Por Diângeli Soares
As duras críticas da blogueira ao Facebook são dirigidas à crescente simbiose entre a rede e a Casa Branca. Desde o sucesso de Chris Hughes, co-fundador do Facebook, nas eleições que elegeram Barack Obama em 2008, a aproximação entre os democratas e a marca só cresceu. Como era de se esperar, esta parceira tem explicação econômica: Um dos principais interesses do Facebook junto ao governo americano é conter o avanço de políticas contra a invasão de privacidade. As informações pessoais dos usuários do facebook são uma peça chave para o desenvolvimento de grandes ações publicitárias, uma vez que permitem o mapeamento de hábitos e preferências do público em geral. Em um mundo dominado pelo consumismo, em que a propaganda desempenha um papel central, o acesso a estas informações é, antes de tudo, uma questão de muito dinheiro. Daí o interesse da rede em parcerias junto ao poder.
Outra
crítica da cubana é em relação ao próprio conceito de “rede social”.
Norelys afirma que as redes sociais não são invenção, tampouco
propriedade dos mega empresários da Internet. “Rede Social” é qualquer
instrumento que a agregue e congregue pessoas. E ainda que reconheça a
potencialidade destas novas tecnologias, Norelys alerta contra ilusões:
As redes sociais, por si só, não farão a Revolução, assim como os
jornais e a televisão não a fizeram. Em outras palavras, a comunicação
não substitui a organização. O trabalho militante, na vida real, é mais
necessário do que nunca.
Norelys
não poupa críticas à sua compatriota, Yoani Sanches. Em seu blog,
“Islamia”, estampa uma foto bem grande da contra-revolucionária com os
dizeres: “Indigência intelectual. Made in USA”. Norelys afirma que Yoani
é um exemplo de como o bloqueio midiático contra cuba é um bloqueio
qualificado: As notas oficiais do governo cubano desmentindo acusações
infundadas nunca passam pelo bloqueio da mídia internacional. Já as
idéias de uma simples cidadã - entre milhões de outros simples cidadãos -
são recebidas como verdades incontestes. É como se qualquer um de nós
fosse eleito a “voz da razão” em nossos países. Pena que não aceitam as
nossas criticas ao capitalismo com a mesma facilidade com que aceitam as
críticas de Yoani ao socialismo cubano...
Acesso a internet em cuba
Perguntada
quanto ao acesso à internet em Cuba, a blogueira conta que o país
inteiro possui o equivalente a quatro cybercafés da cidade de São Paulo.
Ou seja, o acesso é ínfimo. Entretanto, ao contrário do que muitos
podem imaginar, o pouco acesso à internet no país não é fruto da
política de segurança nacional do governo cubano e sim do bloqueio
econômico imposto pelos EUA. Os EUA simplesmente não permitem que a
tecnologia chegue à Cuba. “É como amarrar uma pedra no corpo de uma
pessoa, jogá-la na piscina e depois dizer que ela morreu porque não
sabia nadar. É isso que os americanos fazem conosco".
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