Sílvio Sinedino
é o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da
Petrobrás, reunido nesta sexta em São Paulo para escolha da nova direção
da empresa
São Paulo, 06/02/2015
Voto na Escolha da Nova Direção da Petrobrás
A difícil situação por que passa a
Petrobrás deve-se principalmente às indicações políticas, à falta de
caráter e ética de alguns poucos empregados, sem falarmos no papel
criminoso de muitas empreiteiras.
É preciso que a Petrobrás altere sua
prática em várias áreas e, no nosso entendimento, um dos principais
aspectos é exatamente a forma de indicação da sua alta gerência.
As indicações por Partidos Políticos,
como a Polícia Federal e a Justiça vêm demonstrando, acabam cobrando um
alto preço em corrupção e malfeitos.
Assim, os trabalhadores da Petrobrás
anseiam por mudanças e um bom exemplo foi a recente seleção do novo
Diretor de Governança que foi escolhido no mercado, com o que não
concordamos, mas o foi exclusivamente por capacidade técnica e
experiência para a função.
Analogamente, propomos que a seleção da
alta gerência passe a ser feita, internamente, pelos próprios
trabalhadores da Companhia em eleição direta que indique a este Conselho
de Administração uma lista com três nomes para cada cargo, e então
desta lista tríplice o Conselho escolherá o que achar mais adequado para
o cargo.
Com esta nova política reforça-se a
meritocracia na Companhia, ao mesmo tempo em que se dá aos escolhidos a
certeza e a segurança de que não têm nenhuma dívida a pagar a qualquer
patrocinador da sua indicação.
Que não se classifique a proposta como
exótica, pois já é aplicada regularmente, sem quaisquer problemas, na
Procuradoria Geral da República, nas Universidades Federais, na
Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e na FIOCRUZ, entre
outros órgãos.
Assim, nosso voto é contrário aos nomes
propostos, não pelo mérito pessoal dos indicados, mas, como já
argumentamos, pela forma da indicação sem consulta aos trabalhadores e
trabalhadoras da Petrobrás.
Aproveito a oportunidade para registrar
junto a este Conselho, e à nova Direção, a necessidade URGENTE da
Petrobrás, em função da sua responsabilidade social, rever suas recentes
decisões de suspensão de obras que estão deixando desempregados dezenas
de milhares de trabalhadores humildes.
Isso gera, como no caso do COMPERJ onde
muitos trabalhadores não recebem salário desde novembro de 2014,
situações graves de pré-conflito social que podem ter consequências
irreparáveis e às quais a Petrobrás, pela sua própria história de
criação, não pode fechar os olhos.
Assim voto e peço a transcrição da íntegra desse voto em Ata!
Silvio Sinedino.
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