quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ganância dos patrões leva greve no setor aeroviário


Ganância, não há outro nome para qualificar a atitude da classe patronal do setor aeroviário.

O sindicato dos trabalhadores ameaçam paralisar suas atividades logo mais, a partir das 5 horas da manhã.

Este ano foi um ano de crescimento para o setor assim como em toda a economia brasileira. Só nos primeiros nove meses de 2010, o número de passageiros em voos internacionais cresceu 29,13% e nos nacionais, 25,61%. E apesar disso até a PLR (Participação nos lucros e resultados) era negado pela TAM em meados do primeiro semestre como vemos no boletim do Sindicato dos Aeroviários (aqui).

A pauta foi entregue pelo sindicato em setembro e somente agora em dezembro é que houve contraproposta do setor patronal. A categoria pede 15% para os aeronautas (pilotos) e 13% para os aeroviários e até aceitam unificar em 13% no geral. Entretanto a contraproposta é de apenas 6,08% (índice do INPC nos últimos 12 meses).

Venhamos e convenhamos, o setor cresceu mais de 20% só no primeiro semestre e a proposta de reajuste não chega a 10%, pra mim não é outra coisa senão a ganância de ganhar cada vez mais. E não estou falando nem dos problemas que essa categoria enfrenta (por desconhecimento mesmo, confesso).

Como em toda a greve a pressão é grande sobre os trabalhadores. Ainda mais quando o setor não entra em greve desde o carnaval de 1988.

Assim, nessa hora se lembram do conforto dos usuários que seriam prejudicados com uma greve como essa no período de final de ano. Até palavras do presidente são manipuladas como fez a Globo através do seu portal de notícia colocando a seguinte manchete: "Lula diz que greve é irresponsabilidade", quando na verdade o que foi dito é que: ""Acho que os empresários podem flexibilizar um pouco, que os empregados podem flexibilizar um pouco. O que não pode é qualquer atitude de irresponsabilidade que leve o povo brasileiro sofrer" disse Lula.

Ainda no início da noite saiu uma liminar do TST exigindo que 80% dos trabalhadores não parem podendo acarretar uma multa de 100 mil reais o descumprimento dessa medida. Nessas horas a justiça é ágil (putz).

O que resta agora é esperar e ver no que vai resultar essa crise. De uma coisa tenho certeza: os trabalhadores sairão vitoriosos, pois quem luta conquista!

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