sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Algumas reflexões sobre a França

A expectativa é grande quanto aos rumos que o movimento ocorrido na França irá tomar a partir de amanhã. O governo francês investe pesado na repressão do movimento tentando diminuí-lo, ao mesmo tempo que é visível, até para quem somente assiste aos noticiários, que o movimento só tem crescido.

É notório também a adesão da juventude francesa nas mobilizações de rua dando sua energia e seu vigor para um movimento que toda a Europa aguarda ansiosa. Afinal, há meses atrás foi a Grécia, recentemente Portugal e Espanha. E agora? Quem terá mais força? O governo ou o povo nas ruas?

Essa pergunta só o tempo é que dirá. Agora, é preciso dizer que trata-se de medidas puramente antipopulares para conter uma crise que não terá fim.

Entrando nas reflexões trago aqui as declarações do presidente Sarkozy. Segundo ele essas medidas são indispensáveis para preservar o sistema de aposentadorias vigente, segundo o qual as pessoas ativas financiam as pensões. Ou seja, em outras palavras, o sistema financeiro está em crise, em especial o sistema de pensões e como no capitalismo tudo para os capitalista e nada para os trabalhadores, então pague o povo francês trabalhando mais!

Aliás, para Sarkozy o povo francês está vivendo mais, portanto mais do que natural trabalharem mais. Ora, demos graças se as pessoas estão vivendo mais, pois isso representa melhores condições de vida, entretanto é tão irracional o capitalismo que em pleno séc. XXI onde verificamos uma imensa inovação tecnológica que poderia permitir menos horas trabalhadas e emprego para todo mundo, eis que acontece justamente o contrário: desemprego em massa e mais trabalho para quem tá empregado.

Podem me chamar do que for, mas não vejo solução para o capitalismo a não ser derrubando-o e construindo um novo sistema onde o bem estar das pessoas é que seja a prioridade. O fato é que no capitalismo o principal é o lucro máximo para os capitalistas. Por isso que na França o sistema de pensões está deficitário em mais de 44 bilhões de euros e a solução para resolver isso é aumentar a exploração do povo. Porque não decretar logo a falência e deizar nas mãos do povo a gerência completa desse sistema. Se são incapazes de manterem o sistema em pé tenho certeza que o povo trabalhador organizado terá condições de assumí-lo.

Por isso boto fé nas mobilizações dos trabalhadores e da juventude francesa acreditando que o nível de consciência seja elevado e que possamos rumar juntos a luta para derrubar o capitalismo e constuir o socialismo!

Um comentário:

Anônimo disse...

O grande problema é de fato a má gestão dos recursos pertencentes ao trabalhador. O trabalhador contribue durante toda sua vida laboral para garantir o mínimo de condições para sobreviver e manter sua família. No entanto, os Governos, não só na França, mas como o Brasil estão infestados pelo mal denomidado corrupção, desviando os recurso que deveriam pagar o "valor justo" pela mão de obra do trabalhador.

Mais uma vez as grandes empresas tem contribuido para quebra da manutenção do bem social. É do interesse delas a falência da Previdência Social, dando espaço a procura em massa aos planos de previdência complementar, aos famosos fundo de pensão que em boa parte são privados e com fins lucrativos. E ess cenário se expande justamente com a privatização das empresas estatais, no caso do nosso País.

O que eu mais aprecio na França é esse sentimento de solidariedade do povo françês, onde os trabalhadores em greve com seus salários vetados tem recebido apoio da população para permanecerem em greve. Quem tem mais ajudando quem esta lutando por um direito em prol da dignidade de todos.