Viúva doa arquivo com 27 pastas de fotos e cartas ao Arquivo Nacional, no Rio.

O material retrata principalmente o período da década de 70, até o
início dos anos 80. Entre os destaques, está o “Relatório da IV Reunião
Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, de
fevereiro de 1976, onde constam os nomes de 233 supostos torturadores.
"Trata-se de um documento importante, que hoje pode até não ter mais
novidade, mas que compõe o quadro de uma época, e que vai servir para a
análise e questionamentos de historiadores", disse a viúva.
114 anos de Prestes

Na cerimônia, o colecionador Cláudio Valansi apresentou a réplica da
escultura do artista plástico Maurício Bentes, "Cavaleiro da Esperança" -
como Prestes era chamado - que ficará no Arquivo Nacional. A escultura
original, de 3,10 metros está na cidade de Palmas, no Tocantins.
Maria Prestes
Aos 81 anos, Maria Prestes decidiu doar os documentos de Prestes, que
segundo ela, foi perseguido por 60 anos por lutar por seus ideais de um
futuro melhor. Ela uniu-se a Prestes em 1951.

"Ele não tinha só o lado político, tinha um lado humano, de bom pai,
bom marido, que fazia questão de ter a família reunida no almoço e
jantar", contou Maria.
Prestes teve nove filhos com ela, além de Anita Leocádia, filha que
teve com Olga Benário, a primeira mulher. Ele teve também 24 netos e
nove bisnetos.
Cavaleiro da Esperança

Em 1934, depois de uma temporada na antiga União Soviética, volta ao
Brasil como clandestino acompanhado de Olga Benário, e começa sua
militância no Partido Comunista.
Em março de 1936, Prestes foi preso e cumpriu pena de nove anos. Sua
companheira Olga Benário, grávida, foi deportada e morreu numa câmara de
gás num campo de concentração nazista.
Anita Leocádia Prestes nasceu em uma prisão na Alemanha, mas foi
resgatada pela mãe de Prestes, após intensa campanha internacional.
(Fotos: Alba Valéria Mendonça/G1)
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