quinta-feira, 19 de maio de 2011

O TELEX


Retirado do Blog do Tião Lucena

Quem vê os milagres do computador e da internet, nos dias de hoje, mal lembra dos tempos em que se fazia um texto batendo na tecla queixo duro da Oliveti manual, errando e sendo obrigado a apagar tudo com borracha ou botando um monte de x em cima.

Não lembra nem mesmo do finado telex, que quando chegou foi saudado como milagre do avanço tecnológico, e hoje é peça de museu.

De fato, o telex era o fino da moda na década de 70. Mandava textos para Oropa, França e Bahia e ainda recebia os textos de lá, sozinho, sem carecer ninguém mexer nos seus botões.

Quando instalaram o primeiro telex na agência do Banco do Brasil de Cajazeiras, o vigilante Antonio de Nezinho, que dormia dentro do banco, acordou com a zoada da máquina fazendo aquele matraquear infernal. Espantado, ajeitou as calças e correu feito doido, esquecendo o revólver, o quepe e a garrafa de café que sempre levava para espantar o sono.

Pulou o muro, debandou para os lados do cabaré de Lilia e somente no outro dia, com o sol bem alto, apareceu perante o tesoureiro, Seu Santino, para pedir as contas.

Seu Santino ainda ponderou, pedindo para ele ficar. Mas Antonio de Nezinho, irredutível, fincou pé na demissão:

-Fico não, Seu Santino, que já morreu muitos funcionários aqui dentro e agora as máquinas deram para bater sozinhas, de noite. Eu sou vigia de gente viva.Num ganho para tocaiar alma.

Comentário a parte do verbalirando: eu mesmo já recebi um telex, e vc? Na época tinha uns 8 ou 9 anos de idade...um amigo do meu pai me parabenizando por alguma coisa, só não lembro o que e nem sei onde anda este telex. O tempo realmente passa. heheh

Nenhum comentário: