sábado, 12 de junho de 2010

Em defesa do financiamento da educação pública - por Sandino Patriota

Surpreendeu o anúncio feito pelo governo federal de corte nas verbas de investimento do Ministério da Educação da ordem de R$ 1,3 Bilhão. Em relação ao orçamento aprovado para 2010 pelo Congresso, os cortes na área da educação já atingem R$ 2,34 bilhões, dinheiro que pesa, e muito, no financiamento da educação pública brasileira.

A surpresa está no fato de que o corte ocorre em um momento de reconhecido crescimento da economia brasileira. Recentes declarações do Banco Mundial, colocaram a preocupação do mercado em um crescimento econômico que estava sendo “por demais acelerado” e poderia ultrapassar os 7% ao ano.

Ora, se a economia cresce e há, portanto, mais dinheiro sendo arrecadado pelo governo, porque realizar cortes em áreas sociais?

Note que nenhum dos cortes foi realizado nos juros que são pagos religiosamente aos banqueiros através da chamada dívida pública. Esse pagamento consome mais de 30% do orçamento do governo federal e serve unicamente ao enriquecimento de um punhado de banqueiros e especuladores que não têm nenhum compromisso com a soberania e a justiça social no Brasil (http://www.divida-auditoriacidada.org.br/).

O fato é que os cortes nas áreas sociais correspondem a uma pressão exercida pelos setores mais reacionários. O governo, ao invés de enfrentar os interesses desses setores, segue economizando do financiamento da educação, da saúde e da habitação para guardar dinheiro que serve para aumentar ainda mais os lucros dos banqueiros.

Os impactos desse corte na realidade concreta das universidades vão ser sentidos imediatamente. Com o aumento do número de vagas e a implantação de novas universidades e campi é fundamental o aumento dos investimentos para garantir a qualidade, as condições de permanência com assistência estudantil e a pesquisa e extensão.

É papel da UNE desenvolver imediatamente uma ampla campanha contra os cortes no orçamento. Enquanto entidade de representação, precisamos defender de maneira intransigente os interesses dos estudantes, desencadeando atos, manifestações e paralisações nas universidades para barrar, na luta, esses cortes.

Sandino Patriota é 1º Vice-presidente da UNE.
sandinopatriota@gmail.com
@sandinopatriota (Twitter)

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