domingo, 8 de fevereiro de 2015

Representante dos petroleiros defende eleição entre os trabalhadores para definir alta gerência da PETROBRAS

Sílvio Sinedino é o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, reunido nesta sexta em São Paulo para escolha da nova direção da empresa

São Paulo, 06/02/2015

Voto na Escolha da Nova Direção da Petrobrás

A difícil situação por que passa a Petrobrás deve-se principalmente às indicações políticas, à falta de caráter e ética de alguns poucos empregados, sem falarmos no papel criminoso de muitas empreiteiras.

É preciso que a Petrobrás altere sua prática em várias áreas e, no nosso entendimento, um dos principais aspectos é exatamente a forma de indicação da sua alta gerência.

As indicações por Partidos Políticos, como a Polícia Federal e a Justiça vêm demonstrando, acabam cobrando um alto preço em corrupção e malfeitos.

Assim, os trabalhadores da Petrobrás anseiam por mudanças e um bom exemplo foi a recente seleção do novo Diretor de Governança que foi escolhido no mercado, com o que não concordamos, mas o foi exclusivamente por capacidade técnica e experiência para a função.

Analogamente, propomos que a seleção da alta gerência passe a ser feita, internamente, pelos próprios trabalhadores da Companhia em eleição direta que indique a este Conselho de Administração uma lista com três nomes para cada cargo, e então desta lista tríplice o Conselho escolherá o que achar mais adequado para o cargo.

Com esta nova política reforça-se a meritocracia na Companhia, ao mesmo tempo em que se dá aos escolhidos a certeza e a segurança de que não têm nenhuma dívida a pagar a qualquer patrocinador da sua indicação.

Que não se classifique a proposta como exótica, pois já é aplicada regularmente, sem quaisquer problemas, na Procuradoria Geral da República, nas Universidades Federais, na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e na FIOCRUZ, entre outros órgãos.

Assim, nosso voto é contrário aos nomes propostos, não pelo mérito pessoal dos indicados, mas, como já argumentamos, pela forma da indicação sem consulta aos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás.

Aproveito a oportunidade para registrar junto a este Conselho, e à nova Direção, a necessidade URGENTE da Petrobrás, em função da sua responsabilidade social, rever suas recentes decisões de suspensão de obras que estão deixando desempregados dezenas de milhares de trabalhadores humildes.

Isso gera, como no caso do COMPERJ onde muitos trabalhadores não recebem salário desde novembro de 2014, situações graves de pré-conflito social que podem ter consequências irreparáveis e às quais a Petrobrás, pela sua própria história de criação, não pode fechar os olhos.

Assim voto e peço a transcrição da íntegra desse voto em Ata!

Silvio Sinedino.


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