, estudado, cuidadosamente encenado, um pouco inverossímil. “A justiça foi feita, disse Obama, mas a justiça exige tribunais e juízes, procedimentos sumários, uma sentença independente.” Nada disso ocorreu, nem ocorrerá. Mas o fundamentalismo islâmico, ausente como protagonista das grandes mobilizações do mundo árabe, aparece agora em primeiro plano em todos os jornais do mundo e seu líder como mártir do Islã assassinado a sangue frio pela tropa do líder do Ocidente. A Casa Branca, que sabia desde meados de fevereiro deste ano que nesta fortaleza nos arredores de Islamabad se refugiava Bin Laden, esperou o momento oportuno para lançar seu ataque tendo em vista posicionar favoravelmente Barack Obama na iminente campanha eleitoral pela sucessão presidencial.

Há um detalhe nada anedótico que torna ainda mais imoral a bravata estadunidense: poucas horas depois de ser abatido, o cadáver do presumido Bin Laden foi lançado ao mar. A mentirosa declaração da Casa Branca diz que seus restos foram sepultados respeitando as tradições e os ritos islâmicos, mas não é bem assim. Os ritos fúnebres do Islã estabelecem que se deve lavar o cadáver, vesti-lo com uma mortalha, proceder com uma cerimônia religiosa que inclui orações e honras fúnebres para logo em seguida seguir para o enterro do defunto. Além disso, se especifica que o cadáver deve ser depositado diretamente na terra, recostado sobre seu lado direito, e com a face dirigida à Meca.

Com que pressa tiveram que ser feitos o combate, a recuperação do cadáver, sua identificação, a obtenção do DNA, o traslado em um navio da Armada estadunidense, situado a pouco mais de 600 km do subúrbio de Islamabad onde se produziu o enfrentamento e finalmente navegar até o ponto onde o cadáver foi lançado ao mar para respeitar os ritos fúnebres do Islã? Na realidade, o que se fez foi abater e “desaparecer” com uma pessoa, presumidamente Bin Laden, seguindo uma prática sinistra utilizada sobretudo pela ditadura genocida que assolou a Argentina entre 1976 e 1983. Ato imoral que não somente ofende às crenças muçulmanas, mas também uma milenar tradição cultural do Ocidente, anterior inclusive ao cristianismo.

Como o atesta magistralmente Sófocles em Antígona, privar um defunto de sua sepultura acende as mais amargas paixões. Estas que hoje devem estar incendiando as células do fundamentalismo islâmico, desejosas de castigar os infiéis que ultrajaram o corpo e a memória de seu líder. Barack Obama acaba de dizer que depois da morte de Osama Bin Laden o mundo é um lugar mais seguro para se viver. Equivoca-se de pouco em pouco. Provavelmente sua ação não fez senão despertar um monstro que estava adormecido. O tempo dirá se assim será ou não, mas sobram razões para ficarmos preocupados.

* Traduzido por Cainã Vidor e publicado na Revista Fórum.

O assassinato de Osama Bin Laden


Fidel Castro

Aqueles que lidam com estes assuntos sabe que, em 11 de setembro de 2001, o nosso povo expressa a solidariedade com os Estados Unidos e deu a modesta cooperação no campo da saúde pode oferecer às vítimas do brutal atentado às Torres Gêmeas Nova York.

Também imediatamente ofereceu pistas em nosso país por aviões norte-americanos à terra não receberam o caos nas primeiras horas após o golpe.
Sabemos que a posição histórica da Revolução Cubana, que sempre se opôs a ações que põem em perigo as vidas dos civis.

Determinado adeptos da luta armada contra a tirania de Batista, foram, no entanto, ao contrário, por princípio, a qualquer ato terrorista que causou a morte de pessoas inocentes. Tal conduta, realizada mais de meio século, dá-nos o direito de expressar uma opinião sobre a questão sensível.

Massive evento público realizado na cidade de Esportes naquele dia manifestou a convicção de que o terrorismo internacional nunca serão resolvidos pela violência e pela guerra.

É verdade que foi, durante anos, um amigo dos Estados Unidos militares treinados dele, e adversário da URSS e do socialismo, mas o que foram os atos atribuídos a Bin Laden, o assassinato de um ser humano desarmado e cercado pela família é um fato repugnante. Aparentemente é isso que fez o governo da nação mais poderosa que jamais existiu.

O discurso cuidadosamente preparado para Obama anunciar a morte de Bin Laden diz: "... sabemos que as piores fotos são aquelas que são invisíveis para o mundo. A cadeira vazia na mesa. As crianças foram obrigadas a crescer sem a mãe ou o pai. Os pais que nunca mais vai sentir o abraço de uma criança. Cerca de 3 000 pessoas foram levadas para longe de nós, deixando um buraco em nossos corações. "

Este parágrafo contém uma realidade dramática, mas não pode impedir que pessoas honestas lembrar guerras injustas desencadeada por os EUA no Iraque e no Afeganistão, centenas de milhares de crianças forçadas a crescer sem a mãe ou o pai e os pais nunca mais ia sentir o abraço de uma criança.

Milhões de cidadãos marcharam longe de suas aldeias no Iraque, Afeganistão, Vietnã, Laos, Camboja, Cuba e outros países ao redor do mundo.

Nas mentes de centenas de milhões de pessoas que não tenham sido apuradas, nem as imagens terríveis dos seres humanos em Guantanamo, Cuba ocupou, marchando em silêncio submetidos durante meses ou até anos para se insuportável e enlouquecedor tortura, são seqüestradas e transportadas para prisões cumplicidade secreta com a hipocrisia de alegada sociedades civilizadas.

Obama não tem como esconder o fato de que Osama foi morto na frente de seus filhos e esposas, agora nas mãos das autoridades do Paquistão, um país muçulmano, de quase 200 milhões de pessoas, cujas leis foram violadas, ofendeu a dignidade nacional, e sua ultrajado tradições religiosas.

Como agora impedem as mulheres e os filhos dos executados sem julgamento nem direito explicar o que aconteceu, e as imagens são transmitidas para o mundo?

Em 28 de janeiro de 2002, o jornalista da CBS Dan Rather, transmitido pela estação de televisão que o 10 de setembro de 2001, um dia antes dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, Osama bin Laden passou diálise em um hospital militar paquistanês. Eu não era capaz de esconder e proteger-se em cavernas profundas.

Assassinato e enviado para as profundezas do mar mostra o medo e a insegurança tornam muito mais perigosos.

O público nos Estados Unidos, após a euforia inicial vai acabar criticando os métodos, longe de proteger os cidadãos acabam multiplicando os sentimentos de ódio e vingança contra eles.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Resposta a comentário sobre post

A charge que postei do Lattuf semana passada rendeu este seguinte comentário "anônimo":

"Você coloca aqui a monogamia no sentido de posse. Mas não vejo mal em um homem e uma mulher se respeitarem enquanto estão juntos.

Tanto o homem ou a mulher que tem mais de um parceiro ao mesmo tempo não tem amor próprio. São pessoas que terminam se protituindo e prostituindo seus sentimentos, pondo a relação amorosa e o respeito a favor da vulgaridade.

Quem não quer compromisso sério que se separe e se jogue na gandaia, isso tanto pro homem como pra mulher.

O respeito e o amor verdadeiro acima de tudo.

Duvido muito um homem ser a favor de que sua companheira tenha varios parceiros. Você gostaria? Se for é melhor partir para uma orgia e aguentar o peso na cabeça."

Faço questão de colocá-lo aqui para esclarecer algumas coisas:

1°) A monogamia historicamente está associada ao sentimento de posse e diretamente
ligada a propriedade privada. E para provar isso posso colocar a disposição em outro momento alguns textos que esclareçam este tema que por si só, geraria um texto bastante denso. Por hora prometo me esforçar em escrever sobre isso ou até mesmo postar alguns textos de contribuição histórica a exemplo de Engels, Lênin e Alexandra Kolontai para que assim possamos aprofundar este debate surgido com o comentário acima.

2°) A vulgaridade pra mim estar no fato das pessoas construirem relações sem sentimentos verdadeiros. Entretanto não dar apenas pra simplificar uma afirmação generalizando que toda pessoa que possua mais um parceiro ao mesmo tempo seja vulgar e não tenha amor próprio. Afinal, há casos (e há quem diga que há um crescimento deles) em que as partes envolvidas concordam em estabelecer este tipo de relação e afirmam existir amor. Agora...o que entendemos por amor? Só esta pergunta daria muito o que falar e coloco o blog para quem quiser contribuir.

3°) Quanto ao último questionamento...eu particularmente não sou adepto de dividir uma companheira com mais uma pessoa ou mais de uma pessoa. Agora...se há quem goste e concorde não vejo ai nenhuma traição ou um "peso na cabeça". Peso na cabeça carrega quem falsamente concorda em construir uma relação que será monogâmica apenas para uma das partes. E geralmente é a mulher que carrega este fardo. Uma coisa é preciso ser dita: se há consenso entre as partes e há fidelidade ao que se propôs não há nada de traição mesmo se nesta relação haver mais de duas pessoas envolvidas. Afinal, todas estão concordando e sendo fiéis ao combinado.

Por enquanto fico por aqui e novamente reafirmando promessa em estudar novamente sobre o assunto e expor noutro momento com maior clareza sobre este tema.

Perguntas De Um Operário Que Lê

Quem construiu Tebas, a das sete portas?

Nos livros vem o nome dos reis,

Mas foram os reis que transportaram as pedras?

Babilònia, tantas vezes destruida,

Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas

Da Lima Dourada moravam seus obreiros?

No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde

Foram os seus pedreiros? A grande Roma

Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem

Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio

Só tinha palácios

Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida

Na noite em que o mar a engoliu

Viu afogados gritar por seus escravos.


O jovem Alexandre conquistou as Indias

Sozinho?

César venceu os gauleses.

Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?

Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha

Chorou. E ninguém mais?

Frederico II ganhou a guerra dos sete anos

Quem mais a ganhou?


Em cada página uma vitòria.

Quem cozinhava os festins?

Em cada década um grande homem.

Quem pagava as despesas?


Tantas histórias

Quantas perguntas



Bertolt Brecht

Vale a pena os súditos britânicos sustentarem a família real?

Frei Betto

Em Cambridge, onde morei em 1987, descobri por que a BBC não produz telenovelas. País coroado por lendária família real, como a Inglaterra, dispensa contos de fadas. Basta ligar a TV. A telinha, ao focar a monarquia, exibe cenas tão exuberantes que a realidade parece superar a fantasia.

Aristóteles, mestre em teoria literária, ensina que a ficção não precisa ser verdadeira, precisa ser verossímil. O espectador ou leitor tem que ficar convencido de que toda aquela fantasia brotada da imaginação possui certa coerência. Júlio Verne e Monteiro Lobato que o digam.

Ora, e se eu dissesse a você, leitor(a), que acabo de ler um romance no qual uma princesa, Anne, após 20 anos de casada, decide divorciar de seu marido, Mark, por suspeita de adultério? Como narrativas centradas na nobreza requerem temperos de romantismo e intriga, sedução e traição, o irmão da princesa, Charles, herdeiro do trono, também se separa de sua bela mulher, Diana, mãe de seus dois filhos, para se juntar a uma mulher divorciada, a inexpressiva Camilla.

Indignada com a atitude do filho, a rainha se recusa a abdicar, impedindo-o de ascender ao trono. A princesa Diana cai nos braços de um miliardário árabe, sob o risco de dar à luz, na nobre linhagem da Casa de Windsor, cabeça da Igreja Anglicana, o primeiro rebento muçulmano...

Mas eis que o destino a conduz à morte num trágico acidente automobilístico num túnel de Paris. Destronada da nobreza e da vida, Lady Di passa a merecer veneração mundial por sua beleza e dedicação a causas sociais.

Andrew, outro filho da rainha, se casa com uma tal Sarah. Seis anos depois, o casamento fracassa. Sarah perde as regalias nobiliárquicas e, desesperada, é flagrada negociando com empresários, por quantia superior a R$ 1 milhão, acesso ao ex-marido, representante comercial da Grã-Bretanha.

São todas histórias reais – no duplo sentido do adjetivo. Que autor de novela ou romance bolaria trama tão instigante e apimentada?

Agora, o mundo parece esquecer guerras e dores, trabalhos e dificuldades, para se deliciar com o casamento do príncipe William, filho de Charles e Diana, com a plebéia Kate Middleton. O sonho em forma de realidade! O verdadeiro reality show!

Não apenas os noivos expressam felicidade. A combalida economia britânica, afetada pela crise do capitalismo iniciada em 2008, também se rejubila. Como isca de turismo e venda de souvenires, a família real britânica garante aos cofres do país cerca de R$ 1,2 bilhão por ano. Prevê-se um faturamento de R$ 4,8 bilhões, graças aos milhares de turistas que afluem a Londres pelo prazer de repetir o resto na vida: “Naquele dia, eu estava lá.”

A UK Gift Company, especializada na venda de penduricalhos reais (chaveiros, isqueiros, louças com foto dos noivos, bolsas estampadas etc.) calcula um aumento de 40% nas vendas.

Mundo afora, mais de 2 bilhões de pessoas, de olho nas bodas reais via TV ou internet, fizeram a festa das agências de publicidade e das empresas anunciantes.

Acima de toda essa nobre parafernália paira uma pergunta: vale a pena os súditos britânicos sustentarem a família real? Ora, a Casa de Windsor custa, a cada súdito, a bagatela de R$ 1,66 por ano. E possui em propriedades algo em torno de R$ 16 bilhões. A maior parte desse patrimônio está alugada, e a renda vai direto para os cofres públicos. Caso a monarquia fosse abolida, a família teria direito de apropriar-se da renda.

E nós, pobres plebeus, que admiramos extasiados bodas reais e já não temos monarquia? Elementar, meu caro Watson: revestimos os nossos ídolos de majestade – o rei Pelé; Roberto Carlos, o rei; misses coroadas e escolas de samba em pompas principescas.

Ainda bem que o nosso príncipe destronado, Dom João Henrique de Orléans e Bragança, bisneto da princesa Isabel, assume tranquilo sua condição de feliz plebeu. Fotógrafo e hoteleiro, vive numa bucólica casa em Paraty e não perde a oportunidade de oferecer aos amigos uma deliciosa cachaça.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bin Laden incorpora exu no sertão

Miguezim de Princesa

I
Acabo de receber
Uma grande informação,
Que vazou de uma carta
Mandada do Paquistão,
Afirmando que Bin Laden
Se encontra no Sertão.

II
É na cidade do Lastro,
Nos confins paraibanos,
Que está homiziado
O chefe dos muçulmanos,
Porém com a barba raspada
E a cabeça sem pano.

III
Vende galinha na feira;
Só anda armado de faca,
espingarda soca-soca
e garrucha na bruaca;
É querido e conhecido
Por nome Mané Binlaca.

IV
Assim que chegou por lá,
Endoidou por uma menina
Cujo prenome é Joelma
De Socorro de Ambrosina.
Quando recebeu um “não”,
Quis tomar estricnina.

V
Foi a irmã de Johnsim,
Que chegou esbaforida,
A tempo de lhe dar leite
E assim salvar sua vida,
Contando com a ajuda
De Breno de Aparecida.

VI
Quando ouviu a notícia
Que Bin Laden tinha morrido,
Mané soltou uma “gaitada”,
Fez o maior alarido,
Deu três tiros de garrucha
Que estuporou o ouvido.

VII
Mandou matar três galinhas,
Fez uma panela de canja;
Agarrou-se com Naninha,
Filha de finada Arcanja;
Comeu uns quatro pão-doces
Com Ki-suco de laranja.

VIII
Chamou Ricardo Coitim,
Também a primeira-dama,
Dr. Cássio Coisa Linda,
De quem já conhece a fama,
E se juntaram numa farra
Para mangar de Obama.

IX
Acham que os americanos
Estão fracos das ideias,
Espalhando pelo mundo
Mentira e “prosopopeias”,
Pois a foto divulgada
Era do finado Enéas.

X
Bin Laden ainda está vivo
Feito uma assombração:
Ainda ontem foi visto
No terreiro de Janjão,
Incorporando um Exu
Com uma bomba na mão.

domingo, 1 de maio de 2011

Totonho diz que Chico César acerta quando não gasta dinheiro público com baboseiras

“Já tive a oportunidade de comentar sobre a postura de Chico César e dos que pensam como ele (eu me incluo), quando o assunto é investimento público para a cultura. É importante observar: o dinheiro público não pode ser gasto com qualquer baboseira, seja com o forró de plástico ou com a música brega de pagodeiros, sertanejos, axés e outros brucutus da inutilidade cultural brasileira.

Totonho é mais um companheiro das lutas do Musiclube/Fala Bairros/Mei nos anos 80, época em éramos todos visionários que insistiam em olhar para o futuro, achando que o futuro seria sempre para depois, bem depois. Mas o futuro chegou, e dentro desse futuro de agora tem inclusive uma "carrada de baboseiras" e brucutus que a mídia comprada nos empurra goela abaixo, como se fosse a melhor coisa do mundo, e tudo não passa mesmo disso: BABOSEIRA!

Mas Totonho é um artista dos mais criativos de nossa música paraibana e como ele, Chico César, hoje nosso secretário de cultura do governo do estado, ícones de uma realidade que foi construída com base em muita ação de guerrilha cultural pelos bairros da grande João Pessoa. Duas personalidades musicais de grande peso político para o nosso estado, estejam onde estiverem.

Chico e Totonho são irmãos de Musiclube e devem compreender que a reserva natural do "dinheiro público para a cultura" deve ser guardada para o gasto com um projeto que atenda sempre a mais artistas de qualidade indiscutível, para que o dinheiro investido não possa ser colocado no lixo dos empresários que vendem essas baboseiras.

Se há enganos e equívocos a declarar, eu serei o primeiro artista equivocado que continua convicto de suas posturas em defesa da cultura guerrilheira nos bairros da grande João Pessoa. O resto é besteira!

Ou não?”