Olympia
de Belém é considerado o cinema mais antigo em funcionamento no País
desde que se considere que sempre esteve no mesmo lugar e não parou as
suas atividades por muito tempo. Mesmo assim, a sala foi fechada no dia
16 de fevereiro de 2006 pelo seu atual proprietário, Luis Severiano
Ribeiro Neto. A alegação foi de que dava prejuízo. Mas a queda de
freqüência a cinema nos dois últimos anos não é um fenômeno isolado e
sim internacional. E não é inédito nem se pode dizer irreversível. São
muitas as crises que atingiram as salas exibidoras ao longo dos anos,
como a do inicio da década de 50 quando a televisão ameaçou a exibição
cinematográfica de tal forma que foi preciso apelar para recursos
técnicos como o cinemascope, o vista-vision, o cinerama, uma série de
processos que aumentaram o tamanho da imagem e com isso passaram a
concorrer com o novo meio de expressão.
O
Olímpia foi fundado no dia 24 de abril de 1912 pelos empresários Carlos
Teixeira e Antonio Martins, donos do Grande Hotel (onde hoje está o
Hilton Hotel) e do Palace Theatre (na mesma quadra). Eles queriam fazer
do cinema um ponto “chique” para atrair os freqüentadores do Theatro da
Paz e, obviamente, os hóspedes de seu hotel.
Sala de espera do Olympia em 1912
Uma das atrações foi a colocação da tela logo na entrada, com os espectadores passando pelas laterais.
No fim dos anos 30 a empresa Teixeira & Martins não suportou os encargos financeiros e vendeu o cinema, e outros que controlava, ao banqueiro Adalberto Marques. Criou-se a “Cia. Cinematográfica Paraense Ltda”. Uma firma de vida curta. Em 1946 Marques vendeu todos esses cinemas ao exibidor cearense Luís Severiano Ribeiro, já dono de salas em diversos Estados.
Em
1953 os estudantes de Belém encabeçaram piquete para a reforma do
Olimpia, bastante deteriorado na época. Severiano Ribeiro respondeu
comprando um terreno na Av, Nazaré e anunciando que ali construiria o
Cinema S. Luís “o maior do norte do Brasil”. Mas não só o novo cinema
ficou nisso como o Olimpia permaneceu maltratado. Só em 1960, depois de
inaugurado nove meses antes o cinema Palácio, é que recebeu os
requisitos de conforto como poltronas estofadas e ar condicionado.
No
correr dos anos pouco se fez pelo prédio e suas instalações. Durante o
tempo em que gerenciou a empresa Ribeiro, o sr. Adalberto Augusto
Affonso foi incansável pedindo recursos para mantê-lo digno de uma
tradição. Hoje o cinema atravessava uma fase sem brilho, embora ainda
atraísse os fãs. Depois da medida extrema de Ribeiro Neto, o prefeito
Duciomar Costa resolveu atender aos apelos da sociedade que compareceu
em massa à sessão de despedida, assinando um contrato com o proprietário
da casa para mantê-la, por três anos, como espaço cultural.
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