Da assessoria da CEMVDHC

“Dos depoimentos ouvidos até agora há muitas contradições sobre os episódios de morte e sumiço destes integrantes do PCR. Por exemplo: Claudio Guerra, quando ouvido nesta Comissão, declarou ter vindo a Pernambuco para matar Manoel Aleixo e descreve esta circunstância. A narrativa está em desacordo com o inquérito instaurado pela própria polícia e com testemunho de companheiros de Aleixo, que o viram na prisão”, explica Socorro Ferraz, relatora.
A versão oficial – Amaro Luís de Carvalho foi encontrado morto, por envenenamento, na Casa de Detenção do Recife, em 1971, quando estava terminando de cumprir a pena; Manoel Aleixo teria sido morto em tiroteio com a polícia, no interior de Pernambuco. É reconhecido pelo delegado Claudio Guerra como uma de suas vítimas; Emanuel Bezerra dos Santos eManoel Lisboa teriam participado, em 29 de agosto de 1973, de troca de tiros com policiais, no Largo de Moema - SP e foram mortos. Há informações, não confirmadas, de que eles teriam sido presos no Recife e levados para São Paulo por Luiz Miranda, sendo entregues a Fleury, que montou todo cenário para encobrir a morte dos dirigentes sob tortura no DOI-CODI do estado;Amaro Félix Pereira - uma certidão fornecida pela ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), em 2005, declara que ele foi libertado em 24 de novembro de 1970. No entanto, não há registro de outra prisão e não voltou para casa nem foi visto em outro lugar.
Depoente Edival Nunes da Silva “Cajá” -
Ex-líder estudantil, sociólogo e dirigente político com militância em
Pernambuco. Fez parte, entre 1975 e 1981, da Comissão de Justiça e Paz
da Arquidiocese de Olinda e Recife coordenada pelo Arcebispo Dom Helder
Câmara. Foi preso e sequestrado no Recife, em 12 de maio de 1978, fato
que reuniu, três dias depois, mais de 12 mil estudantes da UFPE em uma
greve pelo fim das torturas e pedido de libertação. Houve, também, atos
de solidariedade por todo o Brasil e no exterior, além de setores da
Igreja Católica alinhados a Dom Helder Câmara. Atualmente, é presidente
do Centro Cultural Manoel Lisboa; membro do Comitê Memória, Verdade e
Justiça de Pernambuco e integrante da Comissão Nacional de Articulação
dos Comitês Memória, Verdade e Justiça do Brasil. Integra o Comitê
Central do Partido Comunista Revolucionário (PCR).
Depoente José Nivaldo Jr. –
Publicitário. Foi professor do Departamento de História da UFPE por 20
anos. Foi sequestrado pelo Exército, em 69, permanecendo dois meses sem
contato com a família. Na prisão, ele viu Manoel Lisboa em estado muito
debilitado devido às torturas sofridas. Entre 1969-73 sofreu perseguição
pelas autoridades durante do regime militar. Foi preso no DOI-CODI,
Dops, nas dependências da aeronáutica, no quartel da Polícia do Exército
e na penitenciária de Itamaracá.
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