terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Irã: Trinta e dois anos de uma revolução límpida e transparente.

(Publicada em 12 de fevereiro de 2011)

Foi um deleite de informações coesas, transparentes e libertarias.

O embaixador do Irã, Sr. Mohsen Sharerzadeh, ao receber-nos na embaixada do Irã para uma entrevista descontraída e sincera, sobre os trinta e dois anos da revolução islâmica no Irã, junto a vários outros companheiros blogueiros e progressistas (dizem que vamos formar uma corrente contra a mídia PIG), discorreu sobre os grandes avanços do povo iraniano nestes anos de consolidação revolucionaria.

A grande surpresa, como sempre, foi o grande desconhecimento que nós, ocidentais, temos sobre os avanços sociais e tecnológicos desse povo unido e coeso em torno de seus princípios de autodeterminação política e social, que nós conhecemos, mas permanecemos estacionados na retórica, enquanto eles caminham em busca permanente do nacionalismo e avanço das conquistas obtidas com a revolução islâmica.

O país a esta altura já quebrou a dependência científica e tecnológica do ocidente, buscando, com técnicos puramente iranianos, o desenvolvimento espacial, energético e de pesquisa científica, representando em média onze vezes mais que a média mundial. O satélite lançado com tecnologia própria, há dias atrás, foi inteiramente desenvolvido com tecnologia iraniana e pesquisado durante 25 anos.

Hoje, o Irã fabrica aeronaves não-tripuladas com alcance de mais de 1000 km, assim como submarinos, tanques, mísseis e navios militares para defender a soberania nacional, além de transferir tecnologia para 35 países diferentes.

Com sua simpatia, nos lembrava, o Senhor Embaixador, que muitas destas conquistas se deram com as sanções externas impostas pelo imperialismo e seus “amigos” do Oriente Médio, tendo o Irã que se voltar à tecnologia nacional.

Na área social, os avanços foram de tal ordem, que superam o Brasil em vários índices de desenvolvimento humano. Em trinta e dois anos de revolução, se atingiu um número de universitários, proporcionalmente maior que o nosso, sendo que 65% das cadeiras, são ocupadas por mulheres. Aumentou-se, de 60 universidades, para mais de 400 na revolução islâmica: cinco milhões de universitários para uma população de pouco mais de 70 milhões de habitantes.

Nos índices de saúde pública, aumentaram o tempo de vida média para 72 anos nas mulheres e 62 anos nos homens, quando – antes da revolução, no tempo do títere Reza Pahlevi, imposto pelos americanos – essa média de idade era de apenas 52 para as mulheres e 49 para os homens. A população alfabetizada pulou, de 50% para 99%, nos dias de hoje.

É por isso que, cada vez mais, nós, brasileiros, devemos tomar à frente as rédeas de nossa informação, como fizemos nós, estes blogueiros intrépidos que, hoje, colocamos em nossos sites as informações desse belo, sincero e amigo bate-papo descontraído, porém altamente informativo e com caráter de desmistificação daquelas velhas informações deturpadas e advindas dos meios de comunicação a serviço das elites que, de uma forma ou outra, tentam não só segregar essa nação amiga, como só enaltecem os ditadores amigos dos EUA. Como fizeram com os também 30 anos de regime de força do “compadre” Mubarak que acaba de cair, enquanto outros se consolidam em favor das causas populares respectivas de cada país, como o está fazendo esse bravo e valente povo iraniano.

Parabéns, Sr. Embaixador Mohsen, pelos 32 anos de caminhos alcançados, pela vitória social que a revolução islâmica trouxe ao seu povo dentro de sua cultura, e que a luta pela emancipação do povo iraniano continue a liderar esse nacionalismo libertário para outros povos dessa região autônoma do nosso Planeta, de forma límpida e transparente.

João Vicente Goulart.

Diretor do IPG Instituto Presidente João Goulart

Responsável pelo Jornal Página 64

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